Jornal de BH, no noticiário da noite: "Área ao redor de prédio interditado (em M. Claros) é liberada, mas moradores não voltaram"
Terça 23/04/24 - 22h07Jornal Estado de Minas, de BH:
Área ao redor de prédio interditado é liberada, mas moradores não voltaram
Edifício Roma, em Montes Claros, foi evacuado em 8 de abril por risco de desabamento.
Comerciantes e vizinhos retornaram nesta terça (23/4)
Luiz Ribeiro
icone relogio 23/04/2024 21:58
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Moradores e comerciantes do entorno do Edifício Roma, em Montes Claros, no Norte de Minas, tiveram autorização do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil para retornar ao local no final da tarde desta terça-feira (23/4). Eles tiveram que deixar a região no dia 8 de abril, quando o prédio foi interditado por risco de desabamento. Já os residentes do Edifício Roma continuam impedidos de voltar e não têm previsão sobre quando poderão ocupar novamente os apartamentos. O trânsito na região também foi liberado.
A permissão para a volta dos moradores à área ao redor do prédio foi anunciada pelo Corpo de Bombeiros após a emissão de um laudo, assinado por um perito independente, que atestou a estabilidade da estrutura. O especialista foi contratado pela Construtora Turano, responsável pelo edifício, atendendo a uma recomendação do Ministério Público Estadual (MPMG). No entanto, o Corpo de Bombeiros informou que o prédio continua sendo monitorado quanto à “inclinação”, “prumo” e evolução de rachaduras, admitindo que a área poderá ser isolada novamente se ocorrer “alguma mudança” em relação ao risco de desabamento.
Também nesta terça-feira, o promotor Felipe Gustavo Gonçalves Caires, da Promotoria de Defesa do Consumidor de Montes Claros, recomendou que a Defesa Civil do município faça uma vistoria técnica em todos os prédios construídos pela mesma construtora nos últimos três anos, para aferir a estabilidade das estruturas. A vistoria deverá ser concluída dentro dos próximos 15 dias.
Na tarde do dia 8 de abril, os moradores do Edifício Roma, de alto padrão, situado entre os bairros Cândida Câmara e São Luiz (região de classe média da cidade) tiveram que deixar suas casas às pressas depois que o prédio apresentou problemas na estrutura. Houve comprometimento de mais de um pilar, sendo que um deles apresentou sinais de flambagem (encurvadura) na ferragem. Quem habitava a área num raio de 60 metros ao redor da edificação também foi evacuado.
Conforme informações do Corpo de Bombeiros, deixaram a área isolada 127 pessoas, sendo 82 do entorno do prédio e 45 moradores do Edifício Roma, que tem o total de 20 andares, dos quais 16 dedicados a apartamentos. Eles foram abrigados em quatro hotéis da cidade, com despesas de hospedagem pagas pela construtora.
Foram interditados estabelecimentos comerciais das proximidades da edificação, incluindo bares e um posto de combustíveis. O trânsito também foi fechado em ruas e vias ao redor do prédio, sendo uma delas a Avenida Mestra Fininha, uma das artérias do município, que liga o Centro à Região Sul da cidade.
Laudo é ´conclusivo´, diz Corpo de Bombeiros
O comandante do 4º Comando Operacional dos Bombeiros (COB) de Montes Claros, coronel Júlio César Tóffoli, afirmou que a liberação para a “vida normal” no entorno do Edifício Roma somente foi possível porque o laudo emitido pela perícia independente atesta a segurança e estabilidade do prédio. “A partir de hoje, com o respaldo no laudo de segurança, a gente não vê a necessidade do isolamento tal qual vinha sendo feito. A gente acredita que a vizinhança (do edifício) já pode retomar suas atividades normais”, declarou o comandante dos bombeiros.
O oficial afirmou que o laudo da perícia independente é "conclusivo" e atesta a segurança da edificação e que o risco iminente (de desabamento) não existe mais. Mesmo assim, ele assegurou que não há previsão sobre o retorno dos moradores aos apartamentos do edifício. “Terão que aguardar os reparos na edificação para verificar se podem ou não voltar para os apartamentos”, afirmou.
Uma das ações realizadas para garantir a estabilidade do prédio foi a colocação de escoras metálicas, instaladas até pelo menos o 12º andar do edifício. Para realizar o serviço de escoramento, foi necessário a retirada dos móveis dos apartamentos.
O comandante operacional dos Bombeiros disse que a corporação, junto com a construtora, realizará um monitoramento diário do prédio em relação aos riscos de desabamento. “O Corpo de Bombeiros e a empresa continuam monitorando diariamente situações estruturais como trincas e inclinações. Se houver uma mudança na questão da segurança, a gente vai atuar novamente e, se for necessário, tomar as mesmas medidas de isolamento”, pontuou.
O coronel Júlio César Tóffoli alegou que não compete aos bombeiros entrar na parte técnica sobre as possíveis causas da interdição do prédio. Destacou que a função da corporação é garantir a segurança e tranquilidade dos moradores.
“O que nos dá essa segurança é o trabalho que foi feito desde o dia do sinistro até hoje e a participação de uma empresa independente, inclusive foi uma exigência do Ministério Público. Então todos os requisitos foram cumpridos por essa empresa independente e é um laudo técnico, um laudo pericial. Toda essa situação nos deixa em uma condição de segurança para permitir que a população retorne aos seus lares e retome a sua vida. Se houvesse uma dúvida, uma questão que fosse, a gente não estaria tomando essa medida de liberação das residências.”
O que diz a Construtora Turano
Na noite desta terça-feira, a Construtora Turano divulgou nota sobre a liberação do entorno do Edifício Roma para o retorno dos moradores e comerciantes ao local, após emissão de laudo técnico sobre a segurança e estabilidade do prédio. Eis a nota na íntegra:
A Turano Construtora comunica que o laudo técnico de liberação de todo o entorno do Edifício Roma já foi devidamente entregue ao Ministério Público, Corpo de Bombeiros e demais órgãos públicos envolvidos, o qual garante a segurança e estabilidade da edificação, não havendo qualquer risco para o entorno do Edifício Roma, estando liberado o retorno seguro e imediato às suas casas e suas atividades.
As medidas e ações de adequação na área terão início assim que o projeto definitivo estiver finalizado, para que haja o retorno dos moradores do prédio. Por fim, salienta que a empresa seguirá comprometida em dar andamento a todos os procedimentos próprios junto a cada um dos afetados.
A respeito da recomendação da Promotoria de Defesa do Consumidor de Montes Claros para a realização de uma inspeção nos seus prédios construídos nos últimos três anos, por parte da Defesa Civil do Município, a construtora informou que: “a empresa está ciente, foi notificada, irá informar o Ministério Público no prazo devido e todas as informações serão imediatamente disponibilizadas.”
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