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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 19 de setembro de 2024
 

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Mensagem: São Miguel em ação Manoel Hygino Não é do meu feitio usar o cotidiano espaço para referir-me a assuntos que, de algum modo, me dizem respeito. No entanto, não posso omitir-me. No dia dos 120 anos de fundação da Santa Casa de Belo Horizonte, fomos honrosamente homenageados: o conceituado médico Odilon Lobato, a família de José Maria Alkmim e eu, com a medalha Aloysio Faria (belíssima por sinal), em ato presidido pelo provedor da instituição, Saulo Levindo Coelho. Na capela, repleta, contemplava-se a imagem de São Miguel, supostamente de tamanho natural, parecendo que dele se esperava uma ajudazinha extra à padroeira Nossa Senhora do Carmo no amparo à entidade centenária e aos que dela dependem nas carências e nos infortúnios. Ficou a dúvida: por que? Em verdade, precisaria retroagir no tempo. A instituição (fundada em 1899) na hoje Praça Hugo Werneck (antes,15 de Novembro) fez funcionar o primeiro hospital da capital mineira, e integra uma legião de misericórdias existentes no Brasil. Inicialmente, aqui a protetora era só Nossa Senhora do Carmo, como proposto por um dos pioneiros – o cel. Emydio Germano. Ocorre que, antes das Santas Casas, outras associações beneméritas já marcavam presença na assistência aos mineiros, tornando-se credoras da gratidão e veneração dos que recebiam seu amparo. Basta conferir o que o historiador Caio C. Boschi, nosso confrade na Academia Mineira de Letras, registrou em Saparata da Revista de Ciências Históricas XI, Universidade Portucalense, em 1996: “A destacar, também, o fato de que, em Minas Gerais, as Santas Casas surgiram muito tardiamente. Por isso, na sua ausência, ou mesmo como fator inibidor ou neutralizador ao seu advento, é que determinadas irmandades, como as da invocação do Santíssimo Sacramento, de São Miguel e Almas e das Almas, especialmente estas últimas”, passaram a formular determinadas reivindicações ou, de algum modo, impô-las. Em resumo, como chegaram primeiro, ficaram as funções assistenciais a cargo dos Senadores das Câmaras e das associações legais. No interior das gerais, os habitantes da região encontraram ajuda espiritual e material. Com isso, ainda que pareça paradoxo, indiretamente essas agremiações atendiam aos interesses do Estado, na medida em que lhes transferia o encargo de certas obrigações essenciais ao convívio social, particularmente aquelas relativas ao assistencialismo, onde não existissem as misericórdias. Entre os privilégios de certas associações, estava assegurar o enterro de seus associados ou fiéis. A atitude diante da morte era uma das preocupações dominantes. “Participar de uma ou mais irmandades tornava-se condição de vida e morte para o habitante das Minas”, sendo importante e necessário ser “irmão” de uma irmandade. Vê-se que aqueles sodalícios tinham prestígio e poder, até religioso ou quase. Com razão José da Paz Lopes observou que “era importante e necessário ser irmão”. A festa litúrgica de São Miguel é em 29 de setembro e, no Apocalipse, lidera os exércitos de Deus contra as forças de Satã e seus aliados. Em Epístola, Miguel é citado especificamente como arcanjo. Convém lembrar que ele é venerado tanto pelo cristianismo como pelo judaísmo e padroeiro da Igreja Católica Apostólica Romana. Apurei, no Google, que os santuários cristãos em honra a Miguel começaram a aparecer no século IV, quando era considerado um anjo de cura e, com o tempo, protetor e líder do exército de Deus contra as forças do mal. No século VI, a devoção a São Miguel já se havia disseminado tanto no Oriente como no Ocidente. Assim, São Miguel não concorre com a Senhora do Carmo: até acrescenta.

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