Ex-delegado capixaba confessa que presos da última ditadura foram incinerados em usina de cana, no Rio
Quinta 03/05/12 - 10hLivro sugere que “corpos de militantes políticos mortos pela ditadura militar em São Paulo e no Rio de Janeiro foram incinerados numa usina de cana em Campos dos Goytacazes, no norte do Rio, nos anos 1970 e 1980”. “Memórias de uma Guerra Suja”, uma coletânea de depoimentos do ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo Cláudio Guerra (foto), indica que “foram levados para a Usina Cambahyba os restos mortais de David Capristano, comunista histórico, do casal Ana Rosa Kucinski Silva e Wilson Silva e de outros presos políticos, como João Batista Rita, Joaquim Pires e João Massena Melo”. Em uma série de entrevistas a jornalistas, Cláudio Guerra, ex-agente da repressão aos opositores da ditadura, “afirma que levou dez corpos para a usina”. Os corpos teriam sido retirados da Casa da Morte, um centro de tortura em Petrópolis, e de órgãos da repressão em São Paulo. “Mas não matei nenhum desses”, ressalta Guerra no livro. A usina pertencia ao ex-vice governador do Rio Heli Ribeiro Gomes, segundo o livro.