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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Mural

Jornalismo exercido pela própria população

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Mensagem N°27186
De: souto Data: Terça 21/8/2007 16:27:51
Cidade: Montes Claros

Estou triste e assustada com a violência na Praça da matriz por ocasião do Festival Folclórico(que nada tem a ver com as Festas de Agosto). Na minha opinião acho desnecessário o tal festival. Além do mais, o que tem a ver show de rock com Festival Folclórico? Só podia dar no que deu. Uma lastima! Verdadeira vergonha para nós montesclarenses que trazemos turistas de várias partes do mundo, por ocasião das Festas de Agosto, e acabam por presenciarem arrastões e vandalismo. A Festa de Agosto é caracterizada pela maravilha das fitas dos catopês, pela ingenuidade dos caboclinhos e pela elegância dos marujos. Não podemos e não devemos deixar morrer ou se ofuscar tamanha maravilha. Adeus, até para o ano...

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Mensagem N°27184
De: Danilo Data: Terça 21/8/2007 14:14:59
Cidade: Montes Claros/ MG  País: Brasil

Que vergonha! Número de senhas limitado para sermos atendidos no PROCON. Como no SUS. Logo, logo teremos que enfrentar fila para denunciar o próprio órgão para sermos bem atendidos.

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Mensagem N°27176
De: Para Mensagem 27158 Data: Terça 21/8/2007 12:35:43
Cidade: Montes Claros-MG

Quem é você, que escreve tão lindo?...
A gente lê... e vivencia os fatos.
Parabéns pela crônica. Que Deus continue te dando inspirações para mais...mais...
e mais.
Um grande abraço.

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Mensagem N°27175
De: Carlos Albuquerque Data: Terça 21/8/2007 12:33:12
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

Sobre a mensagem do Junior em 21/8/2007 09:08:16, comentando a briga na Praça da Matriz. Cabe uma crítica sobre o episódio durante a apresentação do Grupo TiaNastácia. Independente de sua qualidade musical, esse tipo de estilo músical infelismente atrai um tipo de público propenso à agitação e consequente anarquia. Muito vandalismo e pancadaria tem sido divulgado pela mídia em muitas situações. Lembram do episódio em São Paulo, na Praça da Sé durante show do Racionais MC, na chamada Virada Cultural.Muita pancadaria e vandalismo. É preciso bom senso na escolha das atrações. O foco é nossa cultura. Por outro lado é elogiável a qualidade das outras apresentações. Outra crítica compartilhada por muitos muralistas é quanto à conotação extremamente comercial do evento, ocupando literalmente o espaço dos catopés, marujos e caboclinhos. É preciso inverter a ordem das coisas. O festival tem o papel de preservar, resgatar e manter as tradições, e não servir de mordaça cultural.

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Mensagem N°27174
De: RAPHAEL REYS Data: Terça 21/8/2007 11:13:27
Cidade: MOC - MG  País: BR

O COME TERRA DA LAGOINHA

Amores, agora como no antes, muitos se ligam a por interesses financeiros. Algumas filhas de Vênus chegavam mesmo a extorquir ou mesmo dilapidar patrimônios dos cônjuges parceiros e ou felizes otários apaixonados.
O diálogo a seguir foi-me relatado por Walquir Jansem e ocorreu na campesina comunidade de Lagoinha, onde João da Lagoa retornou após dez anos de sumiço. Ao encontrar o seu compadre Hortêncio, indagou do mesmo pelo amigo comum Maciel Dias. Vai aí o diálogo:
Cadê o amigo Maciel compadre? – Morreu compadre!- Uai! E o que é que o matou?- Foi o come terra. - O quê que é o come terra? – É a coisa da amásia dele compadre, aquela morena gostozona! – Mais eu pensei que isso se chamava de perseguida. Não conhecia como come terra, por que come terra? – É porque o bicho comeu as três fazendas que ele tinha!
Vinícius de Morais o poetinha chama a gruta do amor de vértice supremo da paixão e chega a localizá-lo, dizendo que o mesmo está a um palmo abaixo do umbigo. Como ele, muitos poetas ou não, sensíveis machos cantaram e morreram e outros tantos morrerão de paixão pelo come terra.
Na visão romântica, e no falar doce dos franceses é o baquett, e o localizam dizendo: está à la bas. A sabedoria popular cita centenas de nomes, desde os carinhosos até os pornográficos e pejorativos, para identificar o orgão tão desejado.
A mulher, esse ser sensível e divino, foi feita para o amor chegando mesmo a ser comparada a um anjo; e ao descobrir o lado negro da sua força, oriunda do seu poder de sedução, faz do otário um capacho, escravo de sua seletividade, e da sua gostosa luxúria. Algumas vezes chega mesmo a matar o parceiro de prazer!
É o famoso chá de come terra.
O homem exercita o seu fator genésico por prazer carnal e a mulher o faz por sentimentos. A mídia usa e abusa das formas arredondadas próprias do ser feminino, para engabelar o consumidor masculino, pois o mesmo detém um forte potencial rotulado de otário consumidor, compulsivo e não saciável.
O ser masculino é emocionalmente programado no seu conjunto pavloviano e reflexo, para ser visual e táctil. A mulher é auditiva, cerebral, táctil. Daí a diferença de tempo, de uso e da duração dos estímulos. Fatores determinantes para indicar quem é a vítima, e quem é o agressor no jogo amoroso.
Dante Alighieri, na sua obra clássica A Divina Comédia, na passagem do Inferno para o Purgatório filosofa dizendo que, o que move o desejo carnal, e consequentemente, o instinto de preservação é o ânimo do amor e arremata concluindo: A alma por estar escravizada ao amor, tende ao prazer.
Nós temos história, somos bregas da roça, mas somos chique!

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Mensagem N°27171
De: Antonio Clarete Martins Malveira Data: Terça 21/8/2007 07:14:11
Cidade: Belo Horizonte/MG

Por mais uma vez, mais um ano, frustado e angustiado face ausencia nas festas dos Catopés. De vez enquanto abro uns arquivos e mato a saudade admirando as fotos dos catopes. Acho que é a maior expresao e manifestaçao cultural de Montes Claross. Seria interessante, que um , ou algum prefeito tentasse ser perfeito e construisse perto da matriz uma praça destinada a cultura e sua manifestaçoes, com direito a replica da Igreja do Rosario, Prefeitura antiga ( a do centro cultural ) Aposto que nao participam em festas em outras regioes , imaginem no exterior.
E-mail: [email protected]
Telefone: (31) 32877768

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Mensagem N°27168
De: Augusto Vieira Data: Terça 21/8/2007 00:06:33
Cidade: Belo Horizonte

ORGULHOSAMENTE MOQUENHO
Inspirada na vitória do filme-longa-metragem-documentário “Castelar e Nélson Dantas no país dos Generais”, de Carlos Alberto Prates Correia, no Festival de Gramado, em 18 de agosto de 2007.

