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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 16 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Cem dias de governo Manoel Hygino Ao abrir os jornais de domingo, assustei-me. De súbito, pensei que estava em outro mundo e tempo. “Os cem dias de Bolsonaro” crepitavam mais do que “Dez dias que abalaram o mundo”, título do famosíssimo livro do americano John Reed, reportando os acontecimentos que eclodiram na Rússia em novembro de 1917. Contudo, estava eu em abril de 2019, cento e dois anos após os dramáticos eventos (aqui o substantivo está corretamente empregado) que assinalaram o fim do tzarismo. Era a subversão dos marinheiros do Kronstadt, a convocação do Congresso Pan-Russo dos Soviets, o bombardeio do Palácio de Inverno, a fuga de Kerenski, o assalto ao Palácio Imperial e, enfim, a tomada do Kremlin. Sem embargo, felizmente os acontecimentos não são tão catastróficos e temíveis na terra descoberta pelo português Cabral (não o brasileiro governante do Rio, condenado até agora a cerca de 200 anos de prisão por malfeitos com o dinheiro público. Nada nos une tudo nos separa, para adaptar o refrão). Tudo mudou. Tudo? As cinzas do celebrado repórter repousam na base das muralhas do Kremlin, ao lado da Praça Vermelha, logo atrás do túmulo de Lênin, em Moscou. Por aqui, as cousas são menos violentas, a não ser o rompimento de barragens para rejeitos de minérios de ferro e o volume de dinheiros públicos transferidos a menos nobres fins e em parcial benefício de uma corja eleita para dirigir os destinos nacionais. Ainda bem que nenhuma regra é igual, ampla e sem exceções. Em os Dez Dias, o mundo conseguiu sentir o que significava o triste período de transferência de um regime para outro. Os 100 dias é assunto para exame proximamente, pois se espera definir, em primeiro lugar, sobre a votação do projeto da Previdência, ainda predominante nas conversas nos corredores do Parlamento e nos gabinetes do Planalto. Mas também nos salões de barbeiros, restaurantes e botequins. Não é tempo tranquilo, antes pelo contrário. Haja vista o tempestuoso debate (?) na Câmara dos Deputados, em que o ministro Paulo Guedes revelou que está habilitado e disposto a brigas, embora às vezes elas emporcalhem as cadeiras do Parlamento. O professor de Direito e jurista Sacha Calmon faz considerações adequadas destes dias. Lembrou, assim, o presidente, “em viagem ao Oriente Médio, que - em vez de louvar Jesus, em Belém, na Palestina, na igreja da Anunciação-, enfiou bilhetinhos na muralha restante do segundo templo de Javé, em Jerusalém, como se fora um deles. Foi pedir perdão”. Qualquer que seja o resultado das pesquisas sobre os dias do governo instalado no primeiro dia deste ano, a verdade é que paira um clima de dúvida, tanto que cerca de 100 mil brasileiros em quatro anos, até 2018, procuraram novos rumos no planeta e o fluxo é crescente. Antônio Machado, que entende do assunto, escreveu: “Tem algo bastante errado. As discussões estão acirradas na imprensa e nas redes sociais, mas há muito mais espuma que substância. Nos salões do poder, falam de reforma da Previdência e de medidas para elevar a produtividade da economia, e também se discute se em 1964 houve golpe, se o nazismo é de esquerda ou direita. Já nas ruas da economia estagnada, com desemprego em massa, jovens sem expectativas, educação que deseduca e saúde enferma, burocracia voltada ao próprio interesse pecuniário sob o disfarce de políticas sociais e do combate à corrupção, vê-se um país em decadência”. É, pois, preciso mudar logo, e há tempo suficiente.

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