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Mensagem: Larguei tudo e também fui ver a chuva. Ainda não é a chuva da catarse, mas seguramente foi chuva - chuva mesmo, legítima, de meia hora. Lavou as ruas, molhou as plantas, alegrou os jardins, fez correr água por baixo da crosta pestilenta em que (em muitos trechos) se transformou o nosso enjaulado rio Vieira. Pois correu água verdadeira debaixo daquela capa putrefata, negra, que ficou no lugar de um rio, e onde agora corre um filete de esgoto, que de vergonha refugiou-se abaixo da capa preta. Do rio levaram o caudal, que o visita apenas na época das grandes águas, enchentes, que ainda não foi o caso. A chuva desta noite, muito superior ao 1 milímetro que a meteorologia ontem nos deu, e hoje tirou, a chuva na noite quente dissipou o tal bochorno, e reconcilia-nos com a esperança. Chuva nos corações. Pena que não possamos bebê-la, retê-la nas mãos, como antigamente, quando a recebíamos dos telhões, das bicas, dos telhados em festa. Trouxe-a, vi, o vento sul; que a soprou nos prédios centrais, e os fez consumir na semi-luz. Tomara que chova mais; que caia mais chuva sobre a noite, sobre o nosso amor, deixando a cidade lavada e catita. Reconciliada e desperta. Chuva faz chorar? Vinde ver. Vinde ver!
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