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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 23 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Felizes aqui e lá na eternidade Alberto Sena A “Praça de Esportes”, a Montes Claros Tênis Clube, era o centro da nossa Galáxia, na década de 1960/70. Toda cercada de fícus, devidamente aparados dos lados e em cima, o que lhes dava formato uniformemente quadrado, de fora a fora – Ah! Se os fícus falassem! – era o ponto de encontro da juventude daquela época e também dos adultos, pois a cidade pouca opção de lazer possuía. Nas férias escolares, de manhã, a moçada corria logo cedo para a Praça de Esportes. À tarde, para variar, lá estávamos todos nós, novamente. Aos sábados e domingos, a praça ficava assim, ó, apinhada de jovens de ambos os sexos. As opções de esportes eram várias. Uns nadavam e nadavam. Havia grandes acrobatas do trampolim. Aprígio era um deles, sob a vigilância rigorosa de Sabú, camarada boa praça, porte atlético, pele queimada de sol e cabelos negros, sempre bem penteados. Eram duas as piscinas. Uma Olímpica, onde eram realizadas competições, e outra para as crianças, onde ficavam balanços e escorregadores. Os que não estavam dispostos a nadar podiam jogar pingue-pongue debaixo de um telhado feito a propósito, com abertura para todos os lados. Ficava próximo de um pé de jambo vermelho, fruto raro de se encontrar. Havia duas mesas de pingue-pongue oficiais e jogadores excepcionais que exibiam os dotes com raquetes de borracha que proporcionavam jogadas “cheias de graxa”, com muita rosca. Zé Venâncio, meu irmão, era um dos craques. João José Gomes, irmão de Francisco Gomes – o Chico, grande figura, irmão também de Marta; Bichara (beque do Ateneu, este parecia ter ferro na testa, mas isto era uma exibição à parte) também jogavam muito bem. Modéstia às favas, este “escrivinhador” daqueles tempos vividos, jogava bem pingue-pongue. Garanto: ainda jogo. É como andar de bicicleta. Nunca se esquece. Quem sabe, se pedalar, a bicicleta anda. Havia duas quadras de futebol de salão (futsal) e uma pista circular, toda gramada, um pouco menor do que campo de futebol oficial. Estes eram importantes espaços, porque enquanto uns jogavam futsal outros treinavam futebol na pista para, concomitantemente jogar no Casimiro de Abreu, no Ateneu ou no Ferroviário. Ali surgiram craques como Jomar, recém-falecido; seu irmão João Batista, Bichara, Fernando Gontijo, Milton Henrique, entre outros. Os irmãos Veloso (Haroldo, Wagner, Helton, Adauto etc.) e os irmãos Gomes (Geraldo, José Carlos, Wagner, Doínha), Flávio e Nilo Pinto, Lourinho Alcântara; os Gabrich (Felipe, João Carlos e Ricardo), Ildeu, Cícero “Cuecão”, Chico Ornelas, Cícero “Stru”, Rubinho, Popó, “Tiupas”, Cláudio e tantos outros estavam sempre ali se divertindo. Ao redor havia uma pista de corrida. Atrás da pista, no que seriam os fundos da Praça de Esportes, tinha uma quadra de tênis para justificar, certamente, Montes Claros “Tênis” Clube. Mas acho que ninguém jamais viu alguém jogar tênis ali. Eu pelo menos não me lembro de ter visto. Havia em cada extremidade da quadra paredes de fícus e dos lados tela de arame. O gostoso é que num dos lados da pista havia vários pés de jambo vermelho. O Ginásio Darcy Ribeiro, salvo engano, ainda não existia. Bem ao lado da quadra de tênis tinha um imóvel, mais parecido com uma casa adaptada para salão de festas, com palco ao fundo. Podem até achar engraçado, mas, aos domingos, o melhor programa era, depois da missa na Catedral ou na Matriz, ir para esse lugar, por toda cidade chamado de “boate”, onde se realizavam horas-dançantes com conjunto musical ao vivo em plena luz do dia, das 11h às 13h. Dançando de rosto coladinho num calor “arretado”, como se diz em “baianês”, a nós só faltava tapar a luz do sol com peneira a fim de transformar o ambiente numa boate, no sentido intrínseco da palavra, para assim podermos dançar no escurinho ou sob o lusco-fusco de imaginário jogo de luz. Na “boate” gerações de montesclarenses iniciaram namoros. Espero que, pela graça de Deus, continuem namorando, mesmo depois de velhinhos, porque muitos se casaram e, certamente, se vivos ainda forem, serão felizes para sempre. Aqui e lá na eternidade

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