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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 26 de novembro de 2024
 

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Mensagem: CHUVA Luiz de Paula Começava com a cantiga da rãzinha rapa-cuia, no mormaço. Dia após dia. Depois o tempo escurecia e os trovões rolavam de um lado ao outro do céu. Era a chuva que estava chegando. Os urubus, em bandos, em vôo baixo, seguidos de um ou outro retardatário, procuravam o abrigo das árvores copadas. As andorinhas, quais pequenas procelárias, enxameavam, tontas, no ar, à aproximação das primeiras bátegas que levantavam poeira na secura do chão. A chegada da chuva era uma festa. Hoje, quando a cena se repete e a chuva chega, escurecendo o céu, tenho saudades daquele tempo em que eu sabia aproveitar uma chuva, misturar-me com ela, ser parte dela. Calça arregaçada, peito nu, revejo-me a catar granizos no chão molhado ou recolhendo filhotes de passarinhos derrubados dos ninhos pela ventania . Ou a opor barragens de terra às enxurradas e a fazer “olho de boi” no chão, com o calcanhar e o dedão do pé, quando a chuva começava a passar da conta. Sempre a saltar, aqui e acolá, até entrar no raio de ação da voz materna a chamar-me: - Venha pra casa, menino! Venha enxugar a cabeça! Vestir uma camisa! Você vai apanhar uma pneumonia! Coitadinha da pneumonia. Nunca achou entrada em um corpo curado pelo sol e acostumado a mergulhar nas águas dos rios e dos riachos. Hoje, vivendo na cidade, devo preocupar-me com qualquer aragenzinha mais fresca que me pegue desabrigado.

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