Eu me orgulho dos catopês, dos marujos e dos caboclinhos. Eu me orgulho de “A Formiga que queria ser cidade e virou Princesa”, do grande Reginauro Silva. Eu me orgulho das verdades poeticamente expostas por Georgino Júnior. Eu me orgulho da maestria com que Jorge Silveira analisa economia. Eu me orgulho do humanismo dos textos de Felipe Gabrich. Eu me orgulho dos preciosos escritos de Artur Leite. Eu me orgulho das espirituosas crônicas de Haroldo Lívio e de sua cria Raphael Reys. Eu me orgulho dos trabalhos culturais do vastíssimo Wanderlino Arruda. Eu me orgulho das colunas sociais de Paulo César de Oliveira, Theodomiro Paulino e Magnus Medeiros. Eu me orgulho dos corajosos editoriais de Edgarzinho Pereira e dos sociológicos artigos de Luis Novaes. Eu me orgulho da lisura e ética das reportagens de Luiz Ribeiro. Eu me orgulho da clareza e sinceridade de Waldyr Senna. Eu me orgulho da criatividade de Flávio Pinto. Eu me orgulho dos lauréis jornalísticos de Paulinho Narciso, Eustáquio Senna, Robson Costa e Carlos Lindenberg. Eu me orgulho da monstruosa inteligência de Manoel Hygino. Eu me orgulho da percuciência do mestre de quase todos, Oswaldo Antunes. Eu me orgulho da foto do escritor-catopê Ucho Ribeiro, dançando no meio do povo, nas festas de agosto. Eu me orgulho do legado de Monzeca. Eu me orgulho da arte de Dulce Sarmento. Eu me orgulho da antropologia de Darcy Ribeiro. Eu me orgulho da literatura de Hermes, Luiz, Virgílio e Virgínia de Paula. Eu me orgulho dos prêmios nacionais e internacionais dos filmes de Carlos Alberto Prates Correia. Eu me orgulho das lindas vozes de Nivaldo, Rita e Clarice Maciel. Eu me orgulho das músicas de João Chaves, Beto Guedes e Marcelo Godoy. Eu me orgulho da genialidade dos irmãos Armênio e Alberto Graça. Eu me orgulho da pintura de Godofredo e Hélio Guedes (das músicas do primeiro também), Konstantin e Yara Tupynambá. Eu me orgulho dos livros de João Valle Maurício, de Cândido Simões Canela, de Nélson Washington Vianna e de Simeão Ribeiro Pires. Eu me orgulho dos novos talentos que brotam, sem cessar, em minha tribo, em todos os campos da cultura. E me orgulho, enfim, da “Casa de Dona Yvonne”, iluminada pelo mais belo luar que existe neste nosso mundão, onde tenho a honra de ser titular de uma cadeira e onde estarei, parafraseando Arthur Fagundes de Oliveira, mercê de Deus, nesta quinta-feira, para a posse e lançamento do primeiro livro de meu fraterno amigo de infância Edgar Antunes Pereira Filho.

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Mensagem N°27165
De: Carlos Alberto Prates Data: Segunda 20/8/2007 22:04:59
Cidade: Rio de Janeiro

Para: [email protected]
Cc: Flávio Pinto
Assunto: Festival de Gramado - favor um dos dois mandar para Montesclaros.com
Mensagem :
Em minha fraca opinião, o povo de Montes Claros escreve como ninguém.
Flávio, Augustão - todos.
Obrigado pelas palavras da notícia.
Carlos Prates

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Mensagem N°27158
De: Paulo Narciso Data: Segunda 20/8/2007 17:26:02
Cidade: Moc

Lembranças dos Catopês de 2007.
O começo é pela música de dona Dulce Sarmento. Os Ipês Amarelos avisam que os Catopés vão chegar. E roxos ficam já de saudades do Catopê.

Lembro-me que mestre Expedito, do único terno de São Benedito, o mais humilde, por isto mesmo o primeiro entre todos, desfaleceu duas vezes. Uma dentro da igrejinha do Rosário; a outra, a caminho dela. Mestre Joaquim Poló, da Caboclada, o socorreu com o Buscopan que trazia para aliviar a dor do mal, tenaz, que o persegue, e do qual será operado em breves dias (se receber a devida e merecida assistência). Metade dos Caboclinhos ou é de filhos, ou é de netos, ou de parentes de Joaquim Poló, inclusive o menino que é a "Cacicona", extraordinariamente simpático. Poló, mestre também de Pastorinhas e das Folias, no Natal. É preciso segurá-lo com força, todos. Se partir, Montes Claros ficará dolorosamente mais pobre. (Ainda assim, dá o Buscopan da sua dor para o Catopê desfalecido pela dor menor).

Lembro-me da última apresentação, sábado, dos Marujos, agora chefiados pelo patrão Tim, substituto do pai Nenzinho. Já entraram na igreja chorando. Lágrimas só, sem rumor de escândalo. Quem chorou mais foi o filho de Tim, menino de oito ou nove anos, que no futuro substituirá o pai, que substituiu o avô, que substituiu o bisavô... sempre assim, há quase duzentos anos. Na roupa do menino, estampados, a foto e um nome – VOVÔ!

Lembro-me que perdi a imperdível cena dos Marujos cantando no cemitério, ao sol do meio-dia. Na sepultura do mestre, que partiu há pouco.

Lembro-me de que, pelos caminhos, havia pessoas chorando; copiosamente, vendo passar um filme.

Lembro-me da mãe e do filho da mãe. Eram três. O pai – de Conceição do Serro, hoje Conceição do Mato Dentro, terra de Zé aparecido – conheceu a mãe na Bahia e, já os três, vieram morar em Montes Claros. Na identidade, consta que ele, o filho, tem 54 anos, meu colega. Na vida real, mente de apenas quatro. A mãe o governa, plena. Vivem apenas os dois. Sair uma vez por ano com os Catopês é o sumo glorioso de suas vidas. A mãe diz – levanta, e ele levanta; a mãe diz ajoelha – ele ajoelha. A mãe está suficientemente velha e o veterano Catopê, noutro mundo vivendo, sequer cogita do que será dele o dia em que não puder dela ouvir as ordens, de rara doçura e absurda cumplicidade. Moram no Renascença. Comove a história dos três, hoje dois, e o único destino de Ser Catopê. Eternamente Catopê.

Lembro-me que o pombo Roy anunciou, urbi et orbi, que beberia no sábado pelo amigo que sem aviso partiu. Bebeu. Bebi com ele

Lembro-me, e como me lembrarei, de que os marujos estreitaram o Catopê que a vaca fez despencar do viaduto. Cantaram, cantaram, cantaram -, e todos os outros os seguiram. Uns limpando as lágrimas dos outros. Em silêncio de reclamação nenhuma. O catopê "Senhor" – paralisado nas mãos e nas pernas – sacudindo os braços para acompanhar a música.

Lembro-me que a praça Dr. João Alves, a do tiroteio de dona Tiburtina, página da história do Brasil, manchete de O Globo, do Rio, por 30 dias corridos, a praça estava repleta, apinhada, na manhã de quinta, sexta e sábado. Todos falando com os catopês. Tirando fotos lá deles, abraçando, rindo, infinita admiração e camaradagem. Montes Claros profunda, acordada. Reacordada.

Lembro-me dos Catopês a caminho, acendendo fogo com velhos papéis da estrada, para afinar o som. No caso, o som do despojado tambor, que chamam de tamborim, de caixa, de instrumento. Diminuto no tamanho, infinito para abrir a caixa de lembranças.

Lembro-me que, este ano, ninguém superou a caboclada em beleza, no trinado também. Querem matar Joaquim Pólo, de saudade quem sabe. Cantaram uma música em que falam de um pica-pau, bateram as mãos assim, olharam com a ponta dos olhos, riram da mamãe-vovó bonita, de olhos verdes como os de Manoel Quatrocentos, professora de contar história para os meninos, nascida na Lontra. Ficaram de cantar a Trança do Cipó e, se cantaram, lá eu não estava. Ouvi, assim mesmo.

