1) Polícia Civil cumpre 26 mandados em M. Claros, em operação para combater desvio de água da Copasa, como subtração, religação ilegal e ligações irregulares
Quinta 01/06/23 - 9h4526 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em endereços onde foram identificadas supostas irregularidades.
A investigação identificou 107 ligações irregulares, algumas com consumo mínimo ou nulo, de água.
Há a suspeita de que quatro funcionários da Copasa e três funcionários de empresas terceirizadas podem estar envolvidos na fraude e recebendo vantagens indevidas.
A operação conta com o apoio da Copasa e não haverá envolvimento direto da empresa.
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Jornal O Tempo, de BH:
Servidores da Copasa teriam desviado até 65% da ligação de água em cidade de MG
Investigação identificou 107 conexões irregulares; servidores atuavam junto com empresa terceirizada
Isabela Abalen
Servidores e terceirizados da Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa) são investigados por fraudar o sistema da empresa e desviar até 65% das ligações de água em Montes Claros, no Norte de Minas. A Operação Waterfall, deflagrada nesta quinta-feira (1º), levou ao desligamento de quatro servidores da Copasa e na determinação de medidas cautelares para outros cinco investigados. Ao todo, 52 pessoas são suspeitas.
Durante a operação, foram realizados 24 mandados de busca e apreensão e 107 ligações irregulares foram identificadas em mais de 50 endereços que foram fiscalizados. De acordo com o delegado Alberto Tenório, responsável pela investigação, o grupo utilizava dos próprios sistemas da empresa para desviar a água. “O grupo criminoso inseria ou modificava dados falsos no sistema da empresa e fraudava ordem de serviços para viabilizar as ligações irregulares. Endereços que não podiam receber a água eram incluídos quebrando as regras contratuais”, explica.
De acordo com Tenório, os desvios se tornaram maioria nas ligações de água da Copasa em Montes Claros. “Durante o contrato em vigência (com a empresa terceirizada), a maioria das ligações eram de serviços ilegais. Em dado momento, mais de 65% das ligações, de todas as ordens de serviços, eram ilegais”, conta.
O delegado afirma que o grupo de servidores e terceirizados seguia um modo de operar específico para garantir os desvios. “É uma organização criminosa extremamente articulada. Tinham tarefas bem definidas para executar serviços ilegais. Algumas regiões ficaram com consumo de água zerado por mais de dois anos, causando prejuízo para a população”, afirma.
O diretor de Relacionamento com o Cliente e Regulação da Copasa, Cleyson Jacomini de Sousa, destacou que o furto de água e as ligações clandestinas trazem prejuízo não só financeiro, mas de abastecimento da população. “Estamos projetados para atender a uma determinada demanda e, normalmente, essas ligações clandestinas têm um hábito de consumo excessivo - o que causa todo um desconforto e um distúrbio na nossa prestação de serviço”, explicou.
De acordo com Sousa, a Copasa atua para combater problemas de desvio de água em Montes Claros principalmente devido ao período de seca que a cidade enfrenta até setembro. “O município volta e meia passa por questões mais complexas de abastecimento de água em função da estiagem, então, precisamos garantir que a água seja melhor utilizada e com menos desperdício", concluiu.
A operação levou à emissão de 56 ordens de serviço para substituição de hidrômetros que serão enviados para aferição e verificação de eventual fraude. Além disso, durante a ação desta quinta (1º) foram identificadas duas ligações clandestinas de água que abasteciam o total de 5 imóveis (4 residências e um estabelecimento comercial) e uma fraude em hidrômetro.
O delegado Alberto Tenório afirma que os suspeitos serão investigados e responsabilizados pelos crimes de organização criminosa, falsificação de dados, corrupção ativa e passiva e furto.
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Divulgação da Polícia Civil:
PCMG descobre fraude em empresa de abastecimento de água
Por ASCOM-PCMG 01/06/2023 18h40
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou, nesta quinta-feira (1º/6), em Montes Claros, na região Norte do estado, a operação Waterfall, de combate a fraudes no sistema de abastecimento de água da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Durante a ação, 24 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, e quatro funcionários da empresa afastados do cargo.
O delegado Alberto Tenório, responsável pela apuração, explica que os levantamentos começaram em agosto de 2022, quando a PCMG passou a investigar quatro funcionários da companhia e três funcionários de empresas terceirizadas que estariam envolvidos na fraude. A adulteração consistia no desvio de água e subtração – ou religação e ligação de água irregular – e ainda a ligação de água em imóveis onde não poderia haver esse tipo de ligação.
Conforme investigado, os envolvidos recebiam vantagens indevidas para executar inserções de dados falsos no sistema da Copasa e transferiram as ordens de serviços irregulares para a empresa terceirizada que realizava a ligação em imóveis em Montes Claros. “A fraude era iniciada pelos servidores da Copasa que inseriram ou modificaram cadastros verdadeiros que estavam no sistema, assim eles colocavam endereços que não poderiam receber as ligações de água. Depois, os funcionários da terceirizada, também de forma fraudulenta, efetuavam manobras e realizavam as ligações“, explicou Tenório.
A investigação apontou também que os suspeitos agiam de forma coordenada, com tarefas bem definidas, desse modo, falsificavam dados nos sistemas e executavam serviços ilegais. A hipótese investigada é que cerca de 65% das ligações eram ilegais. Ao todo, 107 ligações irregulares foram identificadas e 52 pessoas são investigadas.
O delegado revelou ainda que alguns dos imóveis averiguados apresentavam conta com consumo zerado há mais de dois anos. Em outros, foi constatado um consumo muito pequeno, ocasionando grande prejuízo financeiro para a empresa e um déficit para população que necessitava das ligações.
O diretor de Relacionamentos da Copasa, Cleison Jacomine Sousa, agradeceu o apoio da PCMG na investigação e pontuou que fraudes dessa natureza ocorrem em todo estado e outras ações para inibir os crimes serão realizadas. “O furto apurado pela Polícia Civil causou um prejuízo financeiro e um prejuízo do sistema como um todo para a Copasa” afirmou.
Ao final dos levantamentos investigativos, os suspeitos identificados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, inserção de dados falsos no sistema público, corrupção ativa e passiva e furto.
As investigações continuam, e os materiais apreendidos durante a operação serão periciados.
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Jornal Estado de Minas, de BH:
Funcionários da Copasa são afastados por roubar água e fazer ´gatos´
Ao todo foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão pela Polícia Civil em Montes Claros nesta quinta-feira (1/6)
Julia Salim*
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou. nesta quinta-feira (1/6), a operação Waterfall, com objetivo de combater um esquema de fraude no sistema de abastecimento de água da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) em Montes Claros, no Norte de Minas.
A ação, que envolveu 24 mandados de busca e apreensão e quatro afastamentos de cargos públicos, teve como alvo suspeitos de participar dessa prática ilegal.
De acordo com o diretor de Relacionamento com o Cliente e Regulação da Copasa, Cleyson Jacomini de Sousa, a ação criminosa resultava no furto de água e desequilíbrio do sistema de abastecimento da cidade.
“O furto de água e as ligações clandestinas trazem para a gente um prejuízo não só financeiro, mas um prejuízo do ponto de vista da operação do sistema como um todo porque estamos projetados para atender a uma determinada demanda e, normalmente, essas ligações clandestinas têm um hábito de consumo excessivo - o que causa todo um desconforto e um distúrbio na nossa prestação de serviço”, afirmou.
Além disso, as ligações clandestinas também representam um risco para a saúde, já que, por não serem realizadas dentro dos padrões, podem resultar em contaminação no sistema de abastecimento.
No total, 52 pessoas, entre funcionários da Copasa e contratados de empresas terceirizadas, estão sendo investigadas por participação no esquema fraudulento. Durante as investigações, foram identificados mais de 100 imóveis com ligações de água irregulares, e alguns deles até mesmo suspeitos de furto de água.
A operação contou com a participação de agentes da Polícia Civil, que cumpriram os mandados de busca e apreensão em diferentes locais da cidade. A ação teve início nas primeiras horas da manhã e contou com o apoio de equipes especializadas no combate a crimes contra o patrimônio público.
Durante coletiva de imprensa, a PCMG informou que os documentos e materiais apreendidos serão analisados para auxiliar nas investigações em andamento. Além disso, de acordo com informações recebidas pela corporação, o esquema criminoso também acontece em outros municípios mineiros, o que significa que a operação será replicada em todo o Estado de Minas Gerais.
A Copasa, por sua vez, emitiu um comunicado informando que foram emitidas 56 ordens de serviço para a substituição de hidrômetros suspeitos de fraude. Esses equipamentos serão encaminhados para aferição e verificação de eventuais irregularidades.
Os envolvidos são investigados por inserção de dados falsos no sistema, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e furto.