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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 26 de abril de 2024
 

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Mensagem: Outra conversa macia com ela1 Alberto Sena Foi num sábado como este três de dezembro do ano de 2011, exatamente no dia 11 de setembro, a última vez que conversei com a senhora por meio de um texto adrede escrito e publicado. Sei que neste mês de dezembro faz cem anos que a senhora chegou ao Brasil. Desculpe-me a ignorância, não sei se daí, de onde a senhora está, é possível ler o que escrevemos aqui, neste plano de vida, “neste vale de lágrimas”, como se reza na oração do Credo. Mas o que quero dizer é que chamei a atenção da sociedade montes-clarense para a necessidade de lembrar o seu benemerente nome por ocasião do centenário da sua chegada ao Brasil. A senhora há de convir comigo: como ser humano vindo ao mundo pelas suas mãos piedosas e laboriosas, eu fiz – e faço – todo o possível para chamar a atenção da cidade para a importância do centenário da sua chegada ao Brasil e a Montes Claros. Fiz e faço isto movido, talvez, por sentimento de gratidão que trago desde que nasci pelas suas mãos, na Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros. Mãe Elvira me contou várias vezes como tudo se deu naquele dia 15 de setembro de 1949. E sempre gostei de ouvir mãe contar a mesma história a outras pessoas, toda vez que a conversa era em torno do seu nome. Informo-lhe que, embora eu tenha me esforçado, juntamente com outras pessoas, cujos nomes a elas licença peço para citar – os escritores Augusto Viera e Mara Narciso – nada aconteceu ou pelo menos nenhuma notícia chegou-me sobre o interesse de alguém ou de alguma entidade filantrópica de Montes Claros ou mesmo a Prefeitura Municipal em lembrar o seu benemerente nome nesta data. Mas se ninguém moveu uma palha até agora, tempo ainda há de lembrar o seu nome, reverenciando-o convenientemente porque mesmo a senhora não tendo nascido em Montes Claros, devido a mero acidente geográfico, é como se a senhora tivesse nascido aqui, no sertão, nessa nossa terra vermelha do cerrado, onde o pequi é considerado “o esteio”, como para sempre gravou Téo Azevedo. A senhora chegou ao Brasil em dezembro de 1911, mas foi em fevereiro do ano seguinte que a senhora veio para Montes Claros. E mesmo sem falar português escorreito, mais falando com as mãos laboriosas do que com a língua estrangeira, a senhora adotou a cidade e gerações de montes-clarenses vieram ao mundo pelas suas mãos. O seu trabalho benemerente sempre foi reconhecido. E tanto é verdade que o seu nome volta e meia é lembrado quando o assunto é beatificação, canonização, santificação. Costumam dizer: “Ela é a principal candidata a santa de Montes Claros”. Sem querer incomodar, pois presumo, a senhora aí está num ambiente de paz celestial, quero lhe dizer, nesta manhã de sábado, de tempo nublado, sujeito a chuva benfazeja: se a Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros ou outra instituição da sociedade montes-clarense não se interessar em lhe prestar uma homenagem, contente-se então com esta homenagem que ora prestamos. Veja que o verbo da frase foi propositalmente escrito no plural – “prestamos” – porque, sem ter uma procuração de cada um dos que vieram ao mundo pelas suas mãos, falo em nome de todos, e também em nome do veículo que publica este texto. Aproveitando o solilóquio, se não for abuso da minha parte, em rápidas pinceladas, como diria o pintor Godofredo Guedes, baiano dos mais montes-clarenses que já se viu, quero contar pra senhora algumas coisas; talvez a senhora ainda nem saiba. Por exemplo: Montes Claros virou cidade grande. E do mesmo tamanho são os problemas advindos do crescimento desordenado. Imagina a senhora o horror: 2011 ainda nem acabou e cem pessoas – isto mesmo, cem pessoas – entraram para as estatísticas do morticínio local. Parece mais estatística de vítimas de ações bélicas. Guerrilha urbana fratricida. Outra coisa: acredita a senhora?, o prefeito Luiz Tadeu Leite, pela terceira vez ocupante da Prefeitura de Montes Claros, disse estar firme no propósito de entregar parte da Praça de Esportes – lembra dela? – à sanha empresarial. A senhora acredita numa coisa desta?! Por último querida Irmã Beata, quero lhe informar: veio na hora a graça que intermediou, como intercessora de nascença. Foi para mim prova de que, numa comparação, a nossa relação espiritual é como tênue fio invisível, mas forte o bastante para perdurar por toda a vida. Aqui, e na eterna. Amém.

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