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Mensagem: FRAGMENTOS DA INFÂNCIA1958. Colégio São José, o jumento Geminiano, o mascote da Fábrica de Óleos Mariflôr amarrado ao lado da nossa sala de aulas zurrava a cada trinta minutos e intumescia a genitália. Pedro Silveira, anotava na caderneta de apontamentos a periodicidade das zurras, visando provar que: jumento não tinha hora certa para zurrar. Ficou apelidado Pedro da Jega!Malaquias Barbosa, como era oriundo de abastada família de pecuaristas era sempre apanhado no final da aula a cavalo. Um jovem agregado da fazenda do seu pai Osmane chegava montado em um cavalo Pampa. Malaquias subia na garupa, a galera com inveja aproveitava uma frase extraída de um conto infantil e repetia o refrão retaliando.Malaquias é ladrão de vaca! Quem encontrar Malaquias vai ganhar como recompensa duzentos tostões!Ele e o agregado condutor da montaria saiam no encalço dos colegas com a pirata em riste e os meninos corriam pelo pátio do colégio Marista. Era diversão garantida diariamente.Havia dois Ed. O Edvard e o Edgar. Um era gordinho, alto, óculos fundo de garrafa tinha uma voz metálica. Um valente. Para gozá-lo reuníamos todo o efetivo vespertino do colégio e gritávamos: Princesa Isabel filha de Edgar meu mel!Ou batíamos os pés sincronizadamente no chão com grande estardalhaço e gritávamos Ró, Ró! Ró, Ró!... Ele saia na mão com a turba. Dava porrada para todos os lados e em todos e a meninada gramava o beco...O outro Ed era o Edvard o qual apelidamos de Defunto Banguela. Tinha a pele branco-amarelada, mãos gigantes, ajumentado no tamanho. O próprio pai e mãe da ignorância! Qualquer coisa saia na mão.Terminada a aula descíamos pela rua Padre Champagnat coberta por uma grossa camada de pó fino com cinco centímetros de espessura. No trajeto, se encontravam os desafetos para resolver na tapa a contenda. Dava briga de mais de cinqüenta de cada lado. Os valentes do pedaço eram Duto Figueiredo, Dêma Mocó, Edvard, Magela, Taki Maia, Maurício Vilela.A maioria voltava para casa depois de rolar na poeira. Só apareciam as bolotas dos olhos...O nosso maior valente, entretanto, era Pindoba Nilo. Raçudo não corria de briga e enfrentava qualquer parada. Em contrapartida, Gabilera, era o terror do Bairro São João e tinha o hábito de furar bola dos times que treinavam no Bairro São José e adjacências.Certa tarde, me encontrava treinando sozinho no campo em um lote vazio com a minha bola de capota G18, esperava a turma para o treino contra o time de Zé Doido da Igrejinha. Gabilera estava na campana e foi chegando com o canivete aberto na mão. Apanhei um grosso galho de roseira seca que estava no lote vago ao lado do nosso campo na rua Germano Gonçalves e encarei a fera!Ele vendo a minha disposição para a briga ficou rodeando, com conversa mole. Esperava o momento certo de agir. Pindoba, que era componente do nosso time e estava no primeiro andar da sua casa, na rua Silvio Teixeira próxima, viu o meu sufoco numa briga desproporcional e partiu na sua bicicleta em desabalada carreira e em meu socorro. Aí fedeu biba queimada!Voou bola, canivete, pau de roseira e lama para todo lado. Terminada a briga, selamos um tratado de paz juntas para as turmas freqüentarem a Lagoa de dona Alice e jogar bola nos lotes vagos e na lama do bairro.
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