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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: SEU TOTA!

Na pia batismal da campesina São José do Rio Preto-RJ, em 02/08/1883, nascia sob a égide do signo de Leão e sob as bênçãos dos anjos, Luis Alves de Medeiros, filho de João Jacinto e Ignácia Alves. Logo foi chamado carinhosamente de Tota. Desde a infância demonstrou firmeza de propósitos, virtuosidade e temperamento decidido.
Criou-se nas lidas da Fazenda Bom Gosto de propriedade dos pais. Habilidoso, aprendeu a fazer de tudo e sendo perfeccionista, deixava a sua marca de esmero. Logo foi para a mais carioca das cidades mineiras, Juiz de Fora, onde se matriculou no famoso Colégio Grambery.
Tornou-se um autodidata, homem culto. Falava o francês com fluência e
dotado de natural postura nobre, característico dos leoninos, desenvolveu a arte da oratória, em que sobressaia o seu belo timbre de voz, possante e resoluto. Em 1914, durante a Primeira Grande Guerra Mundial, mudou-se para a nossa vizinha Pirapora às margens do Velho Chico, onde juntamente com a esposa montou a padaria Flor do Sertão.
Desportista nato, atleta por convicção, dedicou-se às práticas esportivas, promovendo eventos. Dinâmico e empreendedor passou a criar gado de corte e plantio de hortifrutigranjeiros.
Com o advento da Segunda Grande Guerra Mundial, o engenheiro encarregado da construção do prolongamento da estrada de ferro convidou-o para montar uma filial da sua padaria aqui em Montes Claros, visando o fornecimento, de pão, biscoitos e leite para frente de trabalho do trecho Montes Claros-Janauba.
A cidade de Montes Claros era movimentada pelos quinze mil operários da construção da obra feita com interesse militar e financiada pelo Pentágono. A vida noturna era farta com dancing, boates, bares, cassinos e lupanares. Seu Tota fornecia fiado, em caderneta, às damas da noite, e as recebia condignamente na sua padaria. Nunca deixou de receber o devido.
Como era querido e respeitado, merecia a amizade de todos na comunidade. Tinha passagem livre em qualquer lugar ou evento que fosse. Durante a sua vivência prestou solidariedade a essas infelizes mulheres da noite. Nas suas doenças e nas suas mortes sempre se fez presente levando a sua palavra cristã e ajuda financeira.
Cada alma que Deus manda ao mundo, o faz em missão. Seu Tota alem da sua numerosa prole, criou doze filhos adotivos, recolhidos das ruas e recebidos das mãos de pais necessitados. Alma caridosa e carinhosa, Tota foi amado e respeitado por toda gente.
Quando criança, um dos momentos que me alegravam era ir até a Padaria Flor do Sertão para comprar pães e biscoitos para os meus pais. Escutar as sábias palavras de seu Tota, a sua alegria contando causos e receber das suas mãos petiscos de presente para experimentar. Biscoitos e pudins diversos. Sai sempre com o bolso cheio de guloseimas! Uma beleza!
Tota e dona Neném comemoraram 62 anos de casados com uma memorável festa que marcou época na cidade. Deus Pai o levou de volta aos 86 anos de vida dona Neném veio a falecer dez anos após, com a mesma idade.
Como homem deixou o belo exemplo de como viver com honestidade, severidade, competência profissional e com o coração aberto a todos. Tota sempre tratou o semelhante com fraternidade, pois todos somos filhos do mesmo Deus.
Tota é pai do notável jornalista Magnus Medeiros.

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