Lembro-me, sem compreender, que todos partem quando os Catopês, Marujos e Caboclinhos entram no ritual próprio deles. Se soubessem, não partiriam. Os tambores estrondam, e ainda assim soluçam, quando o mestre João Faria e seu irmão Tonão, no meio do cerimonial, ordenam que se ajoelhem todos. De cabeça baixa, as penas de pavão fazendo 90 graus com o chão, eles repetem, de joelhos: “Deus te Salve Casa Santa, onde Deus fez a Morada, onde mora o Cálice Bento e a Hóstia Consagrada”. É difícil agüentar. Um filme surge na cabeça de todos, particular. Momento solene. O mais alto.

(Muito poucos sabem o que significa. Quando quiseram enfim conhecer a alma infinita da festa, aguardem este momento. É raro, contundente. Para os iniciados, apenas).

Lembro-me do Catopezinho, de chupeta.

Lembro-me da Carmelita Descalça, de grande rigor na roupa, nela rebuçada severamente, por completo, acompanhando os Catopês, fugindo das fotos. De si, expunha apenas os olhos, mas os olhos revelavam o puro encanto de quem escapou da clausura e das laudes apenas para ver os Catopês. Não me atrevi, nada perguntei. Seus olhos falavam, tanto quanto a vontade de nada falar. Que venha, todos os anos. Esperaremos.

Lembro-me de Rubinho, cansado das meias-luas, doido para asilar-se no primeiro boteco. E de Ucho, explodindo de alegria e de calor, no frio, ensinando ao filho aquilo que os Catopês autênticos ensinam aos seus, mas que também podemos aprender. Todos podem.

Lembro-me do carroceiro Tonão. Aquele que, todo dia, com o suor da jornada, compra comida para a família e milho para o burro. Quando o ganhame escasseia, compra apenas o milho para o burro, de quem depende o sustento de todos. E todos compreendem porque o burro come, e eles não.

Lembro-me de Zanza, mestre geral, operado há oito dias. Pôs mola no coração e foi chefiar sua festa.

Lembro-me de Zezé Colares chegando à igrejinha, ela que levou a toada dos Catopés ao mundo inteiro, mundo que de pé bateu palmas para os Catopês.

De tudo me lembro.

Eu me lembrarei de tudo, eternamente, pois M. Claros volta no escasso espaço de quatro dias quando retornam os Catopês. Ouça-os, cantar ao coração.

(O estoque é suficiente para esperar a próxima florada, o rebroto dos Catopês. Entre o Ipê Amarelo e o Ipê Roxo. O que chama, e o que deles se despede. Amém.)

***
Nas fotos, mestre Joaquim Poló - mesmo enfermo - ensina a caboclada a empunhar a Bandeira.

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Mensagem N°27156
De: Luiz de Paula Data: Segunda 20/8/2007 15:36:37
Cidade: Montes Claros

VELHICE


Se perguntarem ao meu coração
a minha idade
ele por certo responderá:
18 anos,
não mais.

Ele não viu chegarem
os meus cabelos brancos
e as fundas marcas
no vincado rosto

Se perguntarem à minha alma
quantos anos eu tenho
ela por certo
não responderá.


Luiz de Paula
90 anos

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Mensagem N°27153
De: Silva Data: Segunda 20/8/2007 12:27:15
Cidade: Montes Claros

Apurem. Houve um arrastão na praça da Matriz, no Festival (...)

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Mensagem N°27150
De: Luiz Ribeiro Data: Segunda 20/8/2007 12:11:58
Cidade: m. Claros

(...) As Festas de Agosto de Montes Claros são realizadas há mais de 170 anos. Segundo o antropólogo João Batista Almeida Costa, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o primeiro registro da devoção é datado de 1817. Neste ano, o mestre Zanza – João Pimenta dos Santos -, chefe dos catopês, comemrou 70 anos de dedicação às festas. (...)

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Mensagem N°27149
De: Nelson Data: Segunda 20/8/2007 11:42:15
Cidade: Montes Claros

A festa dos Catopês realizada na praça da matriz, não poderia ser nunca naquele local. A importancia da festa é muito grande e o local é muito pequeno. Sugiro para o próximo o Campo do Cassimiro de Abreu ou o campo do Ateneu com um grande palco no meio para as apresentações onde a população assistiria.Esta festa tem que ser com mais cultura e menos álcool e comilança.

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Mensagem N°27148
De: Carlos Alberto Data: Segunda 20/8/2007 10:29:03
Cidade: Montes Claros

Todas as vezes que passo pela Pça. Dr. Carlos vejo rapazes com aquele coletinho verde escrito "fiscalização", passam o dia todo andando de um lado para outro ou batendo papo entre si ao lado de uma banca de jornais existente na praça. Enquanto isto vendedores ambulantes de cds, frutas, balas, vale-transporte e tudo mais ficam impunimente poluindo a praça com barulho e sujeira. Estes rapazes do coletinho verde estão fiscalizando o quê mesmo?

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Mensagem N°27147
De: claudia Data: Segunda 20/8/2007 10:13:02
Cidade: Montes Claros

Estou até agora consternada com a tamanha desorganização da festa dos catopês na praça da Matriz. Vê-se que aquele local não comporta a população não seria a hora de mudar no próximo ano para um lugar apropriado? Estive no local e percebi que era mais uma praça de alimentação do que qualquer outro evento. Que lamentável!!!!

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Mensagem N°27146
De: J. D"La Rue Data: Segunda 20/8/2007 10:10:26
Cidade: Montes Claros MG

ASSALTO
Na madrugada de Sábado para domingo(19)às 04:20, presenciei um assalto na Rua Simeão Ribeiro(Quateirão do povo),quando, uma dupla de marginais( todos os dois de estatura média/alta) em uma moto TITAN PRÊTA, que no inicio da ação passaram por Policiais, assaltaram um casal que vinham da Pç da Matriz , tomado-os Celulares e dinheiro o mais imprecionante que dali mesmo avistaram outra vitima(um rapaz) e foram assaltar. È muita ousadia, até quando vamos aguentar tanta humilhação.

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Mensagem N°27144
De: Aymar Jose Colen Data: Segunda 20/8/2007 08:55:33
Cidade: Montes Claros/MG

Titulo da notícia: Mastro do Divino Espírito Santo, hoje à noite, é o último; pouca presença do público dói nos Catopês
E-mail: [email protected]
Comentário: Alem desse desconforto p/ catopes,Não houve uma difugacão dos locais e horários das apresentacões, estive sexta e sábado na praça da matriz e o locutor dos eventos difugava somente as apresentações do festival, sobre os catopes não fiquei sabendo nada,poderia difulgar a programação do dia seguinte.Outro assunto que gostaria de comentar,quanto a segurança,sexta feira no início do show tia nastácia houve várias brigas próximo ao palco e ví algumas moças sendo empuradas e pisoteadas,,,, uma sugestão: as barracas vendendo cervejas,refrigerantes em GARRAFAS, deveria ser tudo descartáveis,OBRIGADO,tchau.

