Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 27 de abril de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: A morte trágica Manoel Hygino A morte inesperada e trágica de Marília Mendonça despertou o Brasil e parte ponderável do planeta para grandeza de uma artista. Jamais, em tempo algum, o falecimento de uma compositora e intérprete levou tantos milhares de pessoas, mesmo milhões, a fixar os olhos nas televisões para acompanhar os pormenores de cenas tão dolorosas. Em todos os cantos, pelo país afora, cantaram-se as melodias da moça de Cristianópolis, cuja consagração se consolidara com o último voo. Muito se falará ainda. Por que o fenômeno? Música sertaneja interpretada por mulher? Só isso? A cantora Inezita Barroso, que foi sucesso por longo tempo, definiu um critério para distinguir a música caipira, pois - segundo ela - só focalizava a vida do campo, chegando a ser uma fábula musicada. Já o sertanejo seria uma denominação genérica para a música popular com traços rurais, com utilização de violas caipiras e acordeons, além da vocalização em terças paralelas, isto é, de melodias em que as duas vozes se mantêm separadas pela mesma distância na escala. Suas temáticas são urbanas e tendem, em geral, a uma atmosfera mais dramática, como traições e perdições. Para o historiador e crítico de música José Ramos Tinhorão, a coisa é diferente. Para ele, a música caipira é a manteiga, enquanto a sertaneja é margarina. A primeira é artesanal. A segunda, industrializada. Em resumo, a caipira é produzida nos grandes centros urbanos por não-caipiras, dando origem à música sertaneja atual, muito difundida, produzida por imitação, comércio, ou humorismo até. Então, o que presentemente se vê é uma mistura de moda de viola caipira com letras animadas, “alto astral”. Fora de dúvida é que a intérprete goiana não cantou a música caipira propriamente, aquela que os tropeiros no fim do dia, enquanto a tropa se alimentava por perto e quando relembravam velhos casos de amores perdidos na imensidão do tempo. De fato, sofrência, vocábulo empregado para o gênero(?) que interpretava, sequer existe nos dicionários. O que há é a “sofrenças”, aqui ou em Portugal, algo que Marília soube usar em melodias inesquecíveis para seus admiradores. Algo como sentimento de amargura, de ansiedade, de inquietude, de tristeza, revolta íntima, angústia e saudade, que ela soube tão bem transmitir e despertar solidariedade.

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima