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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Mais uma cooperativa?
Waldyr Senna Batista


Entre as fórmulas aventadas para solução da crise da Coopagro (Cooperativa agropecuária), a criação de nova cooperativa tem sido citada como a melhor por integrantes de grupos que sempre atuaram com equilíbrio e credibilidade no quadro de associados da entidade.
Eles defendem o ponto de vista de que, principalmente no segmento dos produtores de leite, a modalidade de cooperativa ainda é a mais recomendável, em que pese a atuação bem sucedida de empresas do ramo na cidade (que no fundo, são dissidências da Coopagro). Isso afastaria a tese de liquidação da Coopagro, que seria desmembrada em quantas cooperativas fossem necessárias, segundo os interesses dos diversos grupos nela inseridos, cada uma assumindo parcela da parte boa da entidade, mediante arrendamento do seu patrimônio.
Teoricamente, são cerca de 3,4 mil os associados da Coopagro, mas pouco mais de 1 mil estão ativos, dos quais mais da metade dedica-se à produção de leite. Estes seriam convidados a integrar a nova cooperativa, que atuaria voltada exclusivamente à produção, evitando a diversificação que estaria na raiz do problema que inviabilizou a Coopagro (até farmácia de medicamentos humanos ela teve). Ela continuaria dona do patrimônio, que em sua maior parte já foi terceirizado (armazém, posto de gasolina, supermercado, usina de beneficiamento de algodão) o que lhe garante receita aproximada de R$ 30 mil mensais de aluguéis.
O processo de saneamento da Coopagro já dura três anos e, no entender do grupo que defende o desmembramento, poderá estender-se por muito mais tempo. Há dívidas que exigem medidas imediatas, como a que se refere ao INSS, mas os contratos de financiamentos bancários, embora em situação irregular, ainda possibilitam negociações, com chance de redução do débito. O patrimônio imobiliário está vinculado a esses contratos, com valorização que provavelmente corresponderia à correção e aos juros bancários. Mas há sempre o risco de deterioração ao ponto de o valor revisto não ser suficiente para cobrir as dívidas.
A assembléia que estava sendo convocada para o próximo dia 22 foi cancelada, ao que se informa devido a questões burocráticas. E esse fato foi bem recebido, pois abre espaço para conversações que levem à inclusão, na pauta, ao lado dos dois itens originalmente previstos, de outro que se refira a discussão sobre o redirecionamento do processo de saneamento da entidade. Em especial, a sugestão para criação de cooperativa leiteira.
Mas as coisas não são tão simples assim. Antes de se chegar ao consenso sobre a forma de proceder, faz-se necessária a retomada do diálogo entre as entidades que congregam os ruralistas, no caso, o Sindicato rural e a Sociedade rural. Há um abismo separando os dois, e só depois de ultrapassá-lo é que se chegará à Coopagro para demoradas e difíceis conversações que exigiriam empenho, paciência e desprendimento. Produtos que, convenhamos, estão em falta no mercado.
Outro complicador é a histórica omissão dos associados, que historicamente deixam de participar das assembléias em que decisões importantes são adotadas. O exemplo mais recente é a decisão de rateio das dívidas da Coopagro, adotada por número reduzido de pessoas e que está incomodando a grande maioria do quadro social. Nesses casos, os que se ausentaram, via de regra, são os que mais reclamam.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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