Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 5 de maio de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: MARIONA
Branca, meio azeda, sarará, cabelo esticado que nem piaçava, 1 metro e 80, mais parecendo um lutador de sumô, pele pintada qual surubim, olhos de espantada, pés tipo sapata, pescoço taurino, ombros de atleta halterofilista, nariz achatado denotando uma grande capacidade basal. Claro sinal de uma libido intensa! Seu nome, Mariona.
Dentes graúdos, busto pequeno, pontiagudo e firme. Boca grande, lábios carnudos, olhar malicioso. O jeito de andar era pesadão, ajumentado! Dava parada súbita e volvia o pescoço olhando e encarando quem a olhasse, com um surpreendente sorriso infantil, meio sem jeito. A sexualidade, entretanto era adulta!
Veio da roça para trabalhar no apartamento de Calisto, morador em cima do Banco Comércio, do qual era gerente. Lá morava o menino Bardo, codinome Bardinho, um enfant terrible, com orelhas de burro e tridente de capeta! O rebento era a mais pura assombração pueril!
Numa placa de alumínio em baixo relevo na entrada do prédio, havia as iniciais: B.C.I.M.G.S.A. (Banco Comércio Indústria de Minas Gerais Sociedade Anônima).
Zé Amorim, o filósofo de Figueira, ao ler os dizeres da placa, “decodificava”: “Brigadeiro Comeu Irmã Mulher Getúlio Sem Autorização. Em seguida, de trás prá frente: Assim Sendo Getúlio Mandou Imediatamente Capar Brigadeiro”...
Eu tinha quatorze anos e como outros meninos espertos e já iniciados na vida sexual, ficava no passeio ao lado da Loja Acaiaca, para vê-la aparecer na janela e mandar beijinhos sensuais. Como os beijos eram correspondidos, logo na seguinte tarde de domingo marcávamos o encontro num quarto alugado na rua Risério Leite, nos Morrinhos.
Embora fosse de origem roceira, Mariona gostava de dançar um belisquete e tomar um campari, de leve... Meia de fogo ficava estabanada. Aí a coisa pegava com borra! Ela tinha fisique de role de lenhador canadense, mãos enormes, dedos idem, braços musculosos, pescoço suado como de um vaqueiro no campo. Na alcova levava mais de duas horas nos jogos de amor, nas preliminares ( meio abrutalhadas), antes de entrar no “platô”, aquele período que antecede ao orgasmo feminino, propriamente dito. Tomava postura por cima do parceiro e cavalgava ao bom estilo californiano. Era preciso ter fôlego e disciplina, pois ela assumia o controle dos trabalhos e tomava conta das emoções!
Próximo ao seu apogeu genésico suas mãos grossas, Mariona levantava a colcha com o feliz e assustado parceiro dentro, mantendo-o suspenso e acompanhando, num erótico balanço, a “cavalgada” final. Aí, com os dentes cerrados, dava a sentença final: se você terminar antes de mim, eu te mato!
É... Pura inquisição, caro leitor!
Uma tarde me queixei a ela de que toda vez que ficávamos juntos eu saia da relação com a genitália riscada por alguma coisa perfuro incisiva. Para meu espanto de pequeno homem, Mariona acendeu a luz e, pela primeira vez, mostrou-me o seu clitóris intumescido, do tamanho de um dedo mínimo de adulto, duro como um espeto!
Aí, fiquei muito grilado e saltei fora dos encontros! Não dava para botar a minha radiola na jogada e encarar tanta defasagem genital, sabendo do suposto perigo...
Bardim informou-me que Mariona veio a falecer aos trinta e cinco anos de idade, com complicações cardiovasculares.
Não era para menos, pois seu esquentado coração de filha de Vênus não resistiu ao enorme desgaste provocado pelas flechadas de cupido...

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima