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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 22 de novembro de 2024
 

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Mensagem: MONTESCLAREADAS II Alguém chegou a dizer que o amor é o princípio de todas as virtudes e de todos os vícios. A sabedoria popular, em sua costumeira verve, nos adverte de que a teoria na prática é diferente. Aqui na curraleira terra do pequi, Zé da Lagoinha era considerado o maior boca de mentira. Certa feito estando em uma mesa de boteco, próximo ao Clube Pentáurea, tomava uma salutar cachaça Viriantinha e jogava conversa fora relatando uma visita que fizera à cova em que estava enterrado um amigo, no Cemitério Santo Antônio. Contou que da primeira visita encontrou a cabeça do “de cujus” aflorada na tumba! Seis meses após, na segunda visita, já aparecia o umbigo do amigo que batera a caçoleta. Na terceira, feita um ano depois, o dito morto estava sentado na terra fofa. Quando ele, o mentiroso, veio a falecer, ao saber da notícia do passamento, disse a mãe do recém finado: “Já vai tarde esse mentiroso!”. Já o competente e saudoso Miltinho Pintor, notório morador do Beco do Marimbondo, emérito tomador de gim tônica, amigo de Dim Lampião e funcionário da Oficina 212 que era gerenciada por Wanderley Leitão na Dulce Sarmento, pintava a porta do caminhão G 700 do valente Bolívar Batista, quando foi açulado por alguém. Como a sua missa era de corpo presente, respondeu em cima da bucha provocativa: “Eu não sou da lagoa e não perco para sapo. Além do mais, estou acordado para mais de seiscentas nações!”. O povo da nossa vizinha Chico Sá, vive dizendo que a sua urbe é, à bem da verdade, o bairro mais elegante de Montes Claros. Como são eméritos tomadores de cachaça, jogadores de baralho e sempre tem uma quenga por conta, nós, os filhos de Figueira, os consideramos irmãos da roça e cidadãos montes-clarenses. Dia desses, conversava com um ilustre brejeiro, afamado fazedor de vida com as cartas e cavaleiro do pano verde e da campista, tecíamos reflexões filosóficas sobre o tempo e a eternidade. Como essas, são questões metafísicas, não muito apropriadas a quem vive do expediente da noite e suas artes, respondi com uma tirada do portenho Jorge Luiz Borges: “A eternidade é um jogo, ou uma corrida de esperança!”. E para não sair do “pisadô” borgiano, arrematei dizendo que o jogador de baralho é um ser isolado em sua abstraída concentração do alheio desenrolar da vida. À bem da verdade, a nossa conversa era uma tremenda fidumaeguagem... Nós somos assim, mas somos chiques!

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