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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 18 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O feminicídio persiste Manoel Hygino O que se lê, diariamente pela imprensa escrita, ou se vê e se ouve pelas televisões e rádios, é simplesmente horripilante, embora outros adjetivos estejam nos dicionários para classificar o que ocorre com as mulheres do país. Bem verdade que, em outras regiões do planeta, há registros talvez piores, mas não é bom nivelar por baixo costumes e práticas. Adotou-se a Lei Maria da Penha, criou-se o substantivo feminicídio, a imprensa o condena incessantemente, porém esse tipo de crime continua e até avulta, a julgar pelas estatísticas. Incrível o que acontece. Evoluído tecnologicamente, o homem permanece assim, primitivo. Ivan Lins, em um de seus livros, estuda, longa e profundamente romanos e gregos, exemplos de civilização, mas cujos atos, como de outros povos, revelam a crueldade antiga. Transcorridos séculos, milênios, enquanto se procuram meios para assentar-se em Marte, não se aprendeu viver “civilizadamente” na Terra em que se instalou. A antiguidade não chegara nitidamente à concepção de humanidade, e até hoje ela não predomina. O feminicídio é demonstração de atraso, sob todos os aspectos, não se tendo assimilado a aspiração à concórdia. A mulher, que ingressou nos tempos modernos, prestigiada, respeitada, ainda é vítima da própria sociedade. Deveríamos estar longe de eras antigas, em termos cronológicos. Estou com Robertson, segundo o qual se mede o grau da civilização de um povo pela maneira pela qual nele é tratada a mulher, primitivamente considerada um ser inferior. O citado Ivan Lins escreve que, “em pleno surto da civilização grega, Apolo sustentava, nas “Eumênicas” de Ésquilo, que o filho provém somente do pai, não passando a mãe de simples depósito do germe masculino”. Nada mais subalterno, entre os antigos, do que o papel da mulher: mais máquina de procriar, sem merecer o menor apreço, quer sob o prisma intelectual, quer mesmo sob o aspecto afetivo, achando-se no Direito Romano, compreendida na classe das “coisas”. No limiar de um novo ano no século XXI, causa mais do que pasmo verificar os diários relatos de episódios de violência contra a mulher, a mesma que nos deu a vida, que gerou nossos filhos, a companhia segura nos momentos mais difíceis da vida. Regredimos à época mais cruel de gregos e romanos, que hoje julgamos atrasados e bárbaros. Assiste-se a atos abomináveis, que revelam o que de mais sórdido há no sentimento humano, um flagelo insuperável. E, além de tudo, dele participam homens com diploma na mão, bem ilustrados aparentemente e que deveriam ter assimilado lições de bondade e solidariedade. Parece que o homem, de sexo masculino ou gênero como se quiser, deixa de ser relacional, destinado a realizar-se na convivência e na generosidade, no amor que constitui o efetivo motor da paz. As estatísticas, por enquanto, são de estarrecer: Diariamente, registram-se oito novos casos de violência sexual à mulher no Brasil e, a cada semana, 33 são mortas por seus parceiros, atuais ou antigos. Há de se construir mais hospitais e cadeias!

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