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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: QUER A BALINHA DO DIA? O desafio da sobrevivência de um palhaço na cidade grande Eu vim lá de Porteirinha, sou um modesto caipira aportado na cidade grande. Um belo dia estava eu, debaixo do sol escaldante da “grande Arraial das Formigas”, na praça Coronel Ribeiro aguardando um ônibus coletivo (outro grande avanço para quem veio de Porteirinha) para dar uma passeada em um dos bairros da metrópole. Certo de que o atraso da lotação seria iminente, para não perder a paciência, comecei a observar algumas cenas do cotidiano da grande cidade. Um personagem me chamou a atenção, era um senhor, tinha uns 60 anos, o que me atraiu foi o fato dele ser aclamado por crianças, adolescentes e jovens de todas as classes e tribos que amiúde passavam por aquela praça. Quem seria esse homem? Percebi que ele era muito mais do que eu imaginava, até os carros paravam para aclamá-lo e, para minha surpresa, até os passageiros das lotações que ali faziam ponto. Pronto, descobri o porquê de tanto assédio, é que ele distribuía balas para todos que o aclamavam “Cadê a balinha do dia, Seu Édson?!”. Seu Édson, carismático e atencioso, vai sempre ao encontro de todos.
O que leva um cidadão a ter a idéia de distribuir balas em uma praça pública da cidade grande? Após essa indagação, percebi que se tratava de um dos 4 p’s que o marketing nos ensina na academia, mas o Seu Édson não precisou de academia, ele aprendeu sozinho a força da promoção, estratégia utilizada para alavancar sua barraquinha volante que, além de balas (é claro), comercializa outras doces guloseimas e até vale transporte.Meio sem jeito, mas com minha perspicaz curiosidade, cheguei perto do Seu Édson e comecei a fazer perguntas, numa delas eu mais uma vez me surpreendi, descobri que ele nasceu na Bahia e, há mais de 30 anos, trabalha com a barraca de doces na Praça Coronel Ribeiro, residindo em Montes Claros. Veio pra cá desde quando deixou a sua velha profissão de palhaço de circo. Daí o fascínio do público pelo Seu Édson, era mestre em conquistar as pessoas, desde a época do circo.
Seu Édson me parece um daqueles tipos de heróis brasileiros descritos por grandes autores como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Mário de Andrade. A figura do Seu Édson dá uma análise antropológica (taí uma dica para meus colegas antropólogos). Ele é um daqueles legítimos brasileiros que, mesmo diante das dificuldades, não desiste nunca, e sempre com a alegria inerente a um bom palhaço.
Opsss!!! Seu Édson me fez perder o ônibus... (...)

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