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Mensagem: Cine Fátima Quase todos os dias passo em frente ao antigo Cine Fátima e testemunho a transformação do lugar.Do que era ontem, hoje praticamente nenhum vestígio restou. Hoje simplesmente se transformou em mais uma loja,uma grande loja,mas uma“simples”loja. Quando virou bingo há mais de 10 anos atrás,houve pouca modificação na estrutura exterior, parecia que o cinema tiraria férias por um tempo para depois voltar, e como bem diriam os franceses, em “reentré ”triunfal. Esperança sem nenhuma razão de ser, diante do quadro atual dos cinemas fora dos shoppings, mas esperança, e enquanto há vida ... Mas agora não, a realidade veio rápida e sem volta,de sua moderna e bela arquitetura só se aproveitou mal,mal,as paredes externas e os pilares internos , o resto“se foi na poeira“. É como se,de uma bela maçã, se comesse a casca e jogasse o resto fora. Parece que uma parte de mim se vai, é a história se “desconstruindo” à nossa frente. Se me tocou assim tão fundo,eu que nem tenho tantas lembranças assim, imagino o que está sentindo quem viveu anos e anos com o antigo cine,ou desde o início, como por exemplo o Dr. Luiz de Paula. Me lembro de Dr. Luiz falando do tempo em que o dono do cinema perguntava aos amigos, assíduos freqüentadores, de tempo em tempo, qual filme que eles achavam que deveria passar novamente no cinema, eles constantemente pediam “Allá en El Rancho Grande(1936),de Fernando Fuentes, com Tito Guízar,(que descobri depois que é considerado um dos 100 melhores filmes do cinema mexicano.) esse tempo um dia existiu, e mesmo sem ter vivido isso, imagino como deve ter sido,e pasmem !!! sinto saudade . Como também deve sentir saudade o sr. Benjamim, que foi operador de projeção e é pai do meu amigo Alex . Já o conhecia há muito tempo e só recentemente descobri que ele foi operador do Cine Fátima, mundo pequeno esse hein ? Mas tem nada não, o trem da história passou (o trem mineiro se foi, mas quem sabe,pode voltar), mas continuando, a história vive,sempre viveu e sempre viverá na mente e no coração das pessoas. Em minha pequena história descobri isso, descobri quando a MinasCaixa foi fechada. Eu que trabalhei lá por quase 10 anos descobri que a MinasCaixa não eram os prédios em que nós trabalhávamos, nem os móveis, nem o dinheiro que era movimentado, nem tampouco os papéis que garantiam, em alfarrábios sem valor, que ali era uma autarquia estadual com capital 100% público e coisa e tal e tal e coisa . Na realidade o Cine Fátima (assim como a MinasCaixa), era a gente, a gente que trabalhava, que se divertia, que sonhava, que sorria ou que chorava. É, o Cine Fátima era e ainda é o que sempre foi:“ gente ”,e gente você sabe, “gente é outra coisa !!!” Ps.: Não consegui encontrar nenhuma foto do antigo Cine Fátima, alguém aí tem?
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