Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de setembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: ELEGANTES RACHADAS



O povo daqui dessas faladas alterosas, pelas redondezas e adjacências, d’alhures, acolá ou mais não sei de onde, e todos aqueles que o detestam, seu cheiro, sabor, histórias, mentiras e verdades, gostam de chamar os que gostam de pequi – alguns carinhosamente e outros nem tanto - de roedores, como se ruim e animalesco fosse a prática dessa eterna delícia, que é roê-lo até ficar branquinho e começar a aparecer as pontinhas dos espinhos.

Claro que, indelicadamente, tenta-se aí (não por todos) uma forma de rebaixamento qualquer, por fora das entrelinhas.

E ficam sempre surpresos de não haver nenhuma reação da parte do povo viajante das terras quentes do norte, até pensando que este faz grande esforço, para não retrucá-lo, ou ficar chateado.

Mera educação.

Até que, num dia qualquer de suas miseráveis - e completamente sem graça e sem sal - vidas de gente que nunca comeu pequi ou tomou suco de umbu, percebem que nunca existiu força ou vontade pra contrapor quaisquer más respostas ou mesmo feridas nos pretensos sentimentos agulhados de nossa sensibilidade.

Mera piedade.

Porquê ? Dirá o incalto.

Que é este mesmo incauto, eterno imprudente , só que ligeiramente - ou inteiramente - tonto, com a língua aguçada e a cabeça sempre vazia.

Em qualquer bar dessa gostosa e verdejante capital, ele existe.

E em tal conversa que os padrões normais existentes para uso comum (futebolísticos e políticos) tornam-se escassos na verborréia afiada dos referidos e sistemáticos roedores, quando cruzam velozmente as fronteiras do absoluto desconhecido, bem pra lá de onde Judas perdeu as meias.

Embora sejam, nada mais nada menos do que o encontro de amigos e conterrâneos, aquela velha conversa gostosa, aliás e sempre, boa de doer, cheia de casos. Todo dia um caso novo.E suas nuances, de rir e chorar ao mesmo tempo. Os olhos, à toda hora, molhados da mais pura emoção.

É quando tem sempre um desses por perto, incalto , bêbado, pseudo membro da ‘inteligentzia” local, louco para adentrar à transcendental conversa do povo do sertão.E derrubar. Ou tentar.

E, como sói acontecer, nestas grosseiras e vãs tentativas de ocupação do ego alheio, sobra sempre para este alguém sabe quem : acaba não se dando tão bem como pretendia, que nem o próprio Freud explicaria ou sairia por cima.

O incauto, então, já menos tonto, naqueles 30 segundos de recomposição geral e estratégica, dá solene meia volta e, no sentido totalmente contrário , navega em direção a territórios de outros povos existentes - a lugares mais fáceis e razoáveis, de preferência - na face oculta do belo boteco.

E o ultraje, que a rigor, não é nada disso, muito pelo contrário, fica na lembrança.

Certamente, mais na dele do que na nossa.


Abraço a todos.

Flavio Pinto

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima