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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 16 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Venezuela de novo Manoel Hygino Os jornais do último dia 13 – atentem para o número – publicaram: “o presidente Nicolás Maduro tomou posse para um segundo mandato de seis anos, considerando ilegítimo por vários países da comunidade internacional, com uma Venezuela em ruínas e cada vez mais isolada”. Duas horas após, a OEA (Organização dos Estados Americanos) aprovou uma resolução declarando ilegítimo o mandato, advertindo “serem indispensáveis novas eleições presidenciais com todas as garantias necessárias para um processo livre, justo, transparente e legítimo”. Os fatos aproximadamente se repetem e Carlos Taquari conta o acontecido em meados do século passado. Na tentativa de legitimar o regime imposto em 1948, o coronel Marcos Pérez Jiménez (da outra vez foi um militar) convocou eleições para uma Constituinte, que se encarregaria de eleger o presidente. A escolha se daria em 10 de novembro de 1952 e, iniciada a votação, constatou-se que o governo sofrera uma retumbante derrota. Não deu outra: Pérez Jiménez determinou a suspensão da apuração e exigiu uma contagem “mais correta”. Quarenta e oito horas depois, saiu o novo resultado com a vitória do regime vigente, permitindo a autoproclamação do presidente. Não é aproximadamente o que ora acontece, mutatis mutandis? No período de Jiménez, passei pela Venezuela. Havia ainda sorrisos e o povo não era tão infeliz como hoje. Daquela vez, Jiménez teve de enfrentar outra luta, pois se estabelecera que o nome do eleito tinha de ser reapresentado à Assembleia Constituinte. A oposição criaria problema. Como se deu? Pérez Jiménez deu uma de bonzinho, de democrata reconvicto. Convidou os principais líderes da oposição para uma conversa em palácio, e a ela compareceram cinco representantes, inclusive Jovito Villalba, da União Republicana Democrática. A conversa evidentemente não deve ter sido fácil e lhana. Jiménez queria que os oposicionistas se comprometessem a não criar dificuldade à homologação de seu nome à chefia da nação. Os líderes negaram peremptoriamente, a começar por Villalba. Diante da decisão, outro caminho foi adotado: os rebeldes foram presos pela polícia secreta e transportados a um avião adredemente preparado, é claro, e enviados ao Panamá sem sequer documentos, dinheiro ou bagagem. Assim se ganhava uma eleição na Venezuela, a despeito ou por causa dos petrodólares e da obsessão pelo poder. Transposto o século, como se vê, a situação não se modificou muito. Restou às Forças Armadas dizer sim, publicamente, e jurar lealdade agora a Nicolás Maduro, para mais meia dúzia de anos de governo. A oposição, pressionada, havia pedido que os militares não reconhecessem o novo pleito. O Parlamento, único poder ainda resistente ao presidente novamente eleito (?), se posicionou: “fizemos um chamado claro às Forças Armadas, a essa enorme maioria de soldados e oficiais que envergam com honra seu uniforme e não se deixarem corromper (...) para que deem um passo à frente (...), “não se deve reconhecer o que não foi produto do voto popular”. A estratégia não deu certo, mesmo quando Juan Guidó, presidente do Congresso Nacional, alertou: “uma eleição se vence com votos, não se rouba. Você não é legítimo”, advertiu o deputado. O rebelde foi preso, esteve assim algumas horas, mas foi libertado, talvez em decorrência da pressão internacional. Até este instante, nada de novo e valioso no front norte, embora os venezuelanos permaneçam em fuga para o Brasil e Colômbia. A fome e a falta de liberdade os movem.

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