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Mensagem: Não é só em Montes Claros que os políticos recolhem mais indiferença com suas campanhas do que entusiasmo. É mesmo contraditório: no auge do regime de força, o último, que existiu no Brasil, entre 1964 e 1980, a população se mobilizava e participava mais das campanhas. Havia entusiasmo, havia escolha, apesar de todas as limitações e imposições da ditadura. Agora que a liberdade é nominalmente total, cresce a indiferença dos eleitores - e um grande contigente diz que votará apenas porque é obrigado. Grande parte da culpa pertence à pretendida reforma eleitoral, que nunca vem. Como está, a campanha é uma disputa de marqueteiros, disputa entre eles. O candidato aparece como um produto. Sabão em pó, por exemplo. Depois, com a reeleição, há forçosamente um embate com a máquina pública. Dificilmente em qualquer lugar prefeito que disputa reeleição não surge como o favorito. Aliás, a rigor não há reeleição no Brasil. O que há é um mandato de oito anos, com um plebiscito no meio. No plebiscito, a população se manifesta pela continuação do prefeito ou não. Isto acontece aqui em BH (que este ano não tem reeleição, porque o prefeito já foi reeleito), e em toda parte. Por muitas cidades andei, e em todas elas este desânimo cívico está presente. Apenas uma profunda alteração na lei eleitoral tirará o eleitor da apatia. Além do mais, no horário do rádio e tv os candidatos devem se apresentar como são, com suas idéias. E não como produtos de marketing, como produto maquiado, como um boneco. Precisamos escolher entre idéias, e não entre campanhas conduzidas por especialistas em disfarçar, enganar, seduzir. Hoje, votamos induzidos pela melhor campanha plástica. Até lá, nossa pobre democracia seguirá como vai. Débil.
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