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Mensagem: MST ocupa fazenda tombada no Norte de Minas - Luiz Ribeiro - Uma fazenda que pertenceu ao ex-vice-presidente da República José Maria Alkmin (1901/1974), no município de Bocaiúva (onde nasceu o político), Norte de Minas, foi invadida no fim de semana por aproximadamente 100 famílias, lideradas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A Fazenda Sítio, que teria cerca de 3,5 mil hectares, pertence hoje a Luciano Alkmin, filho do ex-vice-presidente, uma das figuras legendárias da política mineira, que também foi ministro da Fazenda do governo Juscelino Kubitschek (1955/1960). Luciano Alkmin mora em Belo Horizonte, onde na segunda-feira a reportagem tentou contato com ele, mas não conseguiu. Distante 55 quilômetros de Bocaiúva, a Fazenda Sítio é uma das propriedades mais antigas da região, contando com instrumentos mantidos desde os tempos da escravidão, como um tronco que era usado para amarrar os escravos. A fazenda é tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal de Bocaiúva. Na segunda-feira pela manhã, o secretário de Cultura do município, Anderson Clayton, esteve no local e fez um apelo aos ocupantes para que os bens históricos sejam preservados, tendo a garantia do MST de que o pedido será atendido. A ocupação foi confirmada por nota divulgada pela coordenação estadual do MST. Segundo a entidade, “as famílias sem-terra denunciam que o latifúndio está improdutivo, não cumpre a sua função social e deve ser destinado à reforma agrária, como determina a Constituição”. O movimento diz que “a fazenda foi o berço da Agroindustrial Jequitaí, que se tornou a Usina de Açúcar Malvinas, que usou trabalhadores em regime de escravidão depois da abolição”. “Esse latifúndio se confunde com a história de exploração do povo brasileiro, pois abrigou um dos primeiros engenhos de cana-de-açúcar da região e traz em si as marcas da escravidão”, afirma ainda nota dos sem-terra de Minas Gerais. Além disso, destaca que a fazenda é de propriedade da família de José Maria Alkmin, lembrando que ele foi “um dos articuladores do golpe de 1964, morto em1974”, e que “ganhou a fazenda da família Matarazzo”. Diz ainda que hoje a área “encontra-se abandonada”. Pastoral da terra - A ocupação teve também o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que na segunda-feira iniciou em Montes Claros, também no Norte de Minas, seu 3º Congresso Nacional. De acordo com os organizadores, o evento, que prossegue até sexta-feira, deverá reunir cerca de 900 participantes de todo o país. O tema do congresso é Biomas, territórios e diversidade camponesa.
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