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Mensagem: PITÍ 171! Nos conta um nobre leitor de Casos e Ocasos, o indefectível Waldir Lamparina que nos bons 2004 aqui na terra de Figueira, a sua sogra veio a bater a caçoleta lá pelas bandas do Sagrada Família. Desde a notícia do passamento a filha mais velha da morta abriu a caixa de ferramentas emocional tupiniquim e deu o maior pití. A bem da verdade armou o maior barraco, um escândalo que deu pano para as mangas. Quando o corpo da de cujus chegou para o banho, ela afastou todo mundo e fez o serviço sozinha, no maior berreiro. Dava banho na mãe morta e gritava ao mesmo tempo: O Jesus!...Porque levou a minha mãe! Eu não consigo viver sem ela.... Leva-me também! Com o corpo na sala para o famigerado velório a cada conhecido ou parente que chegava ela armava novo berreiro. Era um pití atrás do outro! Pulava na poltrona da sala e simulava um desmaio ou mesmo uma pequena convulsão! Momento em que levantava um braço ao mesmo tempo de uma perna em sentido oposto, penducando, assim, o equilíbrio. Quando chegou o rabecão para transladar o corpo até o santo sepulcro do Bomfim, ela ficou na porta da frente com os braços e pernas abertas impedindo a passagem. Levou vinte longos minutos quando enumerou a grande voz as supostas qualidades da morta. Falava das suas virtudes da sua religiosidade. A alma da finada essas alturas já devia estar atormentada nos Hades, com tanta gritaria. Terminada a latomia expiatória e já com o corpo dentro do carro fúnebre, ela tomou a chave da ignição do motorista. Impediu a viatura de sair levando o corpo e, novamente, deitou falação para a estupefata platéia de parentes, amigos e curiosos que a tudo assistia. Rasgou a blusa e pediu a Providência Divina que tirasse o seu coração e o enterrasse junto com a mãe!Fez pela terceira vez um relatório das qualidades e virtudes da mãe! No caminho do cemitério de carona tentou duas vezes se jogar para fora do veiculo, sendo contida pelos demais ocupantes, que evitavam, assim, duas mortes na família no mesmo dia aumentando assustadoramente as despesas com enterros e velórios, o que não é nada barato! Quando o cortejo que conduzia o paletó de madeira cruzou os portais do campo santo, o pau cantou na casa de Noca! Ela partiu para cima do caixão e o jogou no solo! Fez, então, o quarto discurso falando outra vez, de uma extensa lista de qualidades e virtudes da falecida. À custo foi contida e o caixão ia sendo baixado a sete palmos do buraco final, quando ela deu novo pití! Na verdade, e o seu quase canto do cisne, pois prometeu se jogar na cova e ser enterrada junto com a mãe! Os parentes e aderentes já ao largo da cova aguardavam o fatídico desfecho, quando ela ficou possessa. Exigiu dos poderes celestiais devolverem a vida da mãe em troca da sua! Logo ela que iria ficar para cuidar das herdades e do bem bom que a mãe deixou! Entregava para Deus até o cartão de aposentadoria da mãe e que Ele cuidasse de tudo! Deu então o último dos pitís de com força e na se sabe de onde veio um redemoinho que se formou na boca da cova e ela foi jogada dentro da poeira no fundo da sepultura, sem que ninguém visse. Ai a poeira do redemoinho encobriu tudo e ela sem fala dada à pancada recebida com a queda e os coveiros aproveitaram mandaram bala nas primeiras pasadas de terra e toá. Com o barulho do cutruc... cutruc...cutruc... dos toás na tampa do caixão, ela foi possuída de uma energia de caça fantasma, subiu no caixão e agarrou os pés de um coveiro parrudo. Esse, supondo o óbvio, puxou o peso para fora na arrancada que deu e gramou o beco, correndo pela Avenida Leonel Beirão! Aí ela soltou o berreiro: olha eu aqui gente! Não quero morrer não! Olhe eu aqui, para cuidar das coisas de mamãe! E estamos conversados! Aviso aos meus leitores de Casos e Ocasos: Essa é a chamada chaveta do de cujus! A chaveta sinistra. Olho vivo!
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