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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 26 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A explosão do crime Waldyr Senna Batista Garoto de seis anos entrou no bar vizinho a sua casa para comprar “bala doce”. Sem saber, estava entrando em um tiroteio. Atingido por uma bala dita “perdida”, bem diferente da que procurava, morreu antes de chegar ao hospital. Dois homens estavam na entrada do Hospital Aroldo Tourinho aguardando atendimento. Um deles, egresso da cadeia graças à nova lei de progressão de penas, ao ser reconhecido por um desafeto, correu para o interior do hospital e foi perseguido pelo inimigo, que entrou no prédio atirando. Por sorte, as pessoas que se encontravam no local não foram atingidas. Numa manhã fria, um homem foi encontrado estirado no asfalto da estrada da produção. O corpo dele apresentava ferimentos produzidos por faca, em sete pontos. Ainda respirava, mas faleceu logo que foi removido. Funcionárias de uma agência lotérica, no centro da cidade, faziam a limpeza do local para iniciar o atendimento, quando dois menores, de 16 e 17 anos, entraram na loja, um deles portando arma, e as renderam. Levaram o que quiseram. A lotérica foi assaltada várias vezes. Naquela hora, era grande o movimento de pessoas, em frente ao Banco do Brasil, o que não inibiu os bandidos, que foram presos nas proximidades, quando dividiam o produto do roubo com um comparsa. Na avenida João XXIII, por sinal bem na esquina do Hospital Aroldo Tourinho, assaltantes explodiram o caixa eletrônico do Bradesco e fugiram sem levar dinheiro, pilotando moto e ameaçando atropelar as pessoas que passavam por ali. Esses são apenas alguns delitos praticados em plena luz do dia em Montes Claros, no curto período de uma semana. Não foram os únicos. Na periferia, outros crimes aconteceram, bem ao estilo do que ocorria no Rio de Janeiro, onde se diz agora que reina paz, graças à ação da denominada “polícia pacificadora”, que estaria fazendo a profilaxia nos morros cariocas. Abstraída a dose de propaganda embutida nessa ação policial, não há como negar que a bandidagem diminuiu bastante na bela cidade. Há quem imagine que o agravamento da criminalidade em Montes Claros e em outros pontos do País se deve a esse rigoroso combate no Rio ,que estaria levando os criminosos a se dispersarem. Mas a tese é contestada por integrante do sistema de repressão fluminense, segundo o qual os bandidos dificilmente buscam outras áreas. Preferem as que lhes são familiares, onde contam com a cobertura de asseclas e dispõem de logística, cujo transporte despertaria a atenção da Polícia. Seja como for, a redução dos índices de criminalidade ocorre onde está havendo ação repressora eficiente. Além do Rio de Janeiro, São Paulo está comemorando bons resultados: na capital, a redução do número de homicídios no primeiro semestre foi da ordem de 28%; no interior, 12%. Em Minas Gerais não se percebe progresso. E as reclamações se multiplicam, partidas de Belo Horizonte e de regiões importantes do Estado. Em Montes Claros, o mês de julho terminou com a marca de 64 assassinatos em sete meses, em marcha batida para chegar aos cem casos ao final do ano, todos com requintes de perversidade, todos atribuídos ao tráfico de drogas, sem que os autores sejam identificados, presos, processados e julgados. A Polícia continua perdendo a batalha contra o crime e o tráfico de drogas, ao ponto de os bandidos já estarem explodindo caixas eletrônicos, modalidade relativamente nova nos grandes centros. Enquanto os governadores do Rio, Sérgio Cabral, e de São Paulo, Geraldo Alkimim, festejam resultados concretos, o de Minas Gerais, Antônio Anastasia, esteve em Montes Claros, onde, com pompa e circunstanciam, entregou à PM 50 viaturas novas, em substituição às que vinham sendo utilizadas. Não mais do que um procedimento administrativo de rotina, cujos resultados ainda não se fizeram sentir. Como diria Millôr Fernandes: não é nada, não é nada, não é nada mesmo... (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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