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Mensagem N°27143
De: Mauro Data: Segunda 20/8/2007 08:49:39
Cidade: M. Claros

Lambança. Está uma tristeza o serviço da empreiteira contratado pela Copasa para fazer a rede de esgoto no Bairro Jaraguá I. A recomposição do asfalto é péssima. Péssimo agora está todo serviço, lambão autêntico, causando indgnação nos moradores. Cadê a fiscalização da prefeitura ?

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Mensagem N°27142
De: luciana Data: Segunda 20/8/2007 08:41:20
Cidade: montes claros  País: brasil

Parabéns aos Catopês,um desfile lindo que cheguei emocionar,pena que muitos só dão valor a carnamontes,bee festival e etc.Catopês é cultura pura.Parabéns a banda da Policia Militar que veio para dar um toque á mais no desfile.Pais não deixe de levar seus filhos para ver esta manifestação cultural pois tenho certza que estará contribuindo e muito para a formação de seus filhos.Só uma observação:a falta de educação das pessoas que invadem o cortejo,atrapalhando o belo desfile.

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Mensagem N°27141
De: montesclaros.com Data: Segunda 20/8/2007 08:17:18
Cidade: Montes Claros

Ao longo de mais de 160 anos em que os Catopês cantam e encantam em M. Claros, a sua arte inspirou outros artes. Compositores, poetas, artistas da pintura, cantores, todos miram nas Festas de Agosto para a criação de rico acervo. Precioso como arte, precioso como fonte de história.

Acima, mini-pintura do primitivista Zeca Narciso retratando os Catopês no Largo da Matriz, onde eles inicialmente faziam a celebração de agosto. Zeca morreu em abril de 1970 e costumava enviar aos amigos, daqui e de Belo Horizonte, onde passou a residir, cartões de Natal com esta inspiração que o seguiu a vida inteira.

(Os Catopês, seu batido ancestral, são um firme liame dos montesclarenses com sua terra e fazem o rebroto de sentimentos tidos como esquecidos. Na noite de ontem, ao longo do cortejo que ergueu a bandeira do Divino, era possível ver pessoas chorando, apanhadas em algum lugar do passado).

A pintura da esquerda foi um dos últimos cartões que Zeca enviou aos amigos, repartindo sua emoção.

Á direita, dona Lourdes Pimenta, sempre ela, fixou a marcha dos marujos pelo centro da cidade. Sóbrios, com belas roupas, sua cantoria é dolente, contrastando com os ruidosos catopês e com a alegria dos caboclinhos - passarinhos em floração de Primavera.

A foto, de ontem à noite, registra o momento em que as rijas mãos do carroceiro Tonão, catopê dos mais antigos, ensina as mãos de um menino a afinar o seu tamborim, usando fogo. No às vezes longo caminho entre a casa do mordomo, onde vão buscar o mastro, e o local de sua elevação, na igrejinha do Rosário, alguns catopês interrompem a marcha para com o fogo extrair o melhor som dos seus tambores. E aproveitam o momento para transferir o que sabem. Isto se chama "tradição" - o ato de ensinar, de transmiti sabedoria.

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Mensagem N°27124
De: Vera L. Buitrago Data: Sábado 18/8/2007 21:25:50
Cidade: Bahia  País: Brasil

Só percebemos o quanto gostamos de nossa cidade quando estamos distantes.Ai que saudades da praça da matriz, onde, apaixonada, namorava com o meu então marido.Eu que achava as ruas de Montes Claros sujas, o comércio sem estrutura e o povo mal educado, agora percebo que existem lugares mais sujos, sem estrutura e com pessoas de fato mal educadas.Esta constatação não é só minha, meu vizinho de apenas seis anos de idade (Juninho), também montesclarense, compartilha comigo da mesma opinião.Hoje, por motivos profissionais, estamos morando no litoral da Bahia, numa cidade turística que deveria ser pelo menos dez por cento do que é Montes Claros em relação à limpeza, estrutura e educação......Ai que saudades de Montes Claros, que saudade das festas de agosto, da Expomontes, do comércio, do mercadão, da boa gente da nossa querida Montes Claros.

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Mensagem N°27109
De: Roy Data: Sábado 18/8/2007 09:22:17
Cidade: Moc

Nome: Roy
Cidade/UF: Montes Claros/
Mensagem: Saudade do amigo Hoje como nos anos anteriores, entrarei naquela padaria e pedirei uma (talvez mais de uma) cerveja que degustarei com muita nostalgia e em cada gole o puro sabor de saudade, saudade do meu amigo que em vários anos encontrávamos na praça do automóvel clube e durante a concentração que antecedia o desfile do império do Divino Espírito Santo, ficávamos ali apreciado toda a beleza da festa, momentos que inevitavelmente vinham as lembranças de passagens pitorescas das nossas vidas e com tal inspiração bebíamos mais algumas latinhas, porem, hoje, sozinho beberei no mínimo duas, uma pra cada. E quando os ternos estivem em franca manifestação, rufarei meu tamborim com a alegria eternizada em seu sorriso e transformarei minha saudade na mais pura alegria, pois não seria justo que neste momento a saudade se confunda com tristeza, afinal não posso lembrar de você com outra sensação que não seja de alegria, assim vivemos nossas muitas aventuras. Viva Nossa Senhora do Rosário, Viva São Benedito, Viva O Divino Espírito Santo e Viva Repolho, sempre Vivo em meu coração.

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Mensagem N°27107
De: montesclaros.com Data: Sábado 18/8/2007 08:21:42
Cidade: Montes Claros/MG

Na ilustração acima, ainda um desenho de dona Lourdes Pimenta. Ela retrata para a história a evolução dos Catopês, Marujos e Caboclinhos diante da antiga igreja do Rosário, que ficava onde hoje está a pista da avenida Coronel Prates, no sentido bairro-centro. A igrejinha foi lançada ao chão por um trator de esteira no fim dos anos 50. Nas imagens, a artista fixou a emoção que perdura no tempo, que foi capaz de resistir à própria destruição do templo singelo. Cumprindo o que determina o sentido da palavra "tradição", mais e mais os dançantes de agosto se fixam no lugar onde receberam dos pais, avós e bisavós e lição de preservar a cultura. São os grandes vitoriosos da História de Montes Claros.

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Mensagem N°27106
De: Chinha Data: Sábado 18/8/2007 08:13:46
Cidade: França

Titulo da notícia: Mastro do Divino Espírito Santo, hoje à noite, é o último; pouca presença do público dói nos Catopês
Nome: Chinha
Cidade: França/
Comentário: Pena mesmo, NOSSA festa folclorica maior ser afogada em tantas outras manifestaçoes. Como nosso povo que guarda e representa esta herança, acho que este patrimonio nao deveria servir de iscas para outras manifestaçoes que, tendo valor proprio, deveriam ser colocadas realmente à parte, em seu proprio tempo, sem fazer concorrencia a nosso maior patrimonio cultural. Deixem as festas de agosto a nossos catopês, nossos caboclinhos, nossos marujos. Eles sao o retrato de nossas festas passadas e merecem um lugar especial, muito além de um pretexto para o que quer que seja. E nossa capoeira? Ela também faz parte de nossa cultura, de nossa historia, de nosso folclore. Mas deve constantemente se autopromover no mercado, no fim da pequena feirinha do domingo... Porque nao tem um lugar no espaço cultural ao menos tao importante quenato o de um banzé? Capoeiristas muito menos graduados fazem furor nesta velha Europa, ganhando espaços promovidos pela sociedade e pelos representantes politicos. Seria necessario que os que se encontram em Montes Claros tenham incentivos suficientes para manter nossa cultura em nossa terra, com seu justo valor. E cada um em seu espaço, dos mais simples aos mais "alternativos" ou "classicos chiques"...

