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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Leio que a PM de Montes Claros – o Décimo Batalhão de Infantaria, como era chamado – faz 50 anos, por estes dias.<br><br>Fecho os olhos. <br><br>“Convosco recomponho, revenho ver” (Guimarães Rosa dita ao meu ouvido):<br><br>Tenho 5 anos e o homem que me leva pela mão é meu pai. <br>São 8 horas da noite e vamos pela rua Quinze, quase escura.<br><br>Paramos diante da Loja Imperial, na esquina da praça Dr. Carlos.<br><br>Há um rumor diferente na cidade. <br><br>Daqui a pouco, o som da charamela despontará na distante esquina e um pelotão de homens, todos de amarelo com cuias na cabeça, passará diante dos meus olhos de menino.<br><br>Pai, o que é ?<br><br>É o batalhão, meu filho. Chegou o batalhão ! Veio de Belo Horizonte.<br><br>O ruído dos pés batendo no chão é este que ouço. Ficou também o dobrado, a música - cinqüentenária, sei agora.<br><br>Ouço os passos daquela noite. E a mão do meu pai – diante do céu que não se apaga - está úmida junto da minha mão, querida Montes Claros.<br><br>Mas ouço, dolorosamente, o gemido das árvores que tombam na avenida coronel Prates, e das máquinas que as levantam pelo pescoço.<br><br>Por favor, chamem o batalhão.<br><br><br>(Enquanto não vem o batalhão, o poeta Agenor Barbosa, o menino e o pai do menino recitam pelo caminho de volta:<br><br>“À doçura sem fim do silêncio, que espalma/ as suas asas sobre a noite, eu me avizinho/ de minha terra, que me acena como um ninho/ e, na distância, é sempre linda e sempre calma./<br>A minha terra vive dentro de minha alma.../Deixem que fale o coração devagarinho.../ Que eu pare um pouco, em meio à sombra do caminho/ e lhe teça, a sorrir, este canto e esta palma/<br>Ouço de longe a voz do berço que me chama/ Voz serena, de amor, de carinho e piedade/ que é suave como um beijo e arde como uma flama/<br>Minha terra Natal! Minha velha cidade! Dentro do coração que te pertence, clama a dor do meu exílio e da minha saudade”.)<br>

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