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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 21 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Amiga do Alemão Alberto Sena Este montesclaros.com é como sino. O som das badaladas ressoa, de tal modo, que alcança pessoas em pontos distantes, como o amigo Paulo Henrique Souto, que, ao terminar de ler o texto “Por que tanto horror?”, sobre o fim trágico da Praça Coronel Ribeiro de lembranças mil, deu a sua colaboração para o esforço “Salve a Praça Coronel Ribeiro”, agora no estertor. “A Praça Cel. Ribeiro – lembra Souto – assim que foi urbanizada recebeu o footing da Rua Quinze, anterior, portanto. Depois da praça acabou isto de paquerar na rua, saiu da moda, e acabou. Fundamos clubes, lembra-se? Organizávamos as festas nas casas de amigos. Morei, e você frequentou, na Praça Cel. Ribeiro anos, e acho que você participou de algumas das minhas famosas quadrilhas juninas; faço anos dia 11 de junho, comemorava sempre com uma big festa, muitos casais, às vezes tinha 50 pares, o quintal era enorme, hoje é uma garagem”. Souto se recorda como se tudo estivesse acontecendo agora, do tanto que “brinquei de finca na praça; lembro-me do “seu” Maldonado, que morreu quando uma barca do parque de diversões bateu na cabeça dele; isto me marcou pra sempre, e me lembro muito de Fu Manchu, um seriado no Cine Cel. Ribeiro; saudosa memória, saudáveis lembranças”, conclui. De Itamaury Telles me veio outro eco do som do sino: “Li e gostei muito da sua crônica. Desde pequeno, sempre estive na Praça Cel. Ribeiro, onde morava a minha avó, Laura, mãe da minha mãe. Lá morei quando trabalhava no “O Jornal de Montes Claros”, em 1971”. E ele conta mais: “o bangalô que acabam de derrubar – quando deveria ter sido tombado – era o da minha avó. O meu avó, morto em 1929, o construíra dez anos antes, para o nascimento da minha mãe, que sexta-feira passada (2 de abril) completou 90 anos”. Itamaury diz que tentou impedir o fim do bangalô: “escrevi, faz alguns meses, uma crônica, intitulada “Um certo chalé avoengo”, quando implorava o tombamento do imóvel que, desde 1919, fazia parte do cenário do antigo Largo de São Sebastião. Mas o tiro saiu pela culatra. O dono foi mais ágil que a incúria dos mandatários municipais, e o chalé “já era”. “No próximo sábado”, ele concluiu: “faço publicar, em minha coluna no jornal “O Norte de Minas”, meu desabafo sobre o que vi. Como na canção dos “Demônios da Garoa”, “cada tauba que caía, doía no coração”. Foi triste. Com atitudes grotescas e insensíveis como esta, vamos morrendo aos poucos...” Memória é o que há. Sem memória, ninguém vive, vegeta. E daqui destes horizontes, não mais belos do que os montes claros, chego à seguinte conclusão: Montes Claros está se tornando, como se diz, “amiga do alemão”. Isto é, está sofrendo de Alzeihmer. Mas este parece ser um problema não só de Montes Claros, mas do Brasil de modo geral. Enquanto em países mais desenvolvidos costuma-se preservar o velho para exploração turística, inclusive, aqui a cultura é outra. Por motivos e justificativas vários, o negócio é jogar tudo no chão para construir algo novo. Quantas casas importantes de Montes Claros existem hoje na lembrança dos que nelas viveram ou delas conhecem a história ou guardam uma foto amarelecida pelo tempo pendurada na parede? E neste exato momento, me lembro de uma casa que para mim era intrigante, próxima da Escola Normal antiga, perto da Matriz. Aquela casa, retratada aqui neste montesclaros.com por Ruth Tupinambá Graça, na seção “Montes Claros era assim”, para mim era motivo de reflexão toda vez que passava na porta dela rumo à escola. O que mais chamava a atenção era a quantidade de portas daquela casa, se não me engano, sete só na frente, em estilo colonial. Era de Antônio Gonçalves Figueira, de cuja fazenda surgiu o Arraial das Formigas e do arraial, montesclareou. Pergunto aos meus sete leitores – dois deles conhecidos, o Souto e o Telles: em sã consciência, uma casa como essa, do Figueira, da qual temos agora só a foto, não tinha de ser preservada também, a qualquer custo? Imagine-a restaurada e conservada, transformada num museu, e a meninada das escolas lá dentro, em estudo prático da história de Montes Claros. Nós ali dentro também para contar às gerações: “Aqui, gente, era a casa do...”

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