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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O POVO CONTRA O POVO<br><br>Oswaldo Antunes<br><br>Somos um país com desigualdade social e racial gritante, injusta e antiga, mas aceita e tida como inevitável. Pretos, pardos, mulatos, índios e pobres, na vida pratica, não são iguais aos outros. Essa desigualdade é explorada nas campanhas eleitorais, quando se busca o poder, não para mudar, mas para mantê-la. Brancos e ricos podem usar Caixa 2; mestiços e pobres, não. O Presidente do Superior Tribunal Eleitoral está confirmando a impossibilidade de acabar com o Caixa 2, que sempre existiu nas eleições. A desigualdade de tratamento é um tipo de violência que não usa força física, vale-se de uma convenção falsa de liberdade. Suas vitimas não reclamam, chegam até a formar opinião a favor do opressor. Mas quem está fora do País, vê. O filosofo italiano Antonio Negri, 72,professor titular da Universidade de Pádua e professor de filosofia do Colégio Internacional de Paris, escreveu recentemente: ´Há vários meses, com doses a cada vez renovadas de hipocrisia e cinismo, o governo Lula está sendo praticamente linchado por toda a grande imprensa nacional. Em um país como o Brasil, a ´criminalização´ de apenas ´dois anos´ do único governo não oriundo elites, seria hilária se não fosse trágica. Apenas o preconceito de classe e até racial pode explicar tão leviana adesão a uma ´verdade do poder´ que - no Brasil - tem a mesma cara e a mesma violência da desigualdade social e racial da qual ela é uma triste representação.´ Já dissemos que a onda formada pela imprensa partidária está impedindo nossa primeira administração popular, que, aprendendo, acerta em muitos setores e erra muito politicamente. Essa onda, puramente eleitoral, prejudica, inclusive, a atuação dos bons jornalistas. Há poucos dias o jornalista Waldir Senna Batista, com imparcialidade e competência, criticou o modo darecepção ao Presidente em Montes Claros e disse que ele fez aqui campanha política. Quando há reeleição, como agora, o mal é esse: o que se faz em um período é tido como propaganda para o outro. E gera radicalização: da oposição e dos que defendem o governo. Sair hoje em defesa de um governo popular é ato de coragem. Porque a imprensa orienta a opinião púbica a negar o que está acontecendo de bom. Na economia, por exemplo. O projeto de criação de uma renda universal como a bolsa família, que o mundo vê com otimismo, o radicalismo classifica de demagogia. O aumento constatado da renda rural não interessa. Os recordes da balança comercial, a queda da inflação, o aumento do emprego formal, o menor risco Brasil de todos os tempos, tudo é esquecido. Lembra-se apenas, há quase dois anos, o deprimente episódio Delúbio-Marcus Valério. Cadê os confiscos do Plano Cruzado, a engabelação dos fiscais de Sarney com a hipócrita congelação de preços que acabou no dia seguinte à eleição? E as privatizações sub valorizadas do governo passado, o dinheiro publico para banqueiros, a compra da reeleição de FhC? Nada disso parece ter sido errado, simplesmente porque foi bem feito pela elite. A radicalização, até certo ponto, é necessária como conseqüência. Os que entendem que a imprensa já não é guardiã da verdade e alardeia o falso, não vêem outro caminho, senão o gueto ou a trincheira, para guardar o que é verdadeiro. E somente uma minoria, hoje, está vendo a tisuname da hipocrisia jogar o povo contra o povo.

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