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Mensagem: Dívida de prefeitura agrava crise - Luciane Evans, Ricardo Beghini, Patrícia Rennó, Marcos Avelar e Luiz Ribeiro - Em Montes Claros, a Santa Casa reclama que a prefeitura deve à entidade R$ 4,7 milhões e que a situação compromete o programa estadual de uma rede de urgência e emergência na região, do qual o município é piloto e exemplo. “O centro desta rede está doente ”, afirma o superintendente da Santa Casa, Samuel Souza Figueiredo, que cobra solução imediata. “Estamos há três meses sem pagar os médicos. Não há como fazer mágica entre receita e despesa. Torcemos para não fechar as portas.” “O problema é que somos referência para diversas especialidades, mas o estado só nos enxerga para o setor de cardiologia e, assim, não recebemos recursos estaduais para traumas, para qual também somos referência. Desde fevereiro não pagamos honorários aos médicos, que vão suspender o atendimento. Nossa dívida é de R$ 1, 5 milhão”, destaca o administrador-geral do Hospital Aroldo Tourinho, Geraldo Elvio. Segundo o secretário de Saúde de Montes Claros, José Geraldo de Freitas Drumond, o lema é: “Devemos não negamos, pagamos quando pudermos”. Segundo ele, a prefeitura está atrasada no pagamento de urgência e emergência de seis meses. “Esse valor de R$ 4,7 milhões para Santa Casa é a soma do que já devia a administração anterior. Em 2009, o déficit era de R$ 15 milhões na saúde”, diz. “Juntos, quatro hospitais de Montes Claros recebem, por mês, R$ 9 milhões. A Santa Casa tem estímulo do SUS de R$ 500 mil mensais. A crise sempre existiu, por causa da má administração nessas entidades. Há um problema sério de falta de autoridade com os médicos e de uso e abuso de tecnologia avançada. Tem muita coisa por debaixo dessa história”, diz. Enquanto isso, pessoas que procuram o pronto-socorro da Santa Casa são obrigadas a esperar várias horas por atendimento. Para quem enfrenta estradas, o problema é pior. Na semana passada, Dilma Aparecida de Jesus saiu de Rio Pardo de ambulância, acompanhando o filho Tiago Dias Santos, de 7 anos, com quadro de apendicite. Depois de percorrer os 260 quilômetros até Montes Claros, ela chegou à porta do hospital às 14h. ´Mas, só consegui atendimento às 20h. Meu filho foi internado e, no dia seguinte, fez cirurgia de apendicite´, conta Dilma. Solução - De acordo o consultor da Secretaria de Estado de Saúde, José Maria Borges, os hospitais pequenos com menos de 30 leitos têm capacidade resolutiva muito pequena e, “portanto cara, onerosa, tanto economicamente, quanto no aumento dos agravos do paciente”. Para Borges, a solução para eles é servir de suporte ao PSF (Saúde em Casa, na versão mineira) e integrar a rede de urgência e emergência do estado. “Estudamos a inclusão de hospitais, ainda que menores, mas socialmente necessários ao atendimento mais ágil e mais efetivo. Alguns, como o São Francisco, em Belo Horizonte, acumularam dívidas praticamente impagáveis e vão necessitar de um esforço do governo federal, estadual e municipal para sua recuperação”.
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