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Mensagem N°27104
De: tereza Data: Sexta 17/8/2007 22:01:32
Cidade: montes claros

gostaria de saber sobre a historia do ritual dos catopes: a tradição, o ritual do desfile do levantamento de mastro. enfim, tudo que envolve o desfile e a festa desde a saida do automovel clube ate a igreija, e a volta em torno da praça da matriz.

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Mensagem N°27101
De: Maciel Data: Sexta 17/8/2007 17:11:19
Cidade: Moc

Na Semana dos Catopês, que celebra a expressão máxima da cultura de Montes Claros, a cidade viu desaparecer mais duas construções de valor histórico: não existe mais o escritório do líder ruralista João Atayde, na rua Camilo Prates, e onde ele morreu em 1969. Foi demolida a casa ao lado do grupo Gonçalves Chaves, de estilo colonial, onde o presidente da Câmara dos anos 60, Francisco José Pereira, mantinha escritório de advocacia com seu irmão, que morreu afogado numa represa próxima da Bahia.Foi um gesto heróico - o irmão morreu para salvar uma criança. No lugar da casa, provavelmente surgirá uma entrada lateral para a loja que ocupou o espaço do antigo Cine Fátima, com saída para a rua S. Francisco.

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Mensagem N°27093
De: Augusto Vieira Data: Sexta 17/8/2007 13:37:28
Cidade: Belo Horizonte

MARUJOS, CATOPÊS E CABOCLINHOS

A península ibérica permaneceu sete séculos sob o domínio dos mouros, ou seja, dos bárbaros mulçumanos, que professavam o islamismo. Sua reconquista, pelos cristãos, no séc. XVI, apesar da miscigenação, passou a ser comemorada pelos europeus, portugueses e espanhóis. Os portugueses aqui chegaram e, dois séculos depois, trouxeram até nós, dentre outras, uma tradição folclórica chamada marujada.
A marujada nascera da chegança, que era uma dança portuguesa, do século XVIII, que, no Brasil, transformou-se em auto. Os autos passaram a ser representados, no Natal, nas regiões norte e nordeste. Neles encenavam-se as duas cheganças, as dos marujos e a dos mouros. Nas ruas travavam-se lutas entre cristãos e islâmicos, que terminavam com a vitória dos primeiros e a conversão dos últimos, que eram, então, batizados. Era a vitória do bem sobre o mal.
Nos imensos descampados, do norte de uma província chamada Minas Gerais, enfeitados por montes claros, território de uma laboriosa tribo, cujas principais atividades econômicas eram a pecuária e a agricultura, a chegança transformou-se, na primeira metade do séc. XIX, em cavalhada. Para tanto gado em tanta terra, bons vaqueiros e bons cavalos.
Claro que os navegantes europeus, agora chamados marujos, conservaram seus reis, rainhas, príncipes e princesas; suas artes, inclusive militares, sua religiosidade e seus costumes. Claro que os negros africanos, muitos do Congo, agora chamados catopês, conservaram suas tradições, especialmente suas danças, os congados. Conservaram também seus reis, rainhas, príncipes e princesas e suas entidades religiosas, muitas delas o Deus e os santos dos navegantes europeus, só que com nomes diferentes. Conservaram também seus ritmos no ruflar de seus potentes e harmoniosos tambores. Claro que os índios brasileiros, aborígines, agora chamados caboclinhos, amantes da liberdade, que viviam em conluio com a natureza, também conservaram seus costumes, suas artes e sua religiosidade. A miscigenação dessas três raças, que originou esse magnífico “povo novo” (nome brotado da inteligência de Darcy Ribeiro), chamado brasileiro, se incorporou à festa da vitória do bem sobre o mal. Afinal, todos, das mais variadas formas, haviam lutado...
Em minha aldeia agradecemos a vitória ao Divino Espírito Santo, a um santo negro e a uma santa branca: São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.
Nos três dias mágicos (18 a 21), de cada mês de agosto, há 167 anos, representamos a batalha. Dançamos, cantamos, tocamos violas, pandeiros e tambores, armamos mastros, passamos fitas, rezamos, comemos, bebemos e soltamos fogos, preservando essa cultura, histórica e popular, da qual temos o maior orgulho e, esperamos, nunca morra.
Um fraterno abraço, neste agosto de 2007, a todos os marujos, catopés e caboclinhos, expressão maior desses lindos dias de festa que tocam profundamente nossos sertanejos corações.
PS:
1 - Parabéns ao montesclaros.com pelo belíssimo link “Músicas de Montes Claros”. Depois dele só trabalho no Microbala ouvindo-as. As gravações estão belíssimas.
2 – Como titular da cadeira n° 34, incorporo-me à tese dos que desejam cognominar nossa Academia de “Casa de Dona Yvonne”. Ninguém mais do que ela merece esta homenagem.
3 – Infelizmente não poderei comparecer à Festa do Montes-clarense Ausente. Ano que vem, se Deus quiser, estarei aí. Um grande abraço ao digno e culto colunista Magnus Medeiros, organizador do evento que, neste ano, será o “Baile do Sesquicentenário”.

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Mensagem N°27092
De: Waldyr Senna Data: Sexta 17/8/2007 12:53:45
Cidade: Montes Claros/MG

