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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 19 de maio de 2024
 

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Mensagem: Assisti, ontem, toda a live sobre o montes-clarense Geraldo Martins Santana, cabo da FEB morto em combate na Itália. Ali foi revelado que, no próximo dia 25 de Agosto, Dia do Soldado, na entrada da Avenida que leva ao 55º Batalhão do Exército em M. Claros será inaugurado o monumento em sua homenagem, 76 anos após a morte nos campos gelados dos Apeninos, na Itália. O monumento - na verdade uma pequena praça com a evocação do expedicionário em destaque - será o mais expressivo memorial relativo à FEB em Minas, e um dos mais tocantes no Brasil. (Imagem acima). Poderá ser visto por todos que passarem pelo anel leste de M. Claros, cujo intenso movimento leva às estradas do norte/nordeste brasileiro, começando pela Bahia. A live ainda revelou que M. Claros enviou 13 (ou 16?) dos seus filhos para enfrentrar os alemães na Linha Gótica, muito provavelmente reservistas saídos do nosso glorioso Tiro de Guerra 87 e de outras unidades. Era um imenso cinturão de fogo - às vezes com muralhas em concreto e casamatas - para impedir que as tropas da Alemanha fossem empurradas para trás, até a derrota final. O que aconteceu no ano seguinte, mas pela Normandia, na França, uma vez que os Alpes só foram transpostos em guerra pelos elefantes, de Anibal, general que partiu do Norte da África. Outra guerra, outra história, outros tempos, cenário que também pude ver. Nada ,no programa de mais de 2 horas, foi mais emocionante do que a carta do pai ao cabo Geraldo. Carta que o filho nao leu. Datada em 28 de outubro, em M. Claros, provavelmente levou 15 dias para chegar à Itália, mas no dia 9 de novembro Santana caiu no front, atingido por estilhaço de morteiro entre os olhos, aos 21 anos. A carta já foi publicada neste Mural muitas vezes. Mas há muitos que não a conhecem, e é preciso lê-la como ato preparatório para a homenagem que está prevista para 25 de Agosto. Quem passa pelo local vê as obras em curso. Em 1959 - foi também dito no programa, para nosso sofrimento - ensaiou o poder público a colocação de um busto do cabo na cidade, mas o responsável pelo trabalho desapareceu....e levou o dinheiro da homenagem impostergável. Triste. Importante é que agora o preito necessário está para ser feito. É importante que esta carta seja imortalizada em bronze, no local, para eterna lembrança: ´Montes Claros, 28 de outubro de 1944 Querido filho Geraldo: Saudades… Recebi do Quartel-General do Rio de Janeiro comunicação que foste incorporado à Força Expedicionária Brasileira. Não foi pra mim nenhuma surpresa, porque o soldado está sempre sob as ordens dos seus superiores e deve acatar essas ordens com todo o respeito. Foste incorporado porque era necessário que a Pátria insultada respondesse à agressão dos corsários Nazistas que agiram debaixo de espesso nevoeiro, matando nossos irmãos. Aqui, em casa, todos receberam com imenso orgulho essa notícia. Filho, jamais surja em teu cérebro o pensamento de um homem covarde. Seja firme no cumprimento do dever, principalmente quando a nossa Pátria foi traiçoeiramente atacada pelos vilões de além-mar. Não importa que o intenso inverno dificulte a nossa marcha ou que o sol abrasador faça demorar o avanço, o certo é que precisamos chegar até o fim do nosso itinerário ombro a ombro com as FORÇAS ALIADAS. Ainda me recordo daquela bela poesia que diz em uma de suas estrofes: Para a frente que importa a invernada, Temporal, inclemência de sois. Quem for fraco, que fique na estrada, Que a vanguarda é o lugar dos heróis. Pedimos a Deus para conservar tua pessoa ilesa das balas assassinas dos Nazistas; porém, se for do agrado do Altíssimo que o teu corpo tombe no campo de batalha, para que muitos outros vivam, seja feita a vontade de Deus. O ataque deve ser repelido embora sucumbam alguns dos nossos. Que papel faríamos se permanecêssemos de mãos cruzadas quando o inimigo comum tentou ultrajar a nossa soberania? Seremos por ventura alguma estátua onde o sangue não circula? É legal trair nossa tradição? Não, isto não. Dos túmulos de Caxias, do Tenente Antônio João, de Camisão e outros mais, ouviríamos o grito da dor do insultado dizendo-nos: Irmãos, hoje mais do que nunca o Brasil precisa vingar os seus filhos. Levai em resposta à agressão a esses Nazistas o brilho de uma baioneta empunhada para que os nossos sejam vingados. E, assim, acalmarão as ondas tempestuosas do mar furioso, e a bonança reinará para todos os povos do mundo, que foram vítimas dos sutis ataques do Eixo. Portanto, filho, não queiras ter maus pensamentos e jamais haja em tua pessoa o desespero. Seja também calmo. Porque todos nós temos que morrer um dia; logo, é desnecessário e mesmo indecente o desespero. Muitos se enganam com a morte. Ela não causa assombro a ninguém, porém enobrece a muitos. Se for preciso, morre em honra da Pátria e viverás eternamente. A tua lembrança ficará sempre conosco. Um conselho: conserve sempre a tua fé em Deus e jamais a deixe seduzir por outrem. Todos nós estamos indo bem graças a Deus. O que sentimos são saudades tuas, mas esperança de que em breve estarás aqui em Montes Claros conosco. Terminando, pedimos a Deus por tua pessoa e pela honra e glória do Brasil e o cabal êxito da FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA. Queira aceitar a benção de teu pai e os abraços que teus irmãos, tias e cunhados lhe mandam. Teu pai, Antônio Martins de Santana Primo ´

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