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Mensagem: “ PITOMBADA” <br><br> Transcorria o ano de 1976 nos folclóricos Montes Claros. Terminada a construção da BR 135, ainda sem a camada asfáltica, e os acidentes se sucediam; dado à poeira que se fazia, provocado pelo trânsito constante de veículos, indo e vindo rumo à Capital. A imprudência imperava, na emoção em se usar o novo.<br> Walduk preparara uma viagem a Belo Horizonte em uma caminhonete importada. O motorista escolhido fora Lincol Mesquita, conhecido corredor e maluco por emoções. Na ocasião insistiram em levar o Zé Amorim, com o restante da turma para que a viagem e a estada na Capital fossem agradáveis e divertidas.<br> Zé recusava-se a ir, alegando que não viajava “com doido no volante”. A turma, entretanto já combinara em não ceder, e acabaram por levá-lo, mesmo contra a sua vontade, já que sabia do risco que se fazia numa viagem daquelas. Referindo-se a Lincão, disse: “Esse homem é um horror! Um perigo para a vida de um pai de família!” Amorim desconhecia que Lincol já houvera alterado o velocímetro do carro, para que na leitura, mostrasse uma velocidade superior a real, tudo no intuito de provocar medo no Zé, que temia por correrias em estradas de terra.<br> Logo que saíram da cidade, o velocímetro marcou cem quilômetros. Todos olhavam disfarçadamente, e notaram já os primeiros sinais de contração facial do Zé. - Cento e vinte - alguém falou, já provocando: “Olha, Walduk, a velocidade desse carro, é possível isto numa estrada desta?” . Os dedos do Zé já penetravam no estofamento do banco, se agarrando. Cento e quarenta – “Veja Walduk, que absurdo este rapaz correndo!’ – Walduk respondeu, - “Eu já botei mais do que isto, e não aconteceu nada.” O suor escorria pela testa do nosso saudoso Zé, ensopando a camisa. Os seus pés, torcidos. Mordia os lábios! Mas permanecia calado! – Cento e sessenta, disse alguém – “Este carro vai capotar”. Walduk respondeu – ‘Eu, já botei cento e oitenta, e o bicho agüentou!”<br> As provocações continuavam e o Zé, gélido de terror, suava as bicas, mas permanecia calado, evitando provocar os presentes, e os mesmos por inconseqüência, incentivarem ainda mais à correria.<br> Veio a provocação final! - Walduk falou... “Bota duzentos Lincão que eu garanto! Se tiver problemas, eu aparo o cavaco!” – O Zé explodiu!... – “Manda botar trezentos, carroceiro! Já estou vendo a manchete no Jornal do compadre Jair Oliveira. Empresário morre na estrada que ajudou a construir! . Corpo de comerciante é encontrado a cento e trinta metros do local do sinistro. Viúva reconhece o cadáver do marido, pela arcada dentária. . . Demais ocupantes, viram mingau.”<br> Logo a seguir, tiveram que parar o carro. Ninguém mais se agüentou de tanto rir. Zé jurou que daria o troco no Lincão, infame idealizador da gozação!<br> O resto da estada em Belo Horizonte foi uma tragicomédia. Não conseguiram fazer nada. Era só lembrar do Zé e rolar de rir...<br>A vingança veio em seguida. Lincão levou “um tiro de 45” nas costas quando trabalhava na ponte pênsil em Florianópolis, após várias cirurgias salvadoras, e passadas o perigo maior, Zé Amorim e Walduk foram visitá-lo no hospital.O encontraram já sentado no leito, com um pano alvo nas costas cobrindo discretamente o enorme ferimento feito pela bala “dundum”.<br>Era a hora do troco! “Zé Amorim falou para Walduk, apontando para o paciente:” “Carroceiro... levanta este pedaço de pano branco que para eu ver a ”pitombada” nas costas deste animal”
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