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Mensagem: Aqui, onde todos contam histórias de M. Claros, vou contar uma. (Espero que muitos façam o mesmo, para nossa maior riqueza).<br>É história real, acontecida no início do século passado.<br>O personagem ?<br>O grande poeta, seresteiro e jurista João Chaves, que ainda assim era chamado depreciativamente de rábula. É possível que apenas raríssimas cidades, como a nossa, tenham reunido numa só família nomes tão notáveis, como Antônio Gonçalves Chaves (nome do fórum), João Chaves (O Bardo) e Monzeca, o grande editorialista mineiro.<br>À história, pois, que o nariz de cera já vai grande.<br><br>Certa vez, numa serenata, João Chaves, mocinho, foi desafiado a musicar a história francesa atribuída ao escritor Emile Faguet. O apólogo narra o caso da mãe extrema que concordou que o filho lhe arrancasse literalmente o coração do peito e o levasse, palpitando, à sua amada, que o exigia como prova de amor.<br>No caminho, esbaforido, tropeça, e cai, o filho - e o coração da mãe, rolando pelo chão, pergunta: ´Tu te machucaste, meu filho?´. <br>(São as mães, as mães são assim - ouço o imortal Ghiaroni, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, dizer-me ao ouvido).<br><br>Imediatamente, o João Chaves de uma Montes Claros de 2 mil habitantes empunhou sua lira e ali mesmo, ao luar e ao campo, talvez numa de nossas ruas, improvisa a melodia que conta toda a triste história.<br><br>Os colegas, embevecidos, a ouviram. <br>Ao final, um deles, o seu maior amigo, saca de um revólver e atira 5 vezes em direção a João Chaves. E sentencia:<br><br>- Uma pessoa como você não pode viver. Tem que ir para o céu, cantar para os anjos.<br><br>(João Chaves, por sorte, não foi ferido e viveu até 1970, quando uma grande serenata, da cidade inteira, exibiu - (e foi mostrada pelo nascente Fantástico, da Globo) - o que ele significa para nós. Significa, no presente do indicativo.<br><br>Conto esta história, porque a cidade anda meio triste, acabrunhada, esquecida de suas glórias passadas. <br><br>Esquecida de que tem história, e de que, quem as tem, e cultiva, e delas não se envergonha, não se perde pelo caminho.<br><br>Estamos assim zonzos, mas há caminho. O caminho, diz o poeta, é caminhar, sabendo de onde partimos.<br>Obrigado, já me vou.
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