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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: As grandes pequenas obras

Waldyr Senna Batista

No seu artigo de duas semanas atrás, o sempre correto jornalista Jorge Silveira estranhou que a prefeitura tivesse promovido ruidosa festa para a inauguração do alargamento, sinalização e pavimentação de trecho de menos de 500 metros da avenida deputado Plínio Ribeiro. Na opinião dele, não se justificava a festança, com foguetório, fanfarra e discursos para tão pouca coisa.
Na verdade, a obra em questão tem especial significado político e eleitoral. Ela figurou como item importante na última campanha, por ter a comunidade vizinha se mobilizado para obter dos três candidatos a prefeito o compromisso de corrigir o problema gerado pelo perigoso cruzamento. Assim, qualquer que fosse o eleito, havia a garantia de implantação do melhoramento. Vitória da comunidade, que pode ter exagerado ao apelidar o local de “avenida da morte”, expressão que a administração está agora aproveitando para efeito publicitário. A reivindicação era procedente.
Sobre os reparos feitos pelo articulista, cabe frisar a subjetividade que às vezes envolve o conceito do que seja grande ou pequeno. Nem sempre se trata de simplesmente utilizar a trena, tudo varia segundo a utilidade e a premência das coisas sob exame ou de acordo com a visão de quem as observa. Exemplo: certo dia, em visita à cidade natal, o irreverente Darci Ribeiro chamou de “rego” o canal de concreto da avenida sanitária, então recém concluída. Causou mal-estar, pois, para a população nativa, a obra tinha outra dimensão. Acostumado a ver obras monumentais nas grandes cidades onde morou e com visão universalista, para o visitante o canal não passava de rego.
No caso do serviço realizado na avenida, para a atual administração municipal, aquela foi sua obra mais expressiva. Tanto assim é que, na edição de número 3 do boletim oficial “Nossa cidade”, ela encabeça a lista das 30 maiores obras da prefeitura em 2005, designada como “Humanização da avenida Plínio Ribeiro”. As outras referem-se a reparos em prédios escolares e centros de saúde, construção de passarelas, iniciativas ainda em andamento ou apenas cogitadas e asfaltamento de pequenos acessos em bairros periféricos. Todas iniciativas de reduzido volume, mas importantes para os usuários das áreas beneficiadas.
No início do ano passado, logo após a posse, registramos aqui que pessoa bem posicionada no mais alto escalão da prefeitura definiu assim as pretensões da gestão que se instalava: “Nossa administração será de pequenas obras”. E, pelo que se viu até agora, tomando-se por base o que tem sido alardeado como “as 30 maiores obras da prefeitura de Montes Claros em 2005”, como consta do boletim, assim será. Conquanto se deva levar em conta a ressalva contida no rodapé da publicação: “As ações divulgadas neste informativo são apenas uma amostragem de cada secretaria e autarquia. Todos estão fazendo muito mais. Nas próximas edições estaremos destacando novos feitos da administração popular que vai marcar a história de Montes Claros. Acesse o site da prefeitura de Montes Claros e conheça a lista completa das mais de 90 obras espalhadas por todos os bairros de nossa cidade”. Soou como se, concluído o trabalho, o redator intuísse que o balanço não fora há muito convincente...
O primeiro ano de qualquer administração costuma ser muito difícil e pouco produtivo. Mas o prefeito Athos Avelino certamente não irá fiar-se em recursos próprios do município para a realização até das pequenas obras, porque a arrecadação da prefeitura é insuficiente. Se gerenciada em regime de guerra, sem pretender vôos mais altos, dá para equilibrar a receita com os gastos de custeio e os serviços corriqueiros. Não é fácil pagar salários, ainda que irrisórios, a 7,5 mil funcionários. O pouco que sobra fica para o que se pode denominar de pequenas grandes obras – ou vice-versa.
O chefe do executivo está consciente disso, como deixou claro em entrevista concedida há dias, quando anunciou investimentos de R$ 200 milhões, com recursos que espera vir da Copasa e de secretarias de Belo Horizonte e ministérios de Brasília.
Tudo leva a crer que a frustração do nosso amigo Jorge Silveira só tende a aumentar nos próximos três anos...

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