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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Dos Irmãos Pereira à Usina Darcy Ribeiro

Adriano Souto*

A Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, inaugurada pelo presidente Lula em Montes Claros, foi objeto de análise aqui nesta coluna, na semana passada. Nossa tese, neste caso em particular, é a mesma do presidente Lula, mentor das três usinas de biodiesel construídas pela Petrobras: “Vamos fazer biodiesel da mamona e resgatar a pobreza do semiárido”. A usina vai gerar emprego e renda, em especial nas pequenas propriedades da agricultura familiar, contribuindo para manter o homem no campo e evitando o êxodo rural. O produtor agora só vai deixar o seu Cariri apenas e tão somente no último pau-de-arara, como sonhava Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
O artigo rebate ainda aqueles que insistem em vender a sandice de que a usina de biodiesel de Montes Claros seria um “elefante branco”, argumentando que a cidade encontra-se distante 417 quilômetros de Belo Horizonte ou da refinaria da Petrobras, em Betim. O que se diria, então, da usina construída pela Petrobras em Quixadá, no sertão central do Ceará, a 160 quilômetros de Fortaleza e a milhares da refinaria mais próxima? São outros os interesses dos que “vendem” esta ideia, sem levar em consideração o custo/benefício entre manter um pequeno agricultor em sua terra ou em uma grande favela como a de Jardim Terezópolis, em Betim, do lado da Fiat e próxima da Refinaria Gabriel Passos.
Postado no site montesclaros.com, o artigo entrou na lista dos 15 mais lidos da semana. Na série de comentários dos internautas, separamos dois. O primeiro é assinado por José Gonçalves ([email protected]), de Belo Horizonte: “Sobre a polêmica a respeito da indústria de biodiesel, tenho a dizer que sou favorável à mesma. Sei que não é obra de Lula, a quem gostaria de ver fazendo greve de fome junto a Evo Morales e, de preferência, que vá e fique na Bolívia. Trata-se de grande investimento imaginado por cabeças pensantes de nossa ‘Aldeia’, como diz Augustão. Para quem não sabe, o início da extração do óleo de mamona em Moc começou em 1969/70, através da Valsa -Indústrias Reunidas Vale do São Francisco, fundada pelos Irmãos Pereira. O gerente era Josué Antunes. Lá também trabalhavam Ricardo Santos, Renê (meu irmão), Nem Faquir, Leônidas Leão, Juvenal, Agamenon Monteiro, Miltinho Almeida e outros, onde foi assinada a minha primeira carteira profissional de trabalho. Exportávamos óleo de mamona para toda a Europa. Então, caso não sirva para o biodiesel, o óleo de mamona (ricinus oleicus) que compramos e usamos como óleo de rícino, será de grande serventia para o crescimento das exportações de nossa cidade. E que venham muitos empregos”.
O segundo comentário é técnico e aborda uma opção aparentemente errada que teria sido feita pela Petrobras no sistema de produção da usina. É da lavra de Flávio Guterres Data, de Montes Claros: “Sobre o assunto biodiesel, e não entrando no mérito do custo nem do motivo eleitoral, posso contribuir no aspecto ambiental da usina de biodiesel, informando que a tecnologia adotada para a extração do óleo pela Petrobrás, utilizando o metanol, é muito mais perigoso e impõe riscos elevados, pela exposição da comunidade à inflamabilidade, ao contrário do que se fosse utilizado o etanol. Portanto, ambientalmente analisando, o modelo de produção adotado não foi o ideal”.
Como a Petrobras não se manifestou sobre as vantagens do etanol ou do metanol, o fato é que o Brasil só é hoje uma potência na produção do etanol porque, décadas atrás, foi criado o Proálcool, programa subsidiado. Também a Embraer, que era estatal, foi subsidiada. Hoje, lidera o ranking das empresas exportadoras. Se não começarmos hoje com o biodiesel, amanhã lamentaremos. Quem viver, verá.

(*) Adriano Souto é editor-adjunto de Política

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