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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: RESPINGOS HISTÓRICOS Dário Teixeira Cotrim Por Alvará de 12 de abril de 1707 foi concedido ao jovem preador de índios, Antônio Gonçalves Figueira, uma Carta de Sesmarias á margem do rio Vieira, onde ele criou a fazenda dos Montes Claros depois de uma frustrada experiência com os investimentos feitos na propriedade de Brejo Grande. Aqui fora montado um ponto de pouso onde os primeiros vaqueiros pudessem aliviar o cansaço das intermináveis jornadas de tanger o gado. Durante algum tempo os agregados da fazenda Montes Claros recebiam e despachavam o gado para a zona de mineração. Houve uma época em que os negócios andavam muito bem e por isso necessário se fez abrir uma estrada para Pitangui, para a venda do gado. Com a invasão dos currais no vale do rio São Francisco, praticamente o jovem Antônio Gonçalves Figueira fora a falência, e desanimado com os resultados negativos de seus negócios retornou-se para a Vila de Santos, na província de São Paulo, onde exerceu ali o cargo de vereador municipal. A estrada para Pitangui era conhecida por Estrada das Boiadas. Em pouco tempo iniciava-se às suas margens um pequeno aglomerado de casas residenciais que ficou conhecido pelo nome de Cruzeiro. Eram algumas dezenas de casinhas de sapê todas elas tendo a parte frontal pintadas com o barro da tabatinga. Neste pequeno povoado existia uma pequena capela onde o padre Teotônio Gomes de Azevedo dizia missa todos os domingos. Cruzeiro ficava muito próximo à antiga sede da fazenda dos Montes Claros. Devido a uma peste de varíola que dizimou mais da metade da população daquele pequeno povoado, inclusive o padre Teotônio Gomes de Azevedo, vigário que cuidava das almas ali existentes, o resto dos moradores foi para as adjacências da sede da fazenda agora de José Lopes de Carvalho. Antes, porém, já havia solicitado uma licença para a imediata construção de uma pequena capela (iniciada em 18 de junho de 1769) e, posteriormente autorizava aos seus servos a construção de uma nova sede da fazenda (a Casa de dona Eva Bárbara Teixeira da Carvalho). Assim nascia a Vila de Montes Claros de Formigas. E isto se concretizou posteriormente com a assinatura da lei de 13 de outubro de 1831, por Francisco de Lima e Silva, que criava a Vila de Montes Claros de Formigas, tornando-se independente do distrito de Serro. Não houve nenhuma comemoração neste dia, apenas reuniões políticas definindo os rumos dos acontecimentos. Um sem números de pessoas as mais influentes com o poder político manifestava com o intuito de organizar as papeladas que deveriam sacramentar de uma vez por todas a autonomia da vila. A Vila de Montes Claros de Formigas iniciava os seus primeiros passos. Ainda não eram passos firmes, mas já era o bastante para obter vida própria. Na véspera do dia 13, nos canteiros das sinuosas e empoeiradas ruazinhas da vila, morriam tristes flores à medida que outras iam nascendo para saudar um novo tempo. Um ano e três dias depois, exatamente na data de 16 de outubro de 1832, era instalado festivamente o município de Montes Claros de Formigas, com Câmara Municipal, Cadeia Pública e o Pelourinho. A primeira Câmara Municipal de Montes Claros de Formigas era composta pelos seguintes vereadores: José Pinheiro Neves (presidente) Lourenço Vieira de Azevedo Coutinho, Luis de Araújo Abreu, Antônio Xavier de Mendonça, Francisco Vaz Mourão e Joaquim José Marques. Neste dia a folia tomou conta das poucas ruas do vilarejo, fogos de artifícios estouravam pelos ares e os coloridos bolões subiram aos céus para saudar o novo amanhecer. Era a vila de Montes Claros de Formigas, uma filha nobre que trazia no seio o vigor da juventude. A sua alma da menina-moça desmanchava em felicidades com o primeiro albor do dia seguinte, onde à esperança envolvia as pessoas sem mágoas e sem contestação. Nas comemorações das Bodas de Prata, por determinação da Lei provincial de número 802, de três de julho de 1857, o senhor Joaquim Delfino Ribeiro da Cruz, oficial da Ordem da Rosa e vice-presidente da província de Minas Gerais presenteava a vila com o seguinte artigo: “Fica elevada a categoria de Cidade a vila de Montes Claros de Formigas com a denominação de Cidade de Montes Claros”. Um século depois, foi comemorado o seu Centenário. Naquela ocasião, por solicitação do prefeito municipal, todas as casas da zona urbana foram repintadas com o branco da tabatinga o que levou o poeta Luiz de Paula Ferreira a compor uma linda canção: Montes Claros, vovó centenária/ tu estás tão bonita de vestido novo/ vê tuas ruas, vê tuas igrejas/ olha só a alegria do povo!/ Eu relembro teu nobre passado/ de lutas e glórias e tantas belezas,/ teu luar, tuas serenatas/ e o labor de teus filhos criando riquezas. Dário Teixeira Cotrim - Presidente do IHGMC

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