A representação parlamentar

Waldyr Senna Batista

É bem curiosa a composição da atual representação parlamentar de Montes Claros e do Norte de Minas na esfera federal. Dois deputados originários da região são ligados a partidos de oposição (Humberto Souto, PPS, e Jairo Ataíde, DEM., este com o inconveniente de não ser dono do mandato, por ter se colocado na primeira suplência), e um terceiro, Saraiva Felipe, PMDB, que aqui se iniciou na política. Outros três, que costumam se apresentar como representantes da região, integrantes da base de apoio do governo federal, são aqui votados por razões peculiares, assim entendidos acordos que envolvem financiamento de campanhas: Fernando Diniz ( PMDB ) é de Belo Horizonte e tem fazenda na área; Virgílio Guimarães ( PT ) é de Curvelo: e Márcio Reinaldo ( PR ) é de Sete Lagoas. Há outros para-quedistas menos votados.
Os três governistas, embora razoavelmente votados em Montes Claros, são praticamente desconhecidos aqui. Seriam reprovados no “teste da praça doutor Carlos”, que está sendo instituído exatamente neste instante. Consiste em o político, trajando roupas comuns, e desacompanhado, permanecer em frente ao prédio da Copasa durante uma hora e conseguir ser identificado por número significativo de transeuntes.
Eles até que se esforçam para retribuir com benefícios os votos recebidos, fazendo constar do orçamento da União verbas destinadas aos municípios governados por prefeitos com os quais se relacionam. A representação é legítima, segundo os padrões usuais da política brasileira, e a crescente votação que recebem se dá na medida em que os políticos norte-mineiros se omitem. Em política não há espaços vagos. Quando surgem, são logo ocupados por outros candidatos, como ocorreu quando do afastamento do deputado Humberto Souto para assumir funções no Tribunal de contas da união ( TCU ) durante doze anos. Ele retornou agora e teve dificuldades em retomar posições em municípios onde sempre era bem votado. Elegeu-se com margem exígua, aproveitando legendas partidárias. E o ex-prefeito Jairo Ataíde, estreante no segmento, não se elegeu, estando no exercício precário do mandato por obra e graça do governador Aécio Neves. Quanto a Saraiva Felipe, do bloco governista, tem aparentado certo alheamento, como que decepcionado com a soma de votos obtida aqui poucos meses depois de ter deixado o ministério da saúde.
Os dois autênticos norte-mineiros, estando na oposição no âmbito federal, não podem influir, por exemplo, na designação de dirigentes para os órgãos federais situados na região. Isso tem sido feito pelos três situacionistas que vieram de fora e que participam do processo de aparelhamento que é a marca do regime petista. No passado, os políticos que detinham essa prerrogativa concentravam suas escolhas em funcionários de carreira de cada órgão, com o que exibiam afinidade com o governo que nomeia e atendiam aos grupos locais e regionais. Mas o petismo radicalizou, priorizando para nomeações pessoas estranhas aos quadros funcionais e que tenham pretensões eleitorais. Elas assumem e manipulam as ações sempre em função dos seus interesses eleitorais, como se viu nas eleições do ano passado. Com o governo de coalizão que o presidente Lula da Silva foi obrigado a adotar, para reforçar sua sustentação no Congresso, o modelo petista foi estendido aos políticos dos partidos aliados.
Alijados do bazar que está em pleno funcionamento, cujo foco agpra é a prorrogação da CPMF, os deputados da região norte-mineira, e também alguns prefeitos, têm se valido de vias alternativas para o encaminhamento de seus pleitos. Uma delas é o vice-presidente da República, José Alencar, que não manda nada nem quando assume interinamente a presidência, mas às vezes consegue encaminhar com êxito algumas reivindicações; outra, o ministro da coordenação política, Walfrido Mares Guia, que tem ligações estreitas com Montes Claros e o Norte de Minas e sabe usar a condição de homem influente do governo.
O prefeito Athos Avelino, eleito pelo PPS, normalmente estaria na oposição, se na eleição presidencial não houvesse contrariado a linha de seu partido, optando pela chapa Lulécio. Como Lula e Aécio saíram vitoriosos, o prefeito não tem do que se queixar, apregoando sempre que dispõe de livre acesso ao presidente e ao governador, sem depender da muleta de parlamentares.

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Mensagem N°27085
De: Catharina Prates Data: Sexta 17/8/2007 08:56:20
Cidade: Montes Claros-MG

Parabéns Paulo Nasciso! Você é de uma sensibilidade ímpar. Sua mensagem sobre os catopés, marujos e caboclinhos nos trouxe uma emoção muito grande. Foi como se eu também estivesse na Igreja do Rosário e assistido coisa tão bela e emocionante. Mais uma vez, parabéns.

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Mensagem N°27084
De: Luiza Data: Sexta 17/8/2007 08:51:36
Cidade: Montes Claros

Gostei muito das músicas de Montes Claros. Vi algumas pessoas pedindo musicas do Grupo Raízes, Agreste. Eu também acrescentaria do Grupo Céu e Terra(lembro de Eduardo maciel) e Grupo Serra. Um dos integrantes do Grupo Serra (Juvenal Cruz Junot) está sempre por aqui no mural.

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Mensagem N°27083
De: montesclaros.com Data: Sexta 17/8/2007 08:26:18
Cidade: Montes Claros

O tríptico (pintura ou escultura composta de painel central e duas meias-portas laterais capazes de se fecharem sobre ele, recobrindo-o completamente) é da festejada pintora de Pedra Azul, mas radicada em M. Claros, Lourdes Pimenta. É a autora de uma série antológica de trabalhos de refinada sensibilidade que perpetuam a cultura do Norte de Minas, de maneira especial, a civilização de M. Claros, onde seu marido - João F. Pimenta - foi prefeito. Discreta e meiga, sempre gentil e atenciosa, dona Lourdes Pimenta ocupa um espaço solitário nas artes de M. Claros, graças à sua capacidade, incomum, de congelar, através do desenho e da pintura, cenas as mais doces da vida regional. Aqui, dona Lourdes fixa o catopê e seu cenário nas Festas de Agosto, eternizando a circunstância e os dançantes, penetrando-lhes, profundamente, com rigor de artista exata, o que o corpo exprime e a alma transfere. Seus trabalhos de pintura e desenho são essenciais pra quem quer conhecer a história de nossa cultura, e nela habitar. Aos 80 anos, com o imenso talento que lhe segue desde a juventude, a artista Lourdes mantém-se ativa e laboriosa, mais desenhando do que pintando, uma vez que as tintas a óleo, tão do seu gosto, passaram a ferir-lhe os olhos que vêem como poucos.

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Mensagem N°27080
De: Fabiana Data: Sexta 17/8/2007 07:25:32
Cidade: Montes Claros/MG

Ola gostaria de saber se voces tem alguma materia falando sobre a biografia de dr Hermes de Paula. obrigada
E-mail: [email protected]
Telefone: (38) 91257020

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Mensagem N°27079
De: Fábio Lima Data: Sexta 17/8/2007 07:22:32
Cidade: Montes Claros -MG  País: Brasil

Parabéns ao site! Gostei muito das musicas, principalmente do Leopoldo França, pai do meu colega Nathércio França! Sugiro que coloquem também as músicas de : Beto Guedes, Tino Gomes, Theo Azevedo, Grupo Agreste e outros artistas da região...

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Mensagem N°27078
De: estudante do primeiro grau de Moc Data: Sexta 17/8/2007 07:15:12
Cidade: Montes claros

Oi pessoal desse mural, sou estudante do primeiro grau e preciso fazer um trabalho para minha escola, mas para isso eu necessito da letra da musia "amo-te muito", eu já ouvi esta musica umas tres vezes e não sei onde encontrar a letra escrita, sem erros para eu apresentar um trabalho, este trabalho é para eu entregar segunda-feira 19/08,por favor, se alguém souber mande para o e-mail [email protected], ou poste aqui no mural que eu copio.Desde já agradeço.

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Mensagem N°27076
De: RAPHAEL REYS Data: Sexta 17/8/2007 05:39:23
Cidade: MOC - MG  País: BR

GALINHA CAIPIRA, FAROFA DE TATÚ.

