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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A ROUPA DE JAMES BOND Nos bons anos 60 e 70, os industriais Diu Colares e Walduck Wanderley eram sócios “fifty-fifty” na empresa COWAN. Sigla obtida da junção dos sobrenomes Colares e Wanderley. Zé Amorim era o gerente comercial. Zé tratava carinhosamente a Walduck como “Carroceiro”, seu antigo apelido, dado ao seu aspecto severo, aparentando rudeza, rosto quadrado e corpulento. Ajumentado! Diu Colares, sempre que viajava a serviço, levava consigo como carona o Zé Amorim. Em uma dessas viagens foram ao encontro urgente de Walduck, que chefiava o escritório e o “lobby” da empresa nas Alterosas. Diu levava o Zé como carona, para aproveitar da sua verve alegrando a viagem na rodagem cheia de poeira e buracos. Um horror! Caladão, como era o seu estilo, durante o trecho inicial Diu escutava as queixas e sugestões curraleiras do Zé, sem responder. Zé falava: “Desamarra a cara Diu! Sua cara é muito amarrada! Deixa de preocupação demasiada e desanuvia a cabeça. Vâmo conversando besteira que é melhor...”. Já próximo à cidade de Bocaiúva, à uma hora de percurso, Diu já limpava a garganta, pigarreando e procurando responder ao seu gerente comercial e companheiro de jornada. Em Sete Lagoas o empresário já conversava animadamente e a dupla ria às bandeiras despregadas. O diálogo prosseguia com Zé Amorim realçando as diferenças flagrantes de personalidade entre os empresários seus patrões. Dizia o Zé: “Um, todo fechado. O outro aberto que nem mala de mascate!” E, asseverando, concluía o raciocínio fatídico: “Você vai morrer cedo, Diu! Não demora e estará nas mãos da funerária dos Beirões”! Logo mais, completava: “Waldukão, aquele carroceiro, vai chegar aos oitenta, sadio, trabalhando e gozando a vida!”. Chegando à Capital, mesmo sendo domingo e como o assunto era urgente, foram até o Iate Clube na Pampulha, onde Walduck praticava esportes aquáticos. Ao chegarem ao píer do clube, o luxuoso iate do empresário já estava ancorado e ele trajava um macacão “Aqualung”, todo de borracha, propício à pesca submarina. Ao ver os dois empresários já conversando, o Zé sentenciou em alto e bom som: “Êita diá! Um com uma preocupação F.D.P., o outro, nada! Ô responsabilidade fidumaégua!” Isso dito na bucha e em cima do pedido... Posteriormente a esse fato, consta ter o Zé comentado com alguém: “O homem estava vestido com roupa de James Bond”, numa alusão ao macacão de borracha usado pelo ator Sean Connery em um filme da série 007, de Yan Fleming.

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