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Mensagem: SEM NOS CONSULTAROntem, 22/10/2008, o Criador de todos nós, sem nos consultar pedindo a permissão levou para o seu lado direito o nosso poeta e escritor Reivaldo Canela. Houvéssemos sido ouvidos, certamente não teríamos concordado com a transferência do nosso bardo por razões emocionais.Aguardávamos a publicação do seu segundo livro de crônicas, causos e poemas esperando que não fosse o último. O Menino Pescador foi o seu canto do cisne. Reivaldo viveu como um pássaro da campina. Livre e apegado somente às coisas simples, como a família, os amigos, os colegas de infância, os compadres para dois dedos de prosa, os colegas de pescaria, seu universo e seu contato com a natureza. Imbatível como profissional da advocacia, uma águia forense. Um discípulo de Sólon.Fez assim como o canto de Roberto Carlos, uma multidão de amigos. No velório, o criminalista Antonio Adenilson mostrou-me com visível contentamento um bilhete que recebeu de Reivaldo no início de sua carreira. O papel amarelo falava de incentivo e transcrevia a amizade. Adenilson o carrega dentro do seu porta notas.Disse uma vez para Reivaldo que ele era um simplista com a veia Whitmiana. Buscava nas pequenas coisas e nos pequenos nadas da vida a sustentabilidade da alma. Aprendeu instintivamente a ser amigo de todos a se doar e dar uma palavra de apoio a quem dele necessitasse. Mesmo um afeto!Talvez esse vate catrumano tenha descoberto os segredos da vida! Deus-Pai quando manda uma alma a este mundo, o faz em missão! A do nosso Reivaldo era a de ser sempre um afeto ambulante.Era um iniciado nos mistérios da Cabala? Não, uma simples alma de um poeta que aprendeu cedo a viver e a lidar com a eternidade dentro de si.Muito embora não tivesse a oportunidade de uma longa vivência com ele, em uma tarde ele se desnudou aos meus olhos, Parou-me na rua e me falou da saudade que tinha das prosas com meu saudoso pai, na nossa fazenda em Lagoinha.Relatou-me as manhãs de domingo nos anos 60 que por lá passava nos visitando, proseando com meu pai, contando causos e comendo sonhos recheados que a minha mãe fazia com café bem quente Os seus olhos marejaram lágrimas! A emoção de um momento vivido. Um pequeno nada que representa o todo da vida!Que Deu-Pai o tenha ao seu lado nobre atirador de poemas!
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