Dos saudosos anos 70 aos anos 90 o “point” das quartas-feiras à tardinha era a galinha caipira e a farofa de tatu, na casa da Zinha, no trevo da Cowan. Políticos, empresários, bancários, homens de sociedade, se reuniam em fraternidade para saborearem as delícias da cozinha da cafetina.
Moradores próximos encomendavam porção da tão apreciada culinária tropical.
O ambiente se transformava em restaurante e os freqüentadores, pouco se atinham às artes de Vênus. Um dos motivos comentados era o banheiro único coletivo, no corredor de acesso ao salão principal. Com tantas celebridades às mesas, a maioria das mulheres não se aventurava a desfilar de toalhas pelos corredores.
Comemorava-se o retorno de Darcy Ribeiro, quando o mesmo já alto e bem ao seu modo franco, dirigiu a palavra em público ao seu irmão e lhe sugeriu a construir para aquela casa de entretenimentos, quartos com banheiros privativos, propiciando tranqüilidade e conforto aos adeptos da cozinha e da luxúria.
Numa farra em homenagem ao presidente do Tribunal de Justiça, que se fazia acompanhar de seus assessores e da sua secretária de gabinete, conhecido bacharel ligado profissionalmente à política da situação, estando já embriagado e inconveniente falava, aos gritos à mesa. A secretária do convidado solicitou que ele baixasse a voz, pois estava atrapalhando a conversação.
Petulante como era e por estar na zona boêmia, retrucou: “cala a boca você, rapariga! Mais tarde eu te procuro”. Foi o maior qüiproquó, deu rebú.
Zinha comemorava anualmente em 27 de setembro a festa de “Cosme e Damião” com grande presença de convidados. A sua casa era referência para visitantes.
Sendo ordeira, metódica, e obediente à maioria das leis, checava todos os que batiam à porta de sua casa. Só entravam conhecidos, ou algum estranho sendo apadrinhado por freqüentador habitual. Mantinha a “respeitabilidade” no seu ambiente comercial. Conhecido jovem contador, embora já de maior idade e casado foi barrado por ser de estatura mignon “e parecer” de menor. Só entrou apadrinhado!
O episódio mais comentado foi o de conhecida professora, ligada à política e de tradicional família local, que resolveu adentrar ao recinto, visando dar um susto nos adúlteros freqüentadores e constatar se o seu velho marido não lá estava.
Ela era dotada de temperamento extrovertido e brincalhão. Arcanjo, bancário conhecido na sociedade e solteirão, porém adiantou-se a ela, prevenindo aos comensais comedores das bípedes, que se esconderam nos quartos.
A professora foi recebida condignamente, comeu um bom naco de galinha caipira, tomou uma cerveja, proseou com as meninas de plantão e, ao sair, trocou beijinhos e foi gentilmente conduzida até à porta, pela alta administração da casa.
Tudo muito chique. Arcanjo está a disposição para maiores esclarecimentos.

Raphael Reys

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Mensagem N°27073
De: Antônio Eustáquio Freitas Tolentino Data: Quinta 16/8/2007 20:25:37
Cidade: Montes Claros (MG)

Brilhante! Magnífico! Emocionante! Faltam adjetivos para mensurar a minha enorme emoção ao ler a mensagem de Paulo Narciso sobre os bravos homens que nunca deixarão a tradição dos catopês se perder no caminho do progresso. Parabéns!

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Mensagem N°27068
De: Paulo Narciso Data: Quinta 16/8/2007 17:36:00
Cidade: Moc

O mastro de ontem à noite, de Nossa Senhora do Rosário, e o desfile, na manhã de hoje, do Reinado, confirmaram que as Festas de Agosto de Montes Claros, realizadas comprovadamente desde 1846, apresentam este ano um viço jamais visto, um degrau acima.

Todavia, muito provavelmente ficou para a parte menos visível da festa, ou menos acompanhada, o lance de maior emoção.

Quem viu o desfile chegar à praça Dr. Carlos, por volta das 11h de hoje, talvez não tenha percebido um homem de cabelos brancos encaracolados, com cerca de 60 anos, avançar determinado e arrebatar a bandeira dos caboclinhos, que este ano, mais do que em qualquer outro, apresentam-se de maneira esmerada.

O Homem chama-se Joaquim Poló, é pedreiro de profissão.

Há cerca de 40 dias, um rude diagnóstico médico apontou-lhe severa doença, para a qual será operado nos próximos dias.

A notícia, somada è enfermidade progressiva, tomou-lhe de imediato 12 quilos do corpo já franzino e longamente esgotado no trabalho.

Ele temeu pelo grupo de caboclinhos, sob seu comando há anos, o único da cidade, e peregrinou por médicos e hospitais, mas refez-se há três dias para não deixar de comparecer à festa chefiando os caboclinhos, meninos e meninas, e suas vozes de anjo.

Ontem à noite, sob a ação de remédios para a dor, ele acompanhou o mastro de Nossa Senhora, da sede dos Catopês, nos Morrinhos, até a igreja do Rosário.

Sem abater-se e sem se cansar. Infatigável, corrigindo, ensinando, o violino puxado ao peito analfabeto. Magro no corpo, ignorou a enfermidade e cumpriu a programação.

Hoje cedo, amanheceu ligeiro e renovado para o compromisso seguinte. Deixou a praça do Automóvel Clube com a mesma disposição.

Pela tradição, marujos e caboclinhos, no desfile, deixam as evoluções e o ritmo dos tambores quase sempre por conta dos três ternos de Catopês, que evoluem, cantam e cantam, chamando o povo aos exercícios de fé.

Marujos, manda a tradição, vão em silêncio, em fila indiana, com seus belos trajes. Caboclinhos assuntam, cheios de respeitoso olhar.

Quando entraram na antiga praça Dr. Carlos, na parte final do desfile, uma força arrebatou Joaquim Poló.

Ele gesticulava, ensinando a evolução aos porta-bandeiras, mas decidiu, num ímpeto, assumir o posto e evolucionar, ele mesmo.

Os que sabem do seu delicado estado de saúde, que ele não esconde de ninguém, entreolharam-se diante da reserva de forças que conseguiu ajuntar e exibir, num bailado próprio que há tempos não fazia, nem era visto por ninguém.

Foi a primeira grande emoção. O mistério.

A seguinte, viria já dentro da igreja do Rosário, quando os aplausos do caminho haviam cessado, quando Catopés, Marujos e Caboclinhos dançam quase sempre só para eles – Catopês, Marujos e Caboclinhos – e para a sua ilimitada fé.

O público mais grosso havia se retirado. Ficaram os de sempre.

Numa cadeira de rodas chegou o carpinteiro "Senhor", mestre de telhados e de catopés.

Está privado do movimento dos pés e das mãos, desde que, trabalhando na roça, despencou-se de um viaduto sobre a via férrea, fugindo do ataque de uma vaca.

Entrou chorando, silenciosamente, pela segunda vez nos últimos anos.

Foi envolvido por todos, que o abraçavam, e alguns com ele choraram.

Terminada a missa do padre-catopê, João Batista Lopes, os marujos, chamados por sua vez ao rito particular, foram em busca do catopê na cadeira de rodas, e a colocaram na frente do altar, diante de todos.

Então, o novato mestre de marujos Tim, que assumiu no lugar do pai Nenzinho, morto há dias, tendo ao lado o seu filho menino, aprendiz do ofício, discípulo dele, do avô e do bisavô, mestre Tim ordenou que começasse a cantoria, na sua estréia como mestre titular, por sucessão.

Os marujos obedeceram cerimoniosamente, e cantaram: - "Lá no céu tem um castelo, lá no céu tem um castelo, quem fez foi o Rei da Glória..."

Senhor Catopê, que já chorava, ainda tentou disciplinar a emoção.

Inútil.

Um marujo, depois outro, todos o envolveram na música, e cantaram, cantaram, enquanto o mestre, com o filho ao lado, na melhor tradição discipular, enxugava as lágrimas do catopê.

Quem viu, viu também que naquele instante as paredes da pequenina igreja se desfizeram diante do gesto demorado, longo, cerimonioso, como se mesmo fosse uma embarcação navegando a céu aberto, marujos no convés cuidando do catopê ferido.

(O ritual, improvisado, foi repetido por todos os demais ternos, até que o último deixou a igreja do Rosário, hoje por volta das 13h30m. Acontecido em M. Claros, nas Festas de Agosto, em 16 de agosto de 2007).

