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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

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Mensagem: SAUDADE E FUTURO<br>A choradeira provocada pela demolição do prédio onde funcionou um colégio,<br>e depois esteve alugado para sede provisória da Prefeitura, é puro<br>sentimentalismo, respeitável mas injustificável. Vamos refletir sobre o<br>assunto. As decisões apenas baseadas em um sentimento não são o que se<br>costuma chamar de melhor caminho. Chega a ser ridículo alguém reclamar<br>porque uma velha mangueira, que não podia continuar dentro do prédio a ser<br>construído, foi cortada. Mangueiras, nos quintais de quase todas as casas<br>das cidade, é o que mais existe em Montes Claros. É basbaquice pura, espanto<br>por nada, lamentar pelo que pode ser substituído com vantagem e esquecer os<br>benefícios do progresso. E chega a ser impiedoso sobrepor o corte de uma<br>mangueira ao sofrimento e morte de tantas crianças por ai. A alta sociedade,<br>que se diverte e alimenta ilusões, também gosta de banalidades.<br>A história de uma cidade e sua trajetória urbanística não pode ser avaliada<br>ao sabor dos sentimentos pessoais. Isso porque o uso das tradições precisa<br>ter perspectivas que o justifiquem. Até o folclore, a cultura popular, se<br>normatiza na tradição. Haveria, por exemplo, interesse turístico na<br>manutenção de um prédio comum, somente porque serviu a um colégio onde<br>estudaram as pessoas que estão chorando? Qual a possibilidade teria aquela<br>construção de argamassa, e seu enorme quintal, de servirem à criação de um<br>espaço cultural, que justificasse o seu tombamento? Estaria a antiga sede do<br>seminário, que a própria Mitra resolveu vender, ligada à nossa história<br>arquitetônica, de modo a ajudar a entender a constituição do feio urbanismo<br>local? Esse urbanismo está resumido em alguns velhos sobrados abandonados e<br>milhares de casas comuns transformadas em um tipo de comercio de vilarejo<br>que tomou conta da cidade. <br>É difícil apontar outro aspecto, fora a saudade gostosa de tempos de<br>juventude, para justificar a permanência daquele imóvel em detrimento da<br>construção de um edifício comercial que vai gerar empregos e,<br>conseqüentemente, ajudar pessoas a viver melhor. Ali não havia imagem ou<br>forma que justificasse a preservação. Sequer a cidade, considerada como um<br>todo, tem aspecto colonial ou de outro tipo histórico a ser preservado. E se<br>o antigo seminário não tinha como justificar seu tombamento, só a saudade de<br>algumas pessoas não o justificaria, embora justifique as belas crônicas que<br>foram escritas a propósito. Mas não é com a saudade do passado que se<br>constrói o futuro.

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