Celular no esconderijo de Bin Laden indica ligações com os "serviços de inteligência" e piora clima entre os Estados Unidos e o Paquistão, potência atômica

O telefone celular de um dos colaboradores mais próximos de Osama bin Laden, morto junto ao líder da Al-Qaeda em Abottabad, indica que o terrorista mantinha contatos frequentes com o grupo insurgente Harakat, ativo nos serviços de inteligência do Paquistão. A revelação foi feita pelo jornal "New York Times" e fortalece as suspeitas de um jogo diplomático duplo do governo do Paquistão. O aparelho foi resgatado na casa que servia de abrigo ao líder da al-Qaeda. Os registros de conversas telefônicas do número indicam que Bin Laden usava a milícia - que opera livremente no Afeganistão há pelo menos 20 anos - como parte de sua rede de apoio em território paquistanês. As chamadas revelam também diálogos entre comandantes da milícia Harakat com agentes da inteligência paquistanesa. O Harakat foi criado nos anos 80 com a aprovação - e a assistência - do chamado ISI, o Diretório de Inteligência e Serviços do governo paquistanês.