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Mensagem: O CONFUSÓRIOOswaldo AntunesEntre frases que demonstram a dificuldade de a gente escrever o que pensa, ecoletadas em provas vestibulares no Rio, vale reproduzir algumas como pontode partida para o comentário: ´o Brasil é um País abastardo com um futuropromissório parece que confusório e preocupatório também´; e, ´ precisamostirar as fendas dos olhos para enxergar com clareza o número de famigeradosque aumenta´. As frases parecem mais absurdas do que realmente são, namedida em que, além dos erros lingüísticos, denunciam uma incerteza que estálevando ao desentendimento quase generalizado, já que atinge a todos nós.Com o respeito devido, vamos compara-las com outras, aparentemente bemconstruídas, recentemente, ditas pelo Cardeal Presidente da CNBB. Mas,antes, vale lembrar o que diz o brocado jurídico: ninguém pode possuir aparte incerta de uma coisa. E está muito incerta no Brasil essa coisa que sechama realidade.Ao afirmar que pouco dinheiro não resolve o problema dos excluídos, queprecisam de emprego, o eminente Cardeal faz uma afirmação que parece certa aprincipio, mas se torna incorreta em face da realidade. É certo que a ajudada bolsa família não resolve o problema de emprego, assim como o vestibularnão resolve o problema do ensino. Mas na realidade esse pouco dinheiro ajudaa minorar a fome de milhões de pessoas. Posteriormente, desmentindo asexpressões ´politicalha para garantir votos´ e ´governo mais submisso aosbanqueiros da história do País´, o Cardeal colocou duas sentenças que, com adevida vênia, também merecem exame: ´-Reconheço que o Governo do PresidenteLuis Inácio Lula da Silva tem mostrado sensibilidade pelos mais pobres dapopulação, embora insistamos que a situação de desemprego estrutural no Paísrequer medidas também estruturais como condição para a sua estabilidade´;É acaciano que a correção do estrutural requer medidas estruturais, mesmoquando há incerteza no conhecimento dessas estruturas. Mas pedir que medidasvenham estabilizar a situação de desemprego, na melhor das hipóteses é errode expressão. Além do que, do Governo, a grande estrutura, fazem parte ostrês poderes, os meios de informação e a sociedade. A critica não deveria,assim, ser dirigida, nominalmente ao Presidente da Republica. É erro deentendimento.Outra frase: ´-Auguramos que o Bolsa Família, além de responder ao direito àalimentação, como direito fundamental à vida, consiga solidificar asmudanças qualitativas que favoreçam a uma real inclusão´.A bolsa família foi criada como tentativa de compensar a falta dedistribuição de renda e diminuir a fome de milhões de brasileiros semtrabalho. E, evidentemente, não pode solidificar mudanças, nem de imediato,como num passe de mágica, nem a médio prazo, porque as grandes mudançasqualitativas, que devem vir para favorecer uma inclusão, serão fruto dodesenvolvimento. E fome não é fator de desenvolvimento.Como se vê, os erros e acertos se interpelam. E os de baixo, que não têmdono, respondem aos de cima. Sem dúvida, tudo muito confusório epreocupatório, como diria Dadá Maravilha.
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