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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 19 de maio de 2024
 

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Mensagem: Rolando o lero

Waldyr Senna Batista

Foi dito aqui, na semana passada, que o projeto de recuperação da área central da cidade “é quase uma ficção”. Pequena parte dele até existiu, em condições de ser executado. Referia-se ao quarteirão da rua Simeão Ribeiro, entre a presidente Vargas e a governador Valadares, elaborado pelo arquiteto Aliomar Assis, por encomenda da CDL (Câmara de dirigentes lojistas), com apoio da ACI (Associação comercial e industrial).
Inspirou-se em modelo de Blumenau (SC) e pretendia implantar novo visual naquele trecho, com participação efetiva dos lojistas ali estabelecidos. A prefeitura entraria com a mão-de-obra. O projeto, denominado “Centro Vivo”, transformaria a Simeão Ribeiro numa espécie de shopping a céu aberto, mas prevendo também a possibilidade de cobertura da área. Concluída a primeira etapa, que serviria de amostra e de incentivo, o projeto poderia estender-se aos dois outros quarteirões da rua.
A proposta tinha o apoio da administração anterior, mas em vez de investir nela, o então prefeito Jairo Ataíde optou pela reconstrução da praça doutor Carlos, que era parte da solução do problema dos camelôs. Durante a campanha eleitoral, o projeto foi mostrado aos candidatos, tendo o agora prefeito Athos Avelino se mostrado entusiasmado com ele e prometido implantá-lo, se eleito.
Assumindo a prefeitura, ele nomeou comissão especial para realizar levantamentos e diagnósticos visando a elaboração de projeto que foi denominado “Viva o centro”, uma pequena sutileza, ao que parece, destinada a eliminar o “ranço” do “Centro vivo”, para que não representasse proximidade com o prefeito anterior. O atual prefeito preferiu começar da estaca zero, confiando o trabalho à arquiteta-urbanista Gardêna Caetana, que o dividiu em nove etapas.
Ao concluir a quinta, ela anunciou que o diagnóstico geral é composto de duas partes e define as diretrizes e metas da requalificação do centro. A primeira trata de conhecimento preliminar da situação atual, através de uma síntese da evolução urbana e social existente, seus serviços e deficiências. A segunda consiste na definição de alguns objetivos que direcionam as proposições que possibilitam uma visão global das intervenções, que estão colocadas em quatro etapas de implantação: emergencial, curto, médio e longo prazos.
Esmerando-se no “tecniquês”, a urbanista esclarece (sic) que o diagnóstico considera alguns aspectos relevantes sobre a área central, onde residem cerca de sete mil pessoas, a maioria alfabetizada e predominantemente jovem. Nela, estão instalados em torno de 5 mil estabelecimentos comerciais, havendo alternância entre comércio e residências em suas construções, sendo considerado pólo de educação e saúde. Alguns aspectos negativos também foram detectados, como poluição visual, obstrução de calçadas e passeios por mercadorias de lojas, falta de qualificação no atendimento ao consumidor e dificuldade de acesso para portadores de deficiências.
E quanto aos buracos das ruas e a solução para os engarrafamentos do trânsito, ela prossegue no mesmo diapasão, declarando que o programa Viva o centro (ex-Centro vivo) pretende melhorar a qualidade dos espaços públicos com ações específicas nas áreas sócio-econômicas, de infra-estrutura e histórico-cultural. As intervenções deverão abranger desde sistemas de água, esgoto, telefonia, elétrico e TV a cabo, até questões ambientais como arborização e poluição visual, padronização de lixeiras e bancas de revistas, melhoria na pavimentação (aleluia!) e reordenamento das vias e calçadas. E para que não pairem dúvidas, o texto assegura que a intenção é corrigir distorções decorrentes do crescimento acelerado e garantir o pleno desenvolvimento da cidade.
Pelo que se pode apreender da esclarecedora exposição, o projeto deverá prever o desmanche de tudo o que existe no solo e no subsolo de várias ruas da área central, numa operação ampla e radical, que envolverá prefeitura, entidades de classe, empresários e órgãos estaduais e federais.
E enquanto vai rolando o lero, o tempo vai passando pela janela e o mandato do atual prefeito já entrou na contagem regressiva da segunda metade. Haverá tempo (e dinheiro) para a concretização dessa maravilha que se anuncia, ou esse Viva o centro também ficará para o próximo prefeito, que certamente irá engavetá-lo para começar de novo?

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