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Mensagem N°27058
De: Dr. Gil -pediatra Data: Quinta 16/8/2007 11:10:57
Cidade: moc

Srs pais; Neste sábado 18/08 leve seu filho para vacinar, é muito importante para o nosso município atingir a cobertura de toda população de crianças até 5 anos

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Mensagem N°27057
De: Claudia Guimarães Data: Quinta 16/8/2007 10:44:55
Cidade: Montes Claros

Que viagem! Acabei de ouvir "Músicas de Montes Claros". Parabéns a vcs! Que delícia! Me atrevo a uma sugestão: será que vocês pensam em resgatar outras música de pessoas e de grupos, como o Grupo Raízes por exemplo?

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Mensagem N°27052
De: Roseli Data: Quinta 16/8/2007 07:14:50
Cidade: Monts claros

Gente, me diga onde mesmo ouvirei as musicas de mOntes claros, vixe Maria, não descobri ainda, estou ansiosa por descobrir esta preciosidade, quero ouvir logo amo-te muito..... onde ? aqui neste site? em que lugar? onde clico pra ouvir?me ensinem por favor.........se for nesse site porabenizo antecipadamente pela belissima iniciativa.aguardo resposa

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Mensagem N°27051
De: Familiares e amigos Data: Quinta 16/8/2007 00:10:14
Cidade: Montes Claros

Faleceu hoje, quarta feira, Dona Zezé Gontijo, esposa do Sr. Mauro Gontijo, também falecido. Mulher batalhadora e sempre a frente do seu tempo, foi durante muitos anos diretora do grupo escolar Augusta Vale, onde se aposentou e, depois, dedicou a sua vida à família, ao convívio com os amigos mais próximos e às plantas que tanto gostava. Nos últimos anos esteve bastante doente, mas sempre rodeada do carinho dos seus. Foi-se na data de aniversário de casamento, descansar ao lado do seu marido. Que Deus a tenha...

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Mensagem N°27046
De: Ana Lúcia Athayde Teles Gabrich Data: Quarta 15/8/2007 18:28:18
Cidade: Belo Horizonte

Músicas de Montes Claros!!!!! Era o que faltava no site montesclaros.com.

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Mensagem N°27045
De: jotasextafeira Data: Quarta 15/8/2007 18:01:52
Cidade: Montes Claros

As pessoas que amaram como eu, as Músicas de Montes Claros, agora a nossas maõs neste site, tenho a seguinte observação: Netos de João Chaves;filhos do inesquecivel Raimundo Chaves;aparentados com Tele,só podia dar nisto, sensibilidade na flor da pela;gosto pela poésia e pela boa música.Paraben gente finissima,vc são responsaveis pela sucesso deste site.

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Mensagem N°27044
De: geraldo paixao Data: Quarta 15/8/2007 17:10:26
Cidade: montes claros m,g  País: brasil

que jesus pode abençoar todosvoçes

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Mensagem N°27028
De: Norberto F. Prates Data: Quarta 15/8/2007 12:05:02
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil


Fantástica a iniciativa de colocar músicas que tocam o coração de todos os nativos dessa terra tão boa e dos forasteiros que a adotaram, apesar dos desmandos que vemos hoje em dia. Tomara que nenhum político ouse comparecer junto aos catopés para politicar. Não consegui abrir o link da música Montes Claros Centenária.
Mais uma vez, PARABÉNS.

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Mensagem N°27019
De: Gislene Data: Quarta 15/8/2007 09:53:58
Cidade: Barcelona/ES

Ola sou de varzea da palma vivo na espanha em barcelona e estou vendo a radio um beijo bem grande para todos.toca um de bruno e marrone para mim.
E-mail: [email protected]
Telefone: (34) 67515120

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Mensagem N°27012
De: Ribeiro Data: Quarta 15/8/2007 00:58:14
Cidade: Montes Claros/MG  País: Brasil

É imprecionante o barulho causado pelo Beer Festival, uma falta de respeito para com o cidadão, principalmente para os pacientes do Hospital Universitário, onde miha esposa estava internada grávida de 7 meses com cálculo renal e ouvindo todo aquele barulho.

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Mensagem N°27011
De: Antônio Atayde Tatá Data: Quarta 15/8/2007 00:19:29
Cidade: Montes Claros  País: BR.

Mensagem 26992 de Soares.
Caro internauta, também no mesmo tempo(sábado)estavam derrubando na rua Dr. Santos, bem pertinho de onde era a casa do Darcy, a casa onde morou e trabalhou durante mais de 50 anos o Dr. Mário Viana, um dos mais antigos dentistas de Montes Claros, falecido recentemente.

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Mensagem N°26998
De: Ulisses Data: Terça 14/8/2007 10:12:45
Cidade: Brasília DF

A coluna de Claúdio Humberto, publicada em vários jornais do Brasil, traz hoje um comentário que envolve o nome de Montes Claros, minha terra. Acompanhei e acompanho os fatos políticos da cidade, há longo tempo, mas desconheço este episódio, ainda mais envolvendo o ex-governador carioca e polemistas sem igual, Carlos Lacerda. Alguém aí se lembra deste acontecimento ? Envio o comentário:

"Brilhante rima

Dono da inteligência mais rápida no faroeste da política brasileira, Carlos Lacerda nunca se apertava. Certa vez ele foi a um ato político em Montes Claros (MG), e percebeu que os muros da cidade tinham sido pichados pelos inimigos: "Lacerda rima com merda".
Ao concluir o discurso, o mítico político carioca se despediu assim:
- Aos amigos, deixo um grande abraço. Aos adversários, a rima."

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Mensagem N°26994
De: montesclaros.com Data: Terça 14/8/2007 08:26:15
Cidade: Montes Claros-MG

O quadro - quase primitivista de Godofredo Guedes - mostra a original igrejinha do Rosário, que ocupava a pista no sentido bairro-centro da avenida Coronel Prates. Foi derrubada a golpes de trator no fim dos anos 50, embora representasse para M. Claros um marco definitivo de sua cultura religiosa. Ali, as principais famílias tinham genuflexório personalizado e eram celebrados os casamentos e os batizados das estirpes mais antigas da civilização que aqui se estabeleceu. O templo era especialmente reverenciado por ter se transformado no local escolhido pelos catopês, marujos e caboclinhos para celebrar as "festas de agosto". Num exemplo raro de cultura, estes homens simples - caroceiros, pedreiros, trabalhadores braçais - ensinaram a todos que não se mutila a tradição e, mesmo sem o templo, derrubado, fincaram o pé e mantiveram no local os ritos devocionais herdados dos pais, avós e bisavós. A festa resistiu a mais de uma tentativa de sufocá-la por inércia e nos últimos anos ressurge com raro vigor, arrancando aplausos incontidos. Nesta luta pela sobrevivência, foi decisiva a intervenção do médico e historiador Hermes de Paula, que - ao contrário do que hoje se vê - transferiu recursos familiares próprios, privados, para erguer no local a igrejinha em forma de barco (inacabada até hoje) que recolheu a tradição e a confirma, anos após ano. O reflorir da festa dos catopês nos últimos anos é tamanho que até comemorações de outros meses estão sendo transferidas para a semana. Pessoas que retornavam a Montes Claros por ocasião da exposição agropecuária estão remarcando a vinda na semana dos catopês, atraídos pelo acordes ancestrais do "Deus te Salve Casa Santa, onde Deus fez a Morada, Onde mora o Cálice Bento e a hóstica consagrada").

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