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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Centenário de Haroldo Tourinho José Prates Se estivesse entre nós, mas, infelizmente, não está, já foi embora, o Doutor Haroldo Tourinho estaria completando cem anos de idade, quase totalmente dedicados ao tratamento da saúde de todo aquele, rico ou pobre, que lhe procurava como obstetra ou clínico geral. Eu o conheci em Montes Claros, no início da década de cinqüenta, quando estava para nascer o meu terceiro filho. Nesse tempo não era comum no interior do Estado, o médico especialista em determinada clínica. Todos faziam a clinica geral porque a insuficiência desse profissional para atender a população, exigia que o único profissional existente na comunidade, satisfizesse a todas as pessoas, independente do mal a que estivesse acometida. Além disso, a especialização não era comum, principalmente a ginecologia ou obstetrícia que sofriam resistência das mulheres e dos maridos. A médica mulher que hoje é comum e atende a maioria desses casos, naquela época era muito raro, praticamente não existia. Procurei o Dr. Haroldo como médico obstetra para assistir minha esposa no seu terceiro parto, na Santa Casa, juntamente com Irmã Malvina, uma freira que veio da Holanda para dedicar-se, em Montes Claros, ao atendimento hospitalar. Parece que por sermos filhos do mesmo Estado, a Bahia, nossa relação de amizade ficou mais forte. Nessa ocasião já havíamos fundado o “Jornal de Montes Claros” e no dr. Haroldo encontrei um ótimo colaborador nas reportagens sobre os problemas no atendimento médico na cidade, que não possuía um pronto-socorro público nem uma clinica popular onde a população pobre pudesse ser atendida. O Dr. Mário Tourinho, primo do Dr. Haroldo e que muito influiu na sua vinda para Montes Claros, era, como eu, funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil e atuava no Serviço Médico da Estrada, atendendo aos funcionários que necessitassem de licença para tratamento de saúde. Só depois do nosso ingresso no jornalismo local, paralelamente às atividades de ferroviário, é que nos foi facilitado maior relacionamento com pessoas como o Dr. Haroldo e o Dr. Mário o que nos fez conhecer o interesse de ambos no desenvolvimento da assistência médico popular na cidade. Orientados por eles, fizemos algumas reportagens mostrando a deficiência desse atendimento medico que dispunha, apenas, da Santa Casa, mesmo assim, em caso de emergência. O Prefeito na ocasião, o Capitão Eneas Mineiro de Souza, mostrou-se interessado em criar um pronto socorro municipal, mas, não sabemos por que, ficou na boa vontade. Montes Claros era nesse tempo o centro de atendimento médico da região norte mineiro, não só pelo único hospital existente na região, como, também, pelo numero de médicos em atividade. Ás vezes, o obstetra era chamado para atender a uma parturiente num lugar distante e quando lá chegava, era tarde demais. Dr. Haroldo Tourinho, como Dr João Vale Mauricio, Dr. Mario Ribeiro, Dr. Hermes de Paula desempenharam um grande trabalho para desenvolver o atendimento médico à população carente. E, com certeza, Montes Claros hoje tem a condição de um bom atendimento, pode-se dizer que graças ao trabalho inicial desses médicos. . Quando abrimos o “montesclarosnoticia” e vemos uma noticia referindo-se ao Hospital Haroldo Tourinho imaginamos que ali está o resultado do empenho desse médico, junto com seus colegas montesclarenses, em atender aos pobres necessitados de socorro médico, nessa Montes Claros que elegemos como nossa terra. Não conheço o hospital Haroldo Tourinho porque há muito não volto à terrinha. Não são os afazeres que me impedem, mas, a distância que nos separa. De ônibus, nem pensar; de avião, é o tempo perdido na conexão em Belo Horizonte. Segundo fui informado, não existe vôo direto Rio/Moc Quando tiver, estarei lá para conhecer esse hospital e prestar minha homenagem ao ilustre amigo que atendendo ao chamado de Deus. separou-se de nós fisicamente, mas, está sempre presente em nossa memória (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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