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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Usina de biodiesel de Montes Claros é ´elefante branco´ - Helenice Laguardia - A usina de biodiesel Darcy Ribeiro, inaugurada pela Petrobras em Montes Claros, já nasceu com fama de elefante branco. ´O problema é de localização (está a 417 km de Belo Horizonte). A escolha é política e não técnicoeconômica´, criticou o consultor Univaldo Vedana, do portal www.biodieselbr.com. A usina custou cerca de R$100 milhões. Para uma usina de biodiesel dar certo são dois os pré-requisitos: ficar perto do consumidor e da produção agrícola. ´No caso de Montes Claros, nenhum desses detalhes foi observado´, reforça Vedana, para quem a produção será viabilizada em uma década.
Outro crítico da instalação da planta em Montes Claros é o professor Antônio Machado, coautor do livro ´Biodiesel Produção e Desafios´, junto com o professor Herbert Martins. ´É um projeto absurdo. O biodiesel vai fazer turismo energético de Montes Claros para Uberlândia, Brasília ou Betim para ser misturado. Isso vai aumentar o custo com o frete´, disse. No quesito custos, Vedana apresenta a seguinte conta: R$ 2 o litro de soja, mais R$ 0,30 pelo processo de transesterificação (veja quadro), outros R$ 0,50 de PIS e R$ 0,22 de Cofins, R$ 0,36 de ICMS, R$ 0,30 de custo da usina, mais lucro da usina de R$ 0,20, atingindo, no total, R$ 4. ´Isso sem margem de lucro para ninguém da distribuidora e na bomba, o que tornaria seu preço inviável economicamente´, ressalta. No último leilão de biodiesel da Agência Nacional de Petróleo (ANP), realizado em fevereiro, a Petrobrás vendeu a R$ 1,70 o litro. Um valor bem distante do custo de produção de R$ 4.
A rota metílica também gera polêmica. A tecnologia utilizada pelas grandes usinas brasileiras é importada de empresas como a norte-americana Krowon, assim como o álcool metanol é adquirido, na maior parte, dos nossos vizinhos chilenos. O metanol é necessário para separar o biodiesel da glicerina encontrada nos óleos vegetais e animais, num processo chamado transesterificação. Outro componente eficiente na separação é o etanol, o álcool anidro utilizado como combustível e produzido a partir da cana-de-açúcar. Baseado em metanol, o consultor Univaldo Vedana explica que o mote do ´biodiesel verde´ cai por terra porque não é 100% renovável. O professor Antônio Machado descreve o metanol como um combustível fóssil. ´Quando queima, está incorporando no meio ambiente um carbono que já tinha sido retirado dele. É usado porque a reação é mais econômica´, explica.
Sonho. O biodiesel é um projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a descrevê-lo como ´uma das coisas que mais me tocam neste governo´. A produção atingiu 1,2 bilhão de litros no ano passado e conta com capacidade instalada de 3,7 bilhões de litros em janeiro deste ano, de acordo com a ANP. É um dos projetos mais defendidos e badalados pelo atual governo. A dona de 90% da produção mundial de biodiesel ainda é a União Europeia com mais de 1,35 milhão de toneladas anuais. Na Europa o processo começou na década de 90. A Petrobras não se manifestou sobre o assunto e não apresentou respostas quanto aos custos de produção das usinas.
Futuro
Produto precisa encontrar a sua cana para ter preço - Mesmo criticando a localização das usinas e o fato de estarem paradas, como é o caso da Usina de Biodiesel de Cássia, no Sul de Minas, especialistas enxergam futuro no novo combustível, desde que se um produto mais rentável para a extração do óleo. Assim como o etanol encontrou na cana-de-açúcar a matéria-prima essencial, “nós precisamos encontrar a cana do biodiesel que possa produzir óleo a preço competitivo. Mas ela não passa pela mamona. Temos dezenas de plantas com potencial como o pinhão-manso, a macaúba e canola”, descreveu o professor Univaldo Vedana. Transformar o sucesso do álcool como combustível em realidade também para o biodiesel é questão de algumas décadas, admite o especialista. Além de Cássia, projetos como a usina de biodiesel de Fuserman, em Barbacena, e outras com concessão da ANP para operar em Minas, como em Araxá, Araguari, Varginha e Poços de Caldas, também estão em compasso de espera. “Cássia está parada por problemas técnicos e Barbacena está investindo na produção”, disse.

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