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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 16 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Resgatando Victor Nunes Leal Manoel Hygino Abrimos um hiato nos comentários sobre Brumadinho. Apenas um hiato. É o seguinte: Fundada em Juiz de Fora, a Academia Mineira de Letras somará anos de vida, em 25 de dezembro de 2019, quando chegará, no dia de Natal, aos 110. Seus idealizadores eram uma dúzia, bem representativos dos intelectuais que pontificavam àquela época no Estado. Os doze quiseram que mais dezoito a eles se agregassem e, em 1915, a entidade transferiu sua sede para a capital. Aqui, se elevou o número de cadeiras para 40, adquiriu-se a primeira e modesta sede própria e, finalmente, abriu-se caminho para a atual sede na rua da Bahia, no palacete Borges da Costa, no mandato de Vivaldi Moreira, depois consagrado presidente perpétuo do sodalício. Pois Pedro Rogério Moreira, filho de Vivaldi, encaminha ao também confrade na AML Rogério Faria Tavares um lembrete com publicação sobre Victor Nunes Leal (1914-1985), nascido na Mata Mineira, agora lembrado pelo cientista político Jairo Nicolau. Com muita razão. Em 2018, completou-se 70 anos do lançamento de um dos mais importantes livros de análise política brasileira – “Coronelismo, enxada e voto”, de Victor, ocupante da cadeira nº 23 da Academia. O volume foi editado pela Forense, com cumprimento da exigência do autor de que o prefácio fosse de Barbosa Lima Sobrinho. Mas a relembrança não se resume ao que ficou dito sobre Victor Nunes Leal, nascido em Alvorada, distrito de Carangola, cidade natal do admirado poeta Anderson Braga Horta. Não esqueço que, exatamente em 16 de janeiro de 2019, se registraram os 50 anos da cassação do mandato do ilustre mineiro, nos termos da AI-5, como ministro do STF. Também perderam os cargos na corte os colegas Evandro Lins e Silva e Hermes Lima. Com a decisão, o conterrâneo da Academia Mineira de Letras também perdeu o cargo de professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mais perdeu, porém, o Brasil e o Supremo Tribunal Federal, pois se retirou do mais alto colegiado o poder de conceder habeas corpus em casos de crimes políticos. O livro de Victor Nunes Leal é do final dos anos 40, século passado, mas não é velharia, ultrapassado. Assim, sobre o pleito de 1947, ele diz: “quem observa a multiplicidade de alianças que se fizeram nas últimas eleições estaduais e municipais não pode deixar de verificar que os nossos partidos são pouco mais do que legendas ou rótulos destinados a atender às exigências técnico-jurídicas do processo eleitoral”. Pouco lembrado, hoje, por múltiplas razões, Victor Nunes Leal prestou relevantes serviços ao país em todos os cargos que ocupou e funções que exerceu. Além dos mencionados, foi consultor-geral da República, chefe da Casa Civil da Presidência, procurador-geral da Justiça do Distrito Federal (quando Rio de Janeiro), membro do TSE e seu vice-presidente. Ao construir Brasília, Juscelino batizou de Alvorada o palácio residencial da Presidência da República, como prova de apreço ao amigo e seu lugar de nascimento. Nesta hora de dor para o Brasil, pelo terrível desastre em Brumadinho, faço uma pausa, com a devida vênia da gente daquele município e cidade. Como atual ocupante da cadeira nº 23 da AML, de que foi patrono Joaquim Felício, fico muito honrado em ali estar e em ser tão gloriosamente precedido por Martins de Oliveira, Victor Nunes Leal e Raul Machado Horta, aos quais rendo homenagem de respeito e admiração.

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