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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: OLYNTHO ALVES DA SILVEIRA

Dário Teixeira Cotrim

O Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros está de luto. Também de luto está a nossa augusta Academia Montesclarense de Letras. Aliás, todos nós estamos de luto. Morreu o acadêmico das letras Olyntho Alves da Silveira. Quase centenário. Lúcido e falante e na medida do que podia ainda participava das reuniões histórico-literário nas entidades que ele pertencia. Montes Claros inteira hoje chora a despedida de Olyntho da Silveira. O nosso confrade, doutor Wanderlino Arruda, presidente do IHGMC, na sua oração de despedida não conteve, pronunciou as suas palavras de elogio fúnebre profundamente emocionado. Disse-nos que “evocar-lhe a memória é um grato dever de todos nós”.
A dor de perder um ente querido é dor dolorida. Recentemente perdi o meu saudoso e inesquecível Pai. Somente uma semana separou a viagem do meu querido Pai (Ezequias Manoel Cotrim) da viagem do ilustre escritor Olyntho da Silveira. Portanto, eu sei muito bem o que está sentindo, neste momento difícil, a nossa confreira Yvonne Silveira e todos os seus familiares e amigos.
O confrade Olyntho da Silveira nasceu no Brejo das Almas (cidade de Francisco Sá/MG) no dia 25 de agosto de 1909. Ele era filho de Jacinto Alves da Silveira e de dona Maria Luíza de Araújo Silveira. Foi fazendeiro, comerciante (uma farmácia que lhe deu mais de sessenta afilhados), funcionário público, delegado de Polícia e delegado do Censo de 1940. Também era um homem político. Chefe do gabinete da Prefeitura Municipal de Francisco Sá e vice-prefeito municipal. Casou-se com a professora Yvonne de Oliveira Silveira com que escreveu o livro “Brejo das Almas”. Ainda escreveu outros livros: “O Filho da Enfermeira”, “Minha Terra e a Nossa História”, “Velho Brejo das Almas”, “Cantos Chorados”. Também constam de sua bibliografia os seguintes livros: “Cantos e Desencantos”, “Postais Versificados”, “Francisco Sá – Cinquentão”. Olyntho colaborou nos jornais de Belo Horizonte: A Tribuna e o Diário (Católico). Do Rio de Janeiro ele publicou na Revista Excelsior. Em Montes Claros publicou na Gazeta do Norte, O Operário, O Jornal de Montes Claros, o Diário de Montes Claros, o Jornal de Notícias e a Revista Montes Claros em Foco.
Olyntho era membro do Elos Clube de Montes Claros e pertencia a Academia Municipalista de Letras do Estado de Minas Gerais. Em Montes Claros ele pertenceu a Academia Montesclarense de Letras, onde fundou a Cadeira número 15 que tem como patrono o doutor João José Alves. Eleito para o biênio de 1978/1980, exerceu com brilhantismo o cargo de presidente da entidade. Durante a sua gestão a Comissão Organizadora da Revista (Yvonne de Oliveira Silveira, Olyntho Alves da Silveira e José Prudêncio de Macedo) lança a primeira Antologia da Academia Montesclarense de Letras.
No Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros ele ocupou a cadeira de número 50, que tem como patrono o jornalista Jair Oliveira. Participou da primeira Revista do Instituto com o texto “Lágrimas pelo Comendador”. Ainda falou o seu conterrâneo Antônio Soares Dias sobre Olyntho da Silveira, traçando-lhe o perfil de grande cidadão, cujas virtudes cívicas, cujo caráter puro e cuja dignidade inquebrantável lhe deram, na história da literatura montesclarense, um lugar proeminente. Em toda a sua existência ele soube, sempre, ser um exemplo conspícuo de dignidade e de sabedoria. E, finalmente nos dizia ele: “quando cair a noite nos meus olhos/ e eu não puder ouvir-te o chamamento/ é que transpus já todos os escolhos/ do mar da vida, mar de sofrimento (...) meu passaporte não será de volta/ pois neste jogo não se ganha a vaza/ mas fica-se tranqüilo, sem revolta”.

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