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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Nome: Isabel Maria Rosa Furtado Cabral Gomes da Costa E-mail: [email protected] Telefone: (23) 2451836 Cidade/UF: Viseu - Portugal /Po Mensagem: La Pietà Há uns anos, numa sexta-feira santa, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a minha atenção foi convocada para ´La Pietà´, que me fascinou como um céu cheio de cometas. Não pude deixar de me deter perante a incomensurável riqueza daquela obra de arte legada à Humanidade por Michelangelo Buonarroti que, pelo seu peculiar talento e brilhantismo, ombreia os deuses. Na verdade, a autêntica singularidade dessa obra reside na mestria com que aquele de Caprese, aos 23 anos de idade, soube esculpir no mármore, o estado de alma de ´sereno desespero´ de uma mãe que ampara no seu regaço, o filho cujo espírito partiu já deste mundo. Uma mãe com a alma amortalhada, desfeita em mil farrapos gélidos, segurando seu filho morto - Jesus de Nazaré, o Filho de Deus-Pai Todo Poderoso. Uma mulher, também ela, supliciada e crucificada, despedaçada por uma agonia dilacerante, à deriva num mar de pranto. Não é assim que se sente a mãe cujo filho foi assassinado? De que outra forma se pode descrever a mulher que é fulminada por uma dor do tamanho do mundo? E no entanto, contemplando a Virgem tão serena, resignada na sua dor, somos invadidos por uma inusitada sensação de paz, que se desprende da forma como esta Mulher aceita o drama que sobre ela se abateu. Ao apreciar, deslumbrada, este magnífico grupo escultórico de mármore, lembrei-me de tantas mães que perderam os seus filhos, os quais ressuscitaram para sempre na alma delas. E acendi uma vela por todas essas mães, pedindo a Deus que lhes dê sempre capacidade de resignação e de aceitação da sua incomensurável dor, já que esta, nada nem ninguém conseguirá jamais apagar do seu coração. O meu momento de recolhimento e oração foi interrompido por um vozinha miudinha que, atrás de mim, no colo de sua mãe, clamava, em bom Francês de Paris, que queria ir comprar os ovos de chocolate que lhe tinham sido prometidos. Olhei para trás e sorri para o menino sardento. Quando ele, com o seu ar reguila, me devolveu o sorriso, interroguei-me se ele conheceria o verdadeiro significado dos ovos da Páscoa. Saberia ele que o domingo de Páscoa é a ressurreição de Cristo, simbolizada pelo ovo, que representa o nascimento, o retorno da vida? Este é o verdadeiro sentido da mais importante festa da Cristandade, e é o único que eu gostaria de ver preservado no coração de todos e de cada um de nós. Voltei a olhar para trás, desta feita através da bruma do tempo, e vislumbrei, lá muito ao longe, uma menina de cinco anos de idade, sentada no colo de sua mãe que, beijando e afagando a face da menina, lhe explicava o significado dos ovos da Páscoa. A menina sorria docemente, com os dentes cheios de chocolate, e deliciava-se com tudo o que sua mãe lhe ensinava. Bem hajas, querida Mãe, por, no salão com lareira da minha infância, na hora do chá e dos ´scones´ quentes com manteiga, teres sempre partilhado comigo os teus conhecimentos.

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