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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Waldyr Senna Batista

Quem primeiro usou como referência os cem dias iniciais da administração foi o presidente John Kennedy, dos Estados Unidos. A partir de então, em todas as partes, essa jogada de marketing tem sido copiada. Prestação de contas não é, pois período tão curto não permite qualquer realização expressiva.
O prefeito Luiz Tadeu Leite – que só agora conseguiu completar a formação de seu secretariado - estaria propenso a usar esse estratagema. E, certamente, vai aproveitar para bater na tecla da “herança maldita” e das dificuldades encontradas para o impulso inicial. Obra, mesmo, de destaque, só a inescapável operação tapa-buracos, ainda em andamento e sem pressa para terminar.
Como parte da chamada arrumação da casa,o destaque ficaria por conta da não renovação dos contratos de mais de quatro mil não concursados, a que se seguem contratações para setores emergenciais, como o de educação e saúde, neste inserido o combate à dengue. Diz-se que o critério para o preenchimento de vagas tem sido a utilização de contratos de noventa dias, período em que haveria concurso. A exigência principal é o QI(quem indica), no caso, necessariamente, um vereador. Assim se mantém a unanimidade na Câmara.
Paralelamente, quase sem ser percebida, desenvolve-se auditoria na documentação produzida pela administração anterior, encaminhando-se ao Ministério público tudo o que seja considerado irregular. Prevê-se a instauração de algumas centenas de inquéritos, o que obrigaria alguns integrantes da gestão passada a se ocupar com audiências e peças de defesa durante boa parte dos próximos anos. Com um complicador a mais: estaria sendo dificultado o fornecimento de cópias de documentos até para a prestação de contas obrigatória, cujo prazo termina em 30 de março. A ordem seria atender somente mediante pedido por escrito, que passa pelo crivo nada acelerado do setor jurídico, que está assoberbado.
Se houver mesmo o ritual dos cem dias, além dessas picuinhas, a reforma administrativa deverá ser destacada, para mostrar o que mudou na estrutura burocrática.O grande público não chega a perceber. Extinguiram-se secretarias e criaram-se outras, em cumprimento a promessas de campanha. Nesse capítulo, o caso da Transmontes é emblemático. Nela poderiam ser feitas intervenções, com inclusão e exclusão de cláusulas, como acontece normalmente em empresas da iniciativa privada, adequando-a aos moldes pretendidos. Mas como na campanha o candidato foi enfático ( “Vou extinguir a Transmontes”), já está na Câmara proposta de criação da MCTrans, com perfil em que a aplicação de multas é colocada em plano secundário.
Outro ponto a ser destacado na suposta exposição dos cem dias será a prioridade dada à construção do centro de convenções. O empreendimento vinha sendo conduzido por entidade privada e já dispunha de terreno, projetos arquitetônicos e dinheiro em banco para o início da obra. No entanto, como o prefeito vetou o local escolhido, no distrito industrial, optando por área nas proximidades do aeroporto, à margem da lagoa, o projeto voltou à estaca zero. Ele pretende implantar ali complexo voltado para o turismo. Para isso, estará se reunindo com o arquiteto Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro, a quem incumbiria de elaborar o projeto. Esse redirecionamento foi bem recebido, mas apresenta ônus elevado, já que implica em começar tudo de novo, inclusive sem o dinheiro que já estava garantido.
E, ao que parece, o prefeito Luiz Tadeu Leite quer marcar sua atual administração com empreendimentos de qualidade, redimindo-se de erros cometidos no passado, em que várias de suas obras apresentam defeitos graves. Assim é que ele viajaria neste fim de semana com destino a Curitiba(PR), onde iria contratar os serviços do mais renomado urbanista do Brasil, Jayme Lernner, que se consagrou por transformar a capital paranaense em cidade-modelo. A ele seria encomendado plano para solução do problema do trânsito em Montes Claros.
Se esses dois contatos, no Rio e em Curitiba, forem bem sucedidos, na festa dos 100 dias poderiam ser apresentados pelo menos dois fatos concretos, o que seria começo promissor.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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