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Mensagem: Hoje é domingo. E mesmo sendo domingo, estamos aqui sem poder conversar, devido ao barulho ensurdecedor que vem da construção ao lado. Ontem, vi mamãe rezando no alpendre, pedindo a ajuda de Joaquim Nagô (religiosa, folclorista e montesclarense é assim mesmo) para que este barulho tenha fim. Depois rezou seu terço, conversando diretamente com Deus. Ela está certa. Fez seu pedido logo para a autoridade máxima, visto que as autoridades de Montes Claros liberaram o barulho. Sim, gente. Lembram da reunião do CODEMA do ano passado, quando sugeri que todos fossem participar? Vocês não foram. Eu fui. E nunca comentei nada do que lá se passou. Muitas vezes vim até ao computador, com esse propósito. E desistia. Gosto de ver sempre o lado positivo das coisas. Mas como nada de bom aconteceu naquela tarde, eu teria de falar apenas sobre os absurdos que presenciei. Em respeito às pessoas daquele Conselho, preferi me calar. Agora, porém, penso diferente. Contar a verdade não é desrespeito. Desrespeito foi o que fizeram a todas as pessoas de bem de Montes Claros, que foram até lá, acreditando que haveria uma análise imparcial de um projeto de impacto do meio ambiente. Acreditando na Justiça. Não vou fazer aqui uma recapitulação de tudo que houve, porque seria uma mensagem imensa. Trata-se de um pequeno resumo. Evidentemente, o maior choque que recebi, foi ver a aprovação do estudo apresentado, sendo que o estudo, na verdade, era incompleto. Isto é, mesmo sabendo que o estudo era fraquíssimo, sem mencionar diversas questões importantes, foi decidido por unanimidade a sua aprovação, “porque, com certeza vão fazer tudo direito”. Enfim, deram um voto de confiança. Sem notarem que, ao fazer isto, jogaram por terra toda a credibilidade do órgão que representavam. Mas isto foi o final da peça que assisti naquela tarde. Sofri diversos outros choques antes. O primeiro veio quando percebi que não havia um consenso sobre o significado da palavra meio ambiente. Os conselheiros não chegaram a um acordo sobre o que poderia ser considerado meio ambiente ou não. O segundo choque, foi ver que tinham a intenção de premiar uma empresa da cidade, famosa pela poluição, porque estão melhorando. Só que ainda não melhoraram o suficiente para uma premiação. Felizmente, desistiram da idéia, graças a intervenção de um membro do grupo Cidade Verde, Cidade Viva. O oitavo choque...( ué, mas e o terceiro, quarto, quinto, sexto e sétimo? Como eu disse, a mensagem ficaria muito longa se eu fosse contar tudo, e eu não parei de ter choques o tempo inteiro.)...Bem, o oitavo choque aconteceu quando falaram sobre o barulho. Com certeza, seria imenso durante a construção. Chegaram à conclusão que não há construção sem barulho. Por esse motivo, estavam liberados, visto que impedir o barulho, seria impedir a construção. Ainda me lembro do representante do presidente do Codema dizendo algo assim: “ Então, ..então como fica? Existe a lei do silêncio mas ... Já que não pode ser cumprida, estão não precisam cumprir.” !!! Pouco depois, um deles falou que o barulho de uma construção é mesmo terrível, mas as pessoas não percebem porque apenas passam por lá...Numa prova total que aqueles que moram ao lado não são considerados. E mais adiante, tive de ouvir novamente, que a avenida é comercial. E que portanto, quem mora nela é que tem de se adequar. É inacreditável como estão convencidos disto. Eu ainda vou até a prefeitura ler este plano diretor. Quero ver onde está escrito que nas áreas comerciais, o ser humano não tem direitos. No meu ponto de vista, quem teria de se adequar, seria o Bretas. Há pessoas morando e outras trabalhando ao lado. E, se existe uma lei do silêncio, ela precisa ser cumprida. Essa lei, com certeza, não foi criada sem razão. Ela foi criada, porque o barulho em excesso prejudica nossa saúde. Pelo visto, aquelas pessoas na reunião, não sabem disto. Há um volume máximo que podemos agüentar e há um tempo que podemos agüentar. Uma telefonista, por exemplo, não pode trabalhar mais do que seis horas por dia. As empresas não podem argumentar que, por ser impossível trabalhar como telefonista sem ouvir barulho, elas não precisam cumprir a lei. O problema foi resolvido liberando-as mais cedo do serviço. Por que não o mesmo com as construtoras? Na verdade, em Belo Horizonte é assim. Recentemente, recebi a visita de um amigo da capital, que também mora ao lado de uma construção. Segundo ele, param o trabalho as quatro da tarde! E jamais trabalham aos sábados e domingos. Assim, quem trabalha ou mora ao lado, se refaz. Aqui, o barulho começa logo cedo e só termina tarde, muito tarde, depois das seis. Houve um dia que trabalharam até as oito. Bem no dia que Tico Lopes veio aqui entrevistar minha mãe. Tiveram de ficar esperando longo tempo até que houvesse silêncio. Nos fins de semana, o barulho continua. Não estavam trabalhando aos domingos....Mas hoje é domingo. E ninguém está agüentando. Meus caros amigos da Secretaria do Meio Ambiente, socorro! Há momentos que parece que vamos enlouquecer! Não há cristão que possa suportar isto. Em conversa com eles, ouvi que em breve isto vai acabar. Que esta é a última semana. Mas, há várias semanas dizem a mesma coisa. Além disto, não agüentamos mais um dia! Meu maior medo é chegarem a conclusão ser impossível um super mercado sem barulho, mantendo assim a permissão de ignorar a lei mesmo depois do Bretas pronto. São muitos os que nos dizem para vender nossa Chacrinha, entrar numa grana preta e nos mudarmos para outro local. Vale dizer aqui, que no estudo de impacto da vizinhança, foi dito que fomos beneficiados, porque nossos terrenos agora valem mais. A maioria concorda, sem pensar no que isto significa. Isto significa que a vizinhança não foi considerada, que pode ser mesmo que venha a ser insuportável continuar a morar na avenida, e estão nos mandando embora! Quando, na verdade, o estudo deveria provar que os vizinhos podem ficar tranqüilos porque nossa vida não será alterada. Para mim, que não tenho a menor intenção de acabar com tudo o que meu pai construiu, e que penso em nossa casa como parte da História de cidade, vender o terreno para ser tudo jogado no chão a fim de que seja construído mais um caixote, é inconcebível. Costumo até dizer que nossa casa agora, com tudo o que está acontecendo com nosso patrimônio, tornou-se uma espécie de sede da “resistência”. Para isto porém, vamos precisar de paz. Assim, volto a pedir aos senhores (sei que todos tomam conhecimento do que é postado aqui), que revejam o que foi decidido naquela fatídica reunião. Não somos nós que temos de nos adequar. São eles. Agradeço por antecipação todas as providências tomadas.
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