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Mensagem: COISAS QUE FALTAM<br><br><br>A verdade é que está faltando alguma coisa pra alegrar a vida do cidadão.<br><br>Do velho e do novo.<br><br>E dos mais ou menos e até dos que se acham bem menos do que mais. <br><br>Quem vai nos devolver aquela velha caminhada , despreocupado da vida, pelas esquinas e ruas da nossa velha cidade?<br> <br>As pessoas andando pelas calçadas, no vai que vem, natural , os rostos conhecidos dos amigos e semblantes misteriosos de desconhecidos.<br><br>E ver de perto o amor nos olhos dos casais. <br><br>Dos cumprimentos e abraços nos mais chegados ou simplesmente parando pra tomar um cafezinho no bar e perguntar pela saúde do velho dono, e dos filhos, e dos fregueses e pagar um cigarro retalho pra alguém que a vida nunca sorriu.<br><br>Do silêncio da natureza e dos sons da cidade. <br><br>Acústicos.<br><br>De um enterrar de um pé numa poça d’água, de poder se ouvir um carro , ao longe, pegando empurrado. <br><br>E o som rasgado de uma campainha de bicicleta (de apertar com o dedo e com força).<br><br>Uma mãe, aflita , gritando embaixo de um pé de manga-rosa : “desce daí menino enfuzado!”; <br><br>De passar na porta da casa da aula de datilografia, ouvindo “remingtons” e “olivettis” sofrerem nos dedos dos aprendizes até alcançarem frêmitos sons de metralhadoras , a tarde inteira .<br><br>Do som do apito da fábrica tocando nas horas certas para ferir ouvidos de incertas amadas, fazendo nos virar o próprio e grande Noel. <br><br>Essas coisas, e outras mil, estão faltando. E a minoria, nunca silenciosa, sabe.<br><br><br><br>Abraços a todos, principalmente para o amigo Maroto, colega de carteira da sala do Irmão Geraldo Damasceno e de recentes trilhas gonçalinas. E, para “eu fiz um A, eu fiz um Ene...”, sempre ao lado, também. Mais que justa a homenagem. <br><br>Flavio Pinto

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