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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 22 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Olyntho Silveira Está lá. Eu vi. Você também pode ver. Todos podem ver. A lembrança foi despertada ao ver no Painel Permanente de Poesia “Juca Silva Porto”, da Biblioteca Pública, no Centro Cultural, organizado por Doris Araújo, a presença de Olyntho Silveira, de saudosa memória. Foi ontem, mas ontem não é mais hoje, que ele nos deixou. Ontem é passado; hoje é presente. Mas ontem é um passado recente, ainda latente na memória, capaz de se revelar. O grande mal da humanidade é o esquecimento, o Alzaimer social, que se estabelece muito mais rápido do que se possa pensar ou admitir. Foi ontem, mas pouco se fala, hoje, do padre filósofo Adherbal Murta, educador emérito, cultor das letras, como pouco, muito pouco se comenta sobre o contista, cronista e poeta montesclarense Cândido Canela. Mas o esquecimento, muitas vezes é uma necessidade. Machado de Assis nos ensinou que ´esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.´ Todavia, prefiro as palavras sábias de Camilo Castelo Branco quando ele nos diz que ´há uma coisa mais aviltadora do que o desprezo: é o esquecimento.´ Pessoas há que integram a memória da cidade e não podem ser esquecidas. Com esse objetivo, buscando reativar o circuito da memória, o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, como instituição viva e atuante, tem preservado esses valores. O poeta, escritor, jornalista, fazendeiro, vice-prefeito de Montes Claros, servidor público, delegado de polícia e autodidata Olyntho Silveira nasceu em Brejo das Almas (Francisco Sá) e é autor de vários livros. Em vida, foi membro efetivo da Academia Montesclarense de Letras, da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Do poeta Olyntho Silveira, que admirava e sempre hei de admirar, li por várias e várias vezes, já tendo quase decorado, o soneto parnasiano “Maria Luísa”: ´É por você que ainda estou aqui / a padecer dos meus, incompreensões. / Antes, não a queria, e quando a vi, / joguei por terra as minhas convicções. / Você me trouxe novas ilusões / e, no seu nome, a Mãe eu revivi. / Entre nós dois não há nenhum senão / e, reforçado, o coração senti. / Você começa a sua Primavera, / enquanto o meu Outono está no fim / e aproveitá-la mais eu bem quisera. / Mas mesmo assim bendigo a sua vinda, / pois que você é o Universo em mim, na pouca vida que me resta ainda.´ De sua autoria não tinha lido, ainda, o livro “O Filho da Enfermeira”, que estou lendo agora. Já nas primeiras páginas, a título de introdução/apresentação, o final de uma carta do trovador Cândido Canela: “... Bem, Olyntho, conversa vai, conversa vem, já me ia esquecendo do principal objetivo desta, que é o de falar do seu belo livro – O Filho da Enfermeira. Li-o em dois fôlegos. No primeiro, fui ao meio da obra, no segundo, cheguei ao fim, já com saudades do primeiro fôlego. Impressionaram-me, sobremaneira, as personagens: todas muito bem postas, obedecendo cegamente às ordens do Autor (...) Identifiquei-me, Olyntho, de tal forma com as personagens, que, muitas vezes, tive a impressão de estar convivendo com gente viva. O Filho da Enfermeira e, portanto, um livro que entusiasma, que comove. Foi assim, com a sinceridade de sertanejo, como você, que li a sua nona obra. E, aqui, meu caro Olyntho, ficam o abraço e a admiração do velho amigo”. No Painel Permanente de Poesia “Juca Silva Porto”, da Biblioteca Pública, no Centro Cultural, algumas das belas poesias de Olyntho